Este texto, da autoria de Joaquim Maria Soeiro de Brito, agora apresentado pela Mnemosine Ilustrada Associação Cultural - MNIAC foi publicado, pela primeira vez, no jornal O Manuelinho d’Évora (27 de julho a 21 de setembro de 1890).

Mais tarde, em 1911, foi feita uma edição de cem exemplares e uma outra, especial, de cinco, ambas organizadas pelo editor António José Torres de Carvalho.

Esta tipologia de monografia, com características histórico-corográficas, insere-se num género historiográfico que teve grande sucesso no século XIX. Estes trabalhos, cuja origem remonta ao século XVI, eram escritos por estudiosos locais ou, simplesmente, por curiosos que apreciavam a beleza da sua terra natal. É o caso de Soeiro de Brito, que nos diz que “há muitos anos que temos na mente escrever alguma coisa acerca desta bonita vila do Alentejo que nos foi berço”.

Esta “voz local”, como sugere Pais de Brito, traz-nos um olhar que já tem mais de uma centena de anos e que, apesar do espírito laudatório e simplicidade do texto, que, aliás, o próprio autor reconhece pela sua falta de conhecimento histórico, considerámos importante reeditá-la pela relevância da informação e porque há muito se encontra esgotada, havendo um difícil acesso nas bibliotecas nacionais. Não o fazemos, portanto, por um qualquer espírito revivalista, mas antes pela consciência do papel crucial que estas monografias têm enquanto fontes primárias da História, da Antropologia e da Arquitetura, entre outras.
A presente edição foi sujeita a uma revisão ortográfica e acrescida de um conjunto de notas que visam a contextualização e o esclarecimento histórico, tendo em conta investigações mais recentes. No sentido de melhor a ilustração, foram inseridas as figuras 1 e 2 e legendada a figura 3.