Glossário de Artes Decorativas
BABADOURO
O panno de linho, que se põem sobre o peito dos meninos para que não sujem os vestidos. (18.p.4)
O mesmo que Babeiro; panno de lençaria que se prende ao pescoço das crianças, para que não sujem o vestido quando mammam ou comem. (46.p.699)
BABEIRO
Ver BABADOURO.
BACARAT
Tipo finíssimo de cristal que recebeu o nome da cidade francesa onde era fabricado originalmente. (…) Representa talvez o melhor que se pode obter em cristais. (53.p.9)
BÁCARO
Em Antiguidades romanas, espécie de jarro com que os escravos lançavam água sobre os senhores no banho. (46.p.699)
BACIA
Recipiente para uso doméstico ou ritual em geral circular mas que tem quase sempre o diâmetro de bordo com maior dimensão que a altura. (2.p.62)
Vaso de forma geral idêntica à das malgas ou tigelas, mas de grandes dimensões. (12.p.69)
Vaso de barro, ou metal, fundo, redondo, ou oval, ferve de ter agua para as máos, e outras lavagens, fazer as barbas, e outros usos. Prato onde se lançáo esmolas. (9.p.156)
Do latim tardio baccea. Designação genérica para recipiente covo, circular ou oval, ligado a fins de higiene, no âmbito civil ou litúrgico. Consoante o uso a que se destinava ou a relação de utilidade que estabelece com o gomil, este recipiente recebe uma designação complementar: da barba – Recipiente de forma circular ou oval, com o centro covo e aba de dimensão variável que comporta um ou dois recortes simétricos em meia-lua para acomodação do queixo e pescoço durante o acto de barbear. Associada geralmente a um gomil; de água-às-mãos – Recipiente em forma de grande taça, habitualmente circular ou oval destinada a amparar a água vertida pelo gomil durante o ritual de ablução das mãos, antes e após a refeição. Pode também, em conjunto com o gomil, integrar um serviço de toilette. Em ambos os casos o conjunto é designado por gomil e bacia de água-às-mãos; de abluções – recipiente em forma de grande taça, habitualmente circular ou oval, destinada a amparar a água vertida pelo gomil quando é usado para molhar parte do corpo num acto purificador; de lavar os pés – recipiente em forma de taça, habitualmente circular ou oval, destinado a amparar a água vertida pelo gomil durante o ritual de ablução dos pés; de lava-pés – recipiente em forma de grande taça, habitualmente circular ou oval destinada a amparar a água vertida pelo gomil durante o ritual litúrgico de ablução dos pés. Este acto é realizado nas celebrações de Quinta-feira Santa e ainda quando os monges tomavam o hábito. (5.pp.66-67)
He o nome genérico de vasos de barro, ou de arame, os quaes tem muitas serventias, como bacia de fazer a barba, bacia de ourinar , de lavar os pés, etc. (18.p.8)
Nome dado ao vaso que se colocava no cofre, sob o assento furado, da cadeira-retrete, então denominada “caixa de servidor” ou “caixa de privado”. (40.p.245)
Vaso de barro ou metal, de fundo redondo ou oval, que serve para vários usos na economia domestica. Em sentido restricto, prato ou covilhete em que se recebem esmolas na egreja durante a missa, ou pelas portas. Prato
ôco, com uma pequena reentrância em um dos bordos, que os barbeiros assentam no pescoço dos freguezes, quando ensaboam a cara para os barbear. Nos púlpitos de pedra, bacia é a pedra que serve de pavimento, sobre a qual está o pregador. Prato da balança, na qual se lança o que se quer pesar. (46.p.700)
BACIA DA PIA BAPTISMAL
Grande recipiente móvel colocado dentro da cuba da pia baptismal para recolher a água vertida sobre a cabeça do neófito. Apresenta geralmente um furo para vazar a água. Pode ser tapada e estruturar-se em dois reservatórios, um para a reserva e o outro para o vazamento da água; compartimentos suplementares podem ser utilizados para guardar as alfaias utilizadas no baptismo. (4.p.150)
BACIA DE ABLUÇÕES
Recipiente pouco profundo e largo utilizado para recolher a água das abluções durante a missa pontifical ou pelos presbíteros nalgumas cerimónias litúrgicas (cinzas, distribuição dos ramos, ramos, lava-pés na Quinta-feira Santa, baptismo). É sempre acompanhada pelo gomil de abluções, podendo apresentar, no centro do covo, um dispositivo que assegure a sua estabilidade. (4.p.118)
BACIA DE CAMA
Recipiente que serve para recolher as fezes. Tem forma circular ou oval, com ou sem tampa e, geralmente, uma asa lateral em posição vertical. (2.p.62)
BACIA DE LAVA-PÉS
Recipiente largo e pouco fundo, de grandes dimensões, utilizado especificamente na cerimónia de lava-pés, na Quinta-feira Santa, juntamente com o jarro de lava-pés. (4.p.147)
BACIAS GEMINADAS
Par de bacias metálicas, circulares, de forma e decoração idênticas, encastráveis uma na outra, utilizadas nas abluções litúrgicas. A bacia que serve de receptáculo recolhe a água vertida pela outra através de um orifício ou um bico inserido no bordo. (4.p.118)
BACIASINHA
Diminutivo de bacia. Tanque sequeiro; cassoleta de espingarda; cavidade do candieiro onde se deita o líquido. (46.p.700)
BACIO
Recipiente que serve para recolher as fezes. Tem forma circular ou oval, com ou sem tampa e, geralmente, uma asa lateral em posição vertical. (2.p.62)
Prato côvo, fundo. Vaso onde se lançam os excrementos grossos inferiores. (9.p.156)
Bacio servidor. Vaso para despejo do corpo. Na província de Trás-os-Montes chamam ao prato, bacio. (18.p.9)
Hoje se toma, em algumas partes, por vaso de contumélia e destinado às imundícias. Porém, na província de Trás-dos-Montes, ainda conserva o seu antigo significado, pois chamam bacios aos pratos. Mas note-se que, antigamente, bacio se tomava por todo o vaso de boca larga, como gomis, canecas, etc., e, nisto, se diferenciavam das bacias que estas eram de mais bojo e fundas, e aqueles eram mais chatos e espalmados, a modo das nossas bandejas. (45.p.11)
No sentido antigo, prato grande, chato, covo e espalmado a modo de bandeja; é ao que modernamente se chama travessa. (46.p.701)
BÁCULO
Bastão de bispo ou abade.
Do latim baculum. Bastão simbólico e pastoral que se entrega aos bispos na sua consagração e aos abades e abadessas na sua investidura. No início foi um simples cajado de pregureiro com a volta curva, perdendo no decurso do tempo a sua simplicidade rústica até se transformar numa obra de arte. Representando correcção episcopal, a sua forma é também simbólica, tendo o sentido da missão pastoral do prelado. Com a parte curva deve o pastor trazer de volta ao rebanho os que se transviaram; a sua justiça deve ser inteira e recta como a vara do báculo. Até ao século XII, osbáculos eram de madeira e com a forma de T, tendo só então começado a evoluir para os de metal com a extremidade superior rematada por uma voluta a que se dá o nome de crossa. Cedo o báculo surge como símbolo da importância do seu possuidor e como testemunho da riqueza e poder da diocese ou do convento. (5.p.67)
BAETA
Tecido de láa, grosseiro, felpudo. (9.p.157)
Panno de lã, a que ou com o uso, ou com instrumentos se levanta o pelo. Há de muitas castas. Baeta, a que chamam Castelete, que é de cincoenta e quatro fios. Baeta de cosal, Baeta de conta nova , Baeta de Barca, Baeta cacheira, Baetinha de Bestable, Baeta Imperial. Também das diferentes terras aonde fe fabrica , toma a Baeta o nome. Baeta de Inglaterra, de Olanda, de França, de Barcelona, de Moscovia, etc. (18.p.11)
Panno de lã, a que com o uso ou com instrumentos se levanta o pêllo. Baeta castelete, a que é de cinquenta e quatro fios. Baeta cossal. Baeta de conta nova. Baeta de barca. Baeta cacheira. Baeta imperial. Nomes usados nas fabricas portuguezas no fim do século XVIII. Também se classifica a baeta segundo as terras d'onde vem: Baeta de Hollanda, de Barcelona, etc. (46.p.703)
BAETAL
Que pertence ou é feito de baeta. (46.p.703)
BAETÃO
Baeta grossa; panno grosso e forte, próprio para capotes e saiaes. (46.p.703)
BAETILHA
Baeta fina; espécie de flanella. Também designa o fato feito d'este panno. (46.p.703)
BAETINHA
O mesmo que Baetilha. (46.p.703)
BAFETÁ
Mais usualmente Bofetá; grande panno branco de lençaria que vem das índias orientaes, principalmente de Serrate, Bengala e Benares. (46.p.703)
BAHÚ
Ver BAÚ.
BAHUL
Ver BAÚ.
BAIDUNZI
Mais conhecido sob o nome de petuntse. Literalmente significa “pequenos tijolos brancos”. Rocha feldspática, não plástica, que misturada com o caulino, ao qual baixa a temperatura, dá porcelana. (14.p.273)
BAINHA
Estojo que tem exactamente a forma do objecto que encerra. Na Idade Média, as bainhas faziam-se de couro; no séc. XVIII, usa-se de preferência uma pele própria (galuchat). O termo especializou-se no sentido de forro de espada. Daí o verbo desembainhar. (54.p.51)
BAIXA LISSA
Processo de execução de tapeçarias nas quais a cadeia é horizontal. O operário manobra as lissas que levantam os fios apoiando-se em pedais. O fuso passa o fio de lã entre os dois níveis de fios da cadeia:é o que se chama uma passagem. É um trabalho mais fácil e mais rápido que a alta lissa e, por consequência, mais económico. (54.p.52)
BAIXELA
Conjunto de utensílios para serviço de mesa, em ouro, prata, cobre, porcelana, faiança. O termo é igualmente usado para conjuntos de utensílios usados no culto religioso, feitos em metais preciosos. (7.p.34)
Conjunto de recipientes para conter e/ou servir alimentos e especiarias, com função mais sumptuária, sendo os mais frequentes as terrinas, os pratos cobertos, as travessas, os saleiros e pimenteiros. (2.p.63)
Do latim vascella (plural de vascellum), diminutivo de vascu˘ lum (‘pequeno vaso’). O conceito inicial designava um conjunto de objectos executados em metal nobre (ou estanho), não necessariamente semelhantes na forma e decoração, destinado ao serviço e à apresentação dos alimentos e bebidas à mesa. Só no decorrer dos séculos XVII e XVIII, com o aparecimento de novas peças destinadas ao serviço da mesa, este conjunto de objectos passou gradualmente a obedecer a uma mesma unidade formal e decorativa. A implementação de um novo modelo de serviço e arte da mesa, codificado na corte de Versalhes desde finais do século XVII e divulgado pela restante Europa no decorrer do século XVIII, foi absolutamente determinante neste contexto. O chamado serviço a francesa impôs um novo código de civilidade que se traduziu no uso de grandes baixelas, por vezes, também designadas de baixelas de aparato. Estas podiam contemplar várias centenas de peças, desde o sumptuário centro e tabuleiro de mesa, passando pelas terrinas, olhas, candelabros e/ou castiçais, pratos cobertos, pratos e travessas de serviço de vários tamanhos e formas, consoante a utilidade, numerosas séries de pratos individuais, fruteiros, molheiras, galheteiros, mostardeiras, saleiros, entre tantas outras, como por exemplo o próprio faqueiro. O século XIX regista, a este nível, um crescimento sem precedentes, propondo uma infinita variedade de peças em função dos novos hábitos culinários. O termo pode também ser empregue para designar uma baixela de farmácia, i.e., um conjunto de objectos utilitários de uso farmacêutico, executados em prata. As propriedades auto-esterilizadoras e anti-bacterianas deste metal nobre justificam a sua utilizaçãoneste contexto. Anteriores denominações: Vasarium. (5.pp.67-68)
Os vasos ricos de metal para serviço da meza. (9.p.174)
Todo o género de vasos de preço usados na mesa, como pratos, copos, de ouro ou prata. (46.p.707)
BAIXELLA
Ver BAIXELA.
BAIXO-RELEVO
Relevo cujas formas criam uma saliência inferior a metade do volume real das figuras ou dos elementos representados. (8.p.109)
Escultura que faz corpo com um fundo de onde sobressai, mas com uma saliência proporcionalmente inferior à do meio relevo. Esta saliência é sempre inferior a metade da sua espessura relativa.
BALADA
Grande prato italiano, em louça, onde, durante as festas, se serviam doces ou frutas. Quase sempre muito decorado, às vezes com motivos musicais quando era usado nos bailes. (53.p.9)
BALANCÉ
Aparelho em forma de prensa com dois planos em sentido horizontal, usado pelos encadernadores e douradores para, tendo aquecido as letras de metal, cunhar a ouro as capas dos livros. (10)
BALÃO
Pequeno vaso de forma globular, dotado de uma boca afunilada. (12.p.69)
BALAS
Ver RUBI BALAS.
BALAUSTRADA
Sequência repetitiva de balaústres rematados por corrimão ou imposta, alguns decorados com pinhas, globos e vasos decorativos. (2.p.63)
É o nome dado ao típico parapeito barroco, formado por pequenas colunas ou balaústres que sustentam um peitoril, um corrimão, terraço, rampa de escada ou remate de um edifício. (7.p.34)
Grade composta por balaústres de pedra ou madeira. (4.p.30)
Elemento de arquitectura. Tipo de parapeito ou varanda constituída por balaústres. (8.p.109)
Resguardo ou parapeito corrido amparado por uma fileira de balaústres, dispostos de forma regular como remate de uma estrutura arquitectónica ou anteparo do vão de uma varanda, tribuna, janela ou corrimão de escadas. (5.p.116)
Série de pequenos postes ou pilares, chamados balaústres, que servem de suporte a um corrimão.
BALAÚSTRE
Coluna ou pilar de pequena dimensão que serve de suporte a corrimãos de escadas e peitoris de varandas. Pode constituir também remate arquitectónico de fachadas. (2.p.63)
Pequenas colunas baixas, estranguladas a meio ou noutra altura do fuste, de formas diversas, que se empregam nas balaustradas.
Pequena coluna que pode ser executada em pedra, em metal, em cerâmica, em madeira, de secção circular, poligonal ou com perfis de fusos estrangulados. (8.p.109)
Do italiano balaustro – colunelo ou pequeno pilar, muitas vezes com perfil bojudo, que se alinha e sustenta em conjunto com outros um parapeito, formando uma balaustrada. O balaústre compõe-se de pedestal, fuste e capitel, podendo apresentar-se de diversas formas. (5.p.116)
BALDAQUINO
Originalmente o termo indicava um tecido de seda de Baldacco (italicismo da palavra Bagdad); de seguida indicou um pedaço de tecido suportado por quatro ou seis hastes rígidas (baldaquino móvel) ou pendentes de cima (baldaquino fixo). O seu uso difunde-se na Europa, nas celebrações litúrgicas solenes onde o baldaquino móvel era usado por papas e bispos. O baldaquino fixo é, por sua vez, colocado como uma cobertura de tronos, de cadeiras episcopais e, desde o século XIV até ao século XIX também de camas. Durante a idade média os baldaquinos de mármore ou de pedra podiam cobrir os túmulos ou os altares. Um tipo especial de baldaquino é o que Gian Lorenzo Bernini criou entre 1624 e 1633, em bronze, disposto sobre o altar principal da Basílica de São Pedro em Roma. (13)
Conjunto arquitectónico formado por um dossel suportado por colunas que se destina a cobrir um altar, um túmulo ou proteger um jacente. É muitas vezes usado no enquadramento arquitectónico dos nichos que albergam imagens. (8.p.109)
Termo com origem na palavra italiana baldacchino, estrutura arquitectónica semelhante a um dossel suportado por colunas, que remata ou coroa um altar ou um trono. Também pode ser designado por cibório, quando cobre a custódia, com o Santíssimo em exposição, sobre o altar. (5.p.116)
Ver DOSSEL.
BALDAQUINO DE ALTAR
Cibório posterior à época medieval, assim designado dada a sua forma característica. (4.p.20)
BALDAQUINO DE TRONO PONTIFICAL
Dossel colocado sobre o trono pontifical. Costuma ser composto por uma armação guarnecida com tecidos. (4.p.25)
BALDAQUINO Portátil
Mobiliário religioso. Pequeno móvel portátil, em regra com a forma de um missal; aberto, levanta um pequeno dossel, debaixo do qual se coloca o vaso eucarístico. Era usado nas celebrações fora dos templos, nomeadamente na administração do viático aos enfermos. (2.p.104)
Estrutura de armar, de pequenas dimensões e em forma de pequeno baldaquino, com base, painel posterior e sobrecéu, para enquadrar o ostensório ou a píxide durante a adoração do Santíssimo, geralmente em celebrações no exterior da igreja. Ao fechar toma, geralmente, a forma de livro. Pode ser decorado com motivos e símbolos eucarísticos. (4.p.63)
BALDE DE GELO
Recipiente destinado a conter gelo, geralmente de secção troncocónica, assente sobre fundo plano e provido de asa, em forma de arco, articulada. Pode apresentar no interior uma placa transfurada, assente em pés ou moldura circular, que funcionam como reservatório para o gelo derretido. Os modelos mais recentes têm geralmente duas asas simétricas. (5.p.68)
BALL CLAY
Argila com elevada plasticidade, de granulometria muito fina, que adquire uma coloração marfim ou creme claro, após a cozedura. Tem sido muito utilizada na indústria de cerâmica branca e de refractários, pelas suas propriedades ligantes e refractárias. É a que apresenta maior capacidade de retracção. (2.p.99)
BALMAZE
Tacha de cabeça de latão em forma de calote ou achatada, usada, por ex., na pregação (cravação) dos couros das cadeiras, geralmente no intervalo dos pregos de cabeça grande decorativa. (40.p.246)
BALMÁZIO
Ver BALMAZE.
BAMBINELA
Espécie de sanefa, franjada ou guarnecida de folhas com que se ornam as janellas ou portas interiormente. (46.p.711)
BAMBOCHATA
Pintura ou desenho de pequeno formato retratando cenas e paisagens triviais, com temas burlescos, e que eram as preferidas dos artistas holandeses e flamengos em atividade na Itália no século XVII. O termo deriva do apelido do pintor holandês Pieter Van Laer, Il Bamboccio, que lá divulgou este gênero, considerado vulgar, naquela época, em comparação com temas de maior nobreza, como os históricos. (17)
Cena de género com figuras populares à maneira do pintor Pieter de Laer (1599-1642), conhecido como il Bamboccio. (1.p.73)
Designação popular para a lúnula, parte móvel em forma de meia-lua presente, por exemplo, nas arrecadas de Viana. (11.p.46)
Em Pintura, género dos quadros representando scenas burlescas, festas aldeãs, com uma certa graça; esta designação deriva-se de Bamboccio, nome que os italianos deram a Van Laar, que inventou este género grotesco. Na linguagem familiar, bambochata, equivale a tertúlia, comezaina, festa lúbrica, patuscada, troça, pagode. (46.p.711)
BAMBOLINS
Especie de folhos nas saias, e cortinas. (9.p.162)
Especie de folhos nas saias, e cortinas. (5.p.162)
Sanefas ou galerias que ornam interiormente as janellas e portas, e cobrem os sitios em que se prendem as cortinas. (46.p.711)
BAMBU
Emblema de longevidade, provavelmente devido à sua durabilidade e à qualidade de se manter sempre verde. Símbolo confucionista de amizade eterna. Juntamente com o pinheiro e a ameixieira forma os “Três Amigos do Inverno”. (14.p.273
BANCA
Bufete, sobre o qual o Letrado tem os livros, em que estuda. (18.p.27)
Ver MESA.
BANCA DE CAMA
Mesa muito idêntica a um tabuleiro, tendo apoios baixos, fixos ou articulados. (3.p.76)
BANCA DE ESCRITA
Mesa com gavetas, destinada a guardar os utensílios da escrita, ou documentos, apresentando no caso da banca de escrita, o tampo mais saliente lateralmente e pernas de secção quadrada e travejadas. Em alguns casos pode levantar parte do tampo e fixar-se com determinada inclinação. (3.p.95)
BANCA DE TREMÓ
Ver MESA DE TREMÓ.
BANCADA DOS MESÁRIOS
Mobiliário religioso. Assento colectivo dos mesários de uma ordem terceira ou de uma confraria, localizada na capela-mor ou na nave. É composto por uma ou duas bancadas com espaldar e assentos corridos, ou individualizados, por vezes com as armas do Reino. Em regra, esta tribuna é colocada num plano elevado, com uma balaustrada que a separa do restante espaço da capela-mor ou da nave. (3.p.104)
BANCAES
São huns panos grosseiros, que se tecem em Cambaya, e servem de cobrir cestos, ou camas. (18.p.104)
BANCAES DE CARRAPICHANA
Ver BANCOAS.
BANCAL
Panno, com que a gente baxa costuma cobrir os bancos, e os caixões, que tem em casa. Há bancaes azuis, grandes, e pequenos, Bancaes de Miranda, e de Carrapichana. (18.p.28)
Pano de cobrir mesas ou bancos. (45.p.15)
Panno de cobrir mezas e bancas. (46.p.717)
BANCO
Móvel de assento de um lugar sem costas e de madeira. Assenta sobre pernas e pés ou painéis verticais, geralmente unidos por travessas. Pode assumir formas diversas. (3.p.57)
Assento grosseiro de taboa estreita, com encosto, ou sem elle. Os carpinteiros dão este nome á peça de sua mechanica da feição de hum banco, sobre o qual lavrão a madeira; e o mesmo se dá aos assentos das galés, onde vão os remeiros sentados. (9.p.162)
Assento comprido de madeira, no qual muitos se podem assentar no mesmo tempo. (18.p.28)
Objecto destinado ao repouso. Tem diversas formas. (2.p.63)
Ver RETÁBULO.
BANCO CORRIDO
Móvel de assento em madeira, ou guarnecido. Pode ter ou não costas e apoios dos braços. Quando apresenta costas tem o nome de banco de encosto, ou de espaldar. Pode rebater as costas e as pernas. (3.p.58)
BANCO DA FÁBRICA
Assento reservado à comissão fabriqueira de uma igreja, caracterizando-se pela imponência de tamanho e decoração. É, geralmente, colocado face ao púlpito. Pode apresentar uma inscrição a designar a fábrica da igreja a que pertence e ter associado uma caixa sob o assento para guardar os bens da fábrica. (4.p.25)
BANCO DAS BANDEIRAS
Mobiliário religioso. Banco sem espaldar e com orifícios no assento para encaixe das varas das bandeiras que figuravam nas cerimónias da Semana Santa dentro de um templo da Misericórdia. (3.p.104)
BANCO DE CAMPANHA
Banco com ou sem braços, com as pernas articuladas segundo um eixo central ou lateral. Pode designar-se por savonarola ou dantesco (v. cadeira), consoante o seu modelo. (3.p.57)
BANCO DE CELEBRANTE
Assento de coro em forma de banco utilizado nas concelebrações. (4.p.25)
BANCO DE CORO
Banco ou bancada reservado ao clero menor, acólitos, cantores e, por vezes, aos concelebrantes. É colocado no coro, sendo eventualmente embutido. (4.p.25)
BANCO DE DOBRAR
Banco com ou sem braços, com as pernas articuladas segundo um eixo central ou lateral. Pode designar-se por savonarola ou dantesco (v. cadeira), consoante o seu modelo. (3.p.57)
BANCO DE ÊXEDRA
Assentos destinados ao clero. Feitos em pedra ou, mais raramente, em madeira, são adossados à parede da abside, de cuja planta tomam a forma que é, em regra, semicircular, dispondo-se de cada um dos lados da cátedra episcopal. (4.p.26)
BANCO DE FAMÍLIA
Banco de igreja pertencente a uma família e reservado à sua utilização. É colocado fora do presbitério. Pode apresentar uma inscrição com o nome ou as armas da família a que está associado. (4.p.26)
BANCO DE IGREJA
Assento para os fiéis. Integra, geralmente, espaldas com apoios para cotovelos e joelhos, no momento da genuflexão. Pode estar fixo e solidário aos outros bancos, tendo, neste caso, os acessos laterais eventualmente fechados por meias-portas. Quando integra uma caixa sob o assento, o qual lhe serve de tampa, diz-se arquibanco de igreja. (4.p.26)
BANCO DE PIANO
Banco tendo o assento montado sobre coluna giratória de modo a poder variar a sua altura. (3.p.57)
BANCO DE PINCHAR
Figura de um banco sem costas, representado no escudo de armas dos infantes. (52.p.199)
BANCO DO CABIDO
Mobiliário religioso. Banco com espaldar rebatível, por vezes com pernas igualmente articuladas, usados em igrejas catedrais e colegiadas para as funções do Cabido fora do templo. (3.p.104)
BANCO DOS FIÉIS
Mobiliário religioso. Banco corrido simples, sem espaldar, ou banco com espaldar corrido com degrau e estante incorporados no reverso do espaldar. (3.p.104)
BANCO DOS MESÁRIOS
Mobiliário religioso. Banco com uma estrutura em arco de círculo, provido de espaldares e assentos corridos, destinados a assentos dos irmãos mesários das confrarias das misericórdias; por vezes, o lugar do provedor encontra-se assinalado por um elemento decorativo. Estes móveis mobilavam as casas do despacho das misericórdias, dispostos em redor de uma mesa redonda. (3.p.104)
BANCO GENUFLEXÓRIO
Banco baixo para apoiar os joelhos flectidos durante a oração. Pode estar solto ou integrar-se num banco de igreja ou num genuflexório, estando, neste caso, associado a um apoio para os cotovelos e a uma estante para livros de orações. (4.p.26).
BANCO PREGUICEIRO
Ver CANAPÉ.
BANCO ROTATIVO
Banco tendo o assento montado sobre coluna giratória de modo a poder variar a sua altura. (3.p.57)
BANCOAS
Bancoas ou Bancaes de Carrapichana. Sao húas cuberturas de lã com listras de varias cores, e se chamam de Carrapichana, porque dizem se principiaram a fazer em lugar assim chamado. (18.p.104)
BANDA
Pedaço de seda mais comprido, que largo, com que as molheres cobrem os hombros, e que os homens antigamente traziam atado á cintura. (18.p.29)
Elemento de design decorativo organizado ao longo de uma faixa horizontal. As bandas tendem a circundar o recipiente (ou parte do recipiente, por exemplo o colo), podem também repetir-se verticalmente ou diagonalmente. (12.p.134)
BANDEJA
Objecto para transporte e apresentação das peças ligadas ao serviço da mesa ou de quarto. Tem formas variadas, base ampla e plana, com bordos baixos, com ou sem asas, com ou sem pé; pode ser um objecto autónomo, integrar um serviço ou ser base de um centro de mesa. (2.p.64)
Serve para transporte de objectos possuindo bordadura, para evitar a sua queda. Distingue-se do tabuleiro porque apresenta um formato circular ou oval. (3.p.53)
Acessório de várias formas e materiais, usado para transportar pratos, copos e taças. O tipo mais antigo, de madeira, se difundiu na Inglaterra. Em seguida passaram a ser feitas em prata e estanho. Da produção italiana são lembradas em particular as bandejas lacadas venezianas. (5.p.10)
Peça de uso, espécie de tabuleiro de varias feições, com a borda mui baixa, he de madeira, metaes, xarão, ferve para doces, xícaras. (9.p.163)
Vaso de pao, redondo, e chato com sua aba levantada em que de ordinário se mandão presentes aos amigos. (18.p.31)
Utensílio plano, de vários tamanhos e formas, habitualmente destinado ao transporte e apresentação de objectos ligados ao serviço da mesa. É habitualmente delimitada por uma aba e desprovida de asas e de pés. (5.p.68)
Peça de charão, madeira ou metal, a modo de taboleiro com borda baixa, empregado no serviço da mesa, e particularmente para doces, chicaras, etc. (46.p.717)
BANHO
Técnica de vidragem que consiste na imersão ou no derrame de vidrado sobre o objecto em chacota (2.p.99).
Processo de imersão de uma obra ou peça num líquido, para revestimento, humedecimento ou decapagem. Camada de tinta aplicada sobre a preparação de uma pintura. (17)
BANQUAES
Ver BANCAES.
BANQUETA
Pequena banca. (9.p.164)
Género de soco ou plinto corrido e comprido, disposto num espaço por detrás do altar, com a função de apoiar a cruz e os castiçais. Por vezes, este conjunto podia ser enriquecido por imagens (bustos) de figuras sagradas. (5.p.69)
Diminutivo de banca; em sentido restricto, assento de pedra, servindo de parapeito em qualquer logar alto. (46.p.721)
BANQUETA DE ALTAR
Mobiliário religioso. Degrau acima do altar; por ext., designa o conjunto formado pelo crucifixo e pelos castiçais (dois, quatro, cinco ou seis) que aí se colocam em fileira. (3.p.56)
Um ou vários plintos sobre a parte de trás do altar, onde se coloca a cruz, ladeada por castiçais (3+3); nos intervalos dos castiçais pode colocar-se vasos de flores (2+2), imagens (geralmente, os 4 evangelistas, S. Pedro e S. Paulo) ou relicários (2+2). A banqueta pode conter relíquias (banqueta-relicário). (4.p.20)
BANQUETA DE CELEBRANTE
Assento de coro em forma de pequeno banco, eventualmente estofado, utilizado nas concelebrações. (4.p.26)
BANQUETA-RELICÁRIO
Banqueta de altar que contém relíquias. (4.p.20)
BANQUINHO
Banco pequeno. (18.p.37)
BAQUELITE
É uma resina sintética obtida pela junção de fenol com formaldeído (ácido fórmico), formando um polímero chamado polifenol. Foi inventada pelo belga Leo Baekeland, que criou, em 1910, a General Bakelite Company para a exploração industrial das suas descobertas. O seu uso manifestou-se não só em produtos correntes, mas também em joalharia e artigos decorativos, nos quais se conjugava com a prata. Em Portugal foram comuns, por exemplo, os guarda-jóias feitos em madeira, baquelite e prata. Estas peças adoptaram, por vezes, s forma de pequenas caixas ou mesmo de pequenos móveis tipo toucador, os psichés, usados na província para presentes de comunhão solene, entre outras aplicações. (11.p.46).
BARBAS DO ISOPE
São humas sedas de cavalo, ou de outro animal, enxeridas na extremidade de hu pauzinho redondo cm que se toma e dá água benta. (18.p.44)
BARBILHO
Cordão feito da seda não aproveitável para a fiação fina. (40.p.246)
BARBOTINA
Pasta líquida que serve para a reprodução de peças por enchimento de moldes em gesso. (2.p.99)
Forma de decoração com argila mais líquida, e por vezes de cor diferente, aplica-se utilizando uma seringa ou espátula. Aparece em contextos romanos, medievais e etnográficos. (12.p.134)
Massa de argila utilizada para unir várias peças de barro cru. (8.p.109)
BARCO EX-VOTO
Barco miniatural oferecido a uma igreja, como ex-voto, evocando um perigo ocorrido no mar, para cuja superação foi pedida a obtenção de uma graça. Este tipo de ex-votos é frequente em locais de culto ligados à navegação. (4.p.95)
BARGUEÑO
Estes móveis que, em Espanha, correspondem aos escritórios portugueses possuem, em muitos casos, segredos. À semelhança do contador, assentam frequentemente numa trempe ou base própria. No caso espanhol, a base pode apresentar-se em três tipos: mesa de pés torneados e esticadores de ferro; sobre uma base uma base de feição arquitectural com arcarias (pie de puente) e estiradores para suporte da tampa aberta, estes são geralmente esculpidos na extremidade com cabeças de leão ou conchas, a terceira versão de base é um corpo baixo com gavetas ou portas (taquillón). (3.p.95-96)
Móvel bastante representativo da marcenaria espanhola, que era usado como escrivaninha. A fachada em alçapão, variadamente decorada, esconde uma série de portinholas e gavetinhas ricamente trabalhadas e entalhadas. (53.p.10)
Ver ESCRITÓRIO.
BARRA
Tipo de guarnição para painéis de azulejos com a largura de dois azulejos que são justapostos e sobrepostos, limitando uma composição, tendo como soluções de remate os cantos e contracantos. (2.p.64)
BARRADA
Arca revestida exteriormente com barras ou pranchetas de ferro, destinada a arrecadar e transportar bens e objectos valiosos. (40.p.246)
BARRADO
Tecido decorado com barras de cor diferente. (40.p.246)
BARRETE
Cobertura quadrangular para a cabeça usada, na igreja, juntamente com as vestes litúrgicas, pelo clero sem mitra ou, fora da igreja, como cobertura vulgar, pelos clérigos. É feito de tecido, com um forro espesso de tecido, cartão ou couro, que o torna rigído e apresenta no topo, uma borla ou um cordão, de onde partem três ou quatro pontas. O tecido e a cor do barrete variam consoante a dignidade eclesiástica. (4.p.161)
BARRETE CARDINALÍCIO
Barrete de seda vermelha, sem borla, entregue pelo Papa a um cardeal como insígnia da sua dignidade. (4.p.161)
BARRETE DE CLÉRIGO
Barrete de tecido preto usado pelos presbíteros. (4.p.161)
BARRIL
Usa-se o termo (em rigor destinado a notar recipientes em madeira) para vasos cilíndricos dotados de boca e duas asas sobre a parede cilíndrica, típicos da Idade do Ferro peninsular. (12.p.69)
BARRISTA
Artesão que trabalha o barro. Oleiro. (54.p.55)
BARRO
Substância natural (uma forma comum de solo) composta na sua forma mais pura pela poeira das rochas vulcânicas. Quando combinada com água obtém plasticidade; ao secar adquire uma textura compacta; quando cozida ganha resistência física. (8.p.109)
É uma argila compacta e maleável que os escultores se servem para modelar as estátuas. Tem o inconveniente de secar rapidamente e de tornar-se então quebradiça e friável. Por isso, deve ser frequentemente regada durante o trabalho e envolvida, durante a pausa, em panos húmidos, que impedem a secagem. Quando uma obra de barro está terminada, é passada ao forno, o que tem por efeito solidifica-la reduzindo-a um pouco, devido à retracção da matéria: é o que se chama uma terracota. (54.p.55)
BARROCO
Corrente artística difundida em Itália e na Europa no século XVII. O termo é usado com sentido negativo, a partir do século XVIII, para definir um período de crise artística caracterizado pela falta de gosto e pela decadência estética e ética. A partir do final do século XIX esta lógica começa a ser contestada e é evidenciada a originalidade do barroco, relativamente ao contemporâneo classicismo. De um ponto de vista histórico o termo indica um estilo que nasce em Roma durante o papado de Urbano VIII (1623-1644) e a partir de então difunde-se por diversas partes de Itália e da Europa Católica. Caracterizado por uma forte exuberância espectacular, o barroco prefere jogos de luz, triunfos de cores e de efeitos de movimento que devem envolver emocionalmente o espectador e afirmar o poder eclesiástico. Em relação ao Renascimento, o barroco exprime uma nova concepção do espaço, que deixa de ser harmoniosamente ordenado pela perspectiva, para ser dominado por ilusionismos pictóricos capazes de dar espectacularidade à representação e dar a ideia do movimento. A permanente procura de dinamismo, unida à volta de impressionar o espectador, inspiram também as obras de Bernini, exemplo do mais alto nível da escultura barroca, como demonstra a Cátedra de São Pedro no Vaticano: aqui, a arquitectura, a escultura e a decoração contribuem para um efeito de grandiosidade, ampliado por uma sábia utilização da luz. Em arquitectura, a sensação de dinamismo é obtida através da articulação das superfícies em espaços vazios e cheios, côncavos e convexos. Como testemunho as fachadas das igrejas barrocas. (13)
Pérola de formato irregular, por vezes assumindo formas curiosas, o que permitiu aos ourives do ouro formar peças de grande efeito estético, sobretudo nos séculos XVI, XVII e XIX. (39.p.224)
BASE
Parte inferior do recipiente que fica em contacto com a superfície onde o recipiente assenta. Pode ser classificada como pedestal (também referido como pé), plana ou redonda. (12.p.134)
Parte inferior, ou suporte, de uma peça cerâmica. (2.p.64)
Termo que identifica genericamente um elemento de suporte de diversas plantas e formas, que tem como função servir de apoio a uma escultura. (8.p.110)
Elemento de suporte sobre o qual assenta o corpo de um objecto. (5.p.116)
BASE DE GARRAFA
Recipiente geralmente circular e de paredes baixas, em prata ou prata e madeira, destinado a conter uma garrafa para amparar o derramamento das gotas de vinho. Geralmente apresenta decoração em trabalho vazado. (5.p.69)
BASE PARA QUENTES
Suporte baixo com função isolante para apoiar recipientes com substâncias a altas temperaturas no serviço à mesa. (2.p.64)
BASILISCO
Animal fabuloso representado com cabeça de galo e corpo de felino. Na arte cristã pode simbolizar o pecado. (8.p.110)
BASSE-TAILLE
Ver ESMALTE.
BASTÃO PASTORAL
Bastão apresentado como insígnia da sua dignidade por um alto dignitário eclesiástico (Papa, cardeal, arcebispo, bispo, abade, abadessa). Pode apresentar várias formas: báculo pastoral, férula, tau ou cruz pastoral. (4.p.91)
BASTIDOR
Armação de ripas de madeira ou varetas metálicas onde se tende e se fixa a tela a ser pintada. (17)
Esqueleto de madeira executado para servir como suporte de telas. Na imaginária, é sinónimo dos termos armação e alma, e aplica-se à estrutura de madeira das imagens de roca. (8.p.110)
BATEDOR DE OURO
Artífice que executa a tarefa de bater o ouro e a prata até o reduzir a lâminas finas. (5.p.129)
BATE-FOLHA
Artífice que trabalha o ouro, a prata ou outros metais em folhas delgadas utilizadas para dourar, pratear ou aplicar no trabalho de acabamento das esculturas. (8.p.110)
BATENTE
Tampa colocada na frente da caixa e articulada na base, por meio de gonzos ou charneiras. Levantada, oculta as gavetas e baixada, proporciona uma superfície horizontal para apoio da escrita. (3.p.97)
BATENTE DE PORTA
Designação antiga de “aldraba” de bater à porta. Peça de retenção da porta, isolada na soleira, ou régua pregada por dentro na congénere, geralmente com fecho e que com ela faz par. Ressalto na soleira ou na umbreira, para reter a porta. Tafife mata-juntas de duas portas contíguas, pregado por fora na que geralmente abre. Cada um dos elementos iguais de uma porta múltipla. (40.p.246)
BATIK
Técnica pictórica e decorativa para papéis e tecidos que consiste na aplicação da cor em forma escalonada, utilizando cera para proteger aquelas zonas que devem recebê-la ou que já receberam o que lhes corresponde. Uma vez aplicadas todas as cores, a cera é derretida, com o que a decoração toma um característico aspecto de fendas. Esta técnica é originária da Indonésia, onde se emprega predominantemente para o estampado têxtil. (17)
BAÚ
O seu uso é muito antigo e associa-se à bagagem de transporte (guardar no bahú ou embauhular). A característica principal deste móvel refere-se à forma convexa da sua tampa, própria para deixar deslizar a água da chuva, durante a viagem. Podia ser executado em madeira ou vime, sendo na maioria dos casos coberto de couro e pregaria. Nalguns casos, a parte superior das ilhargas da caixa, corresponde à curvatura da tampa, noutros a tampa é fechada lateralmente. (3.p.81)
Móvel de guarda e de transporte já existente no século XVI, tendo a caixa paralelepipédica, como a dass arcas, mas tampa encurvada (abaulada). Umas vezes a parte superior das ilhargas, correspondente à curvatura, está ligada à tampa, noutras a tampa tem bordo próprio, subindo a ilharga até ele. (40.p.246)
BEATILHA
Panno de linho, ou seda, ou algodão, muito fino, e ralo. Na Índia fazem delle camisas. Em Portugal usam delle as mulheres, para toucas, ou toalhas da cabeça. (18.p.77)
BEBEDOURO DE AVES
Recipiente para água destinado ás aves. Pode ter diversos modelos, sendo comum o de um recipiente baixo cilíndrico com aberturas laterais e aberto em cima a que se ajusta o depósito, recipiente aplicado com o bocal invertido. (2.p.64)
BELA
Prato de cerâmica levando o retrato de uma mulher a quem o objecto era dedicado. Chama-se “bela” porque tem, habitualmente, num cartão esvoaçante, pintado o nome da pessoa a quem era dedicado, acompanhado do adjectivo “bela”. Foi produzido por muitos artesãos italianos, em particular em Deruta e Faenza. (53.p.12)
BENI-E
Forma da primitiva impressão a cor japonesa em que a cor – um vermelho ligeiramente rosado(beni) – se aplicava à mão; realizou-se principalmente a partir de 1715. (54.p.58)
BENIZURI-E
Etapa que vai de 1740 a 1770 do desenvolvimento da gravura a cor japonesa em que se imprimiam duas cores (normalmente rosa e verde, às vezes amarelo ou azul) a partir dos tacos. (54.p.58)
BENTINHO
Pequeno escapulário usado como objecto de devoção privada, geralmente à Virgem do Carmo, não ligado a uma confraria. (4.p.66)
BENTÔ
Ver VENTÓ.
BERÇO
Leito de pequenas dimensões, constituído por uma espécie de caixa de lados elevados, onde se deita um bebé. É também designado por camilha. A cama de criança, de maiores dimensões, embora tenha os lados elevados como no berço, tem pelo menos um dos lados, móvel. O berço pode ter ou não pés, ou apoiar-se simplesmente numa travessa de baloiço, ou embaladeira, podendo nesse caso ser designado por berço ou camilha de embaladeira. (3.p.65)
É uma espécie de leito movediço em que deitam a criança para a embalar e adormecer. (18.p.106)
BERÇO DE APARATO
Berço destinado à “apresentação” de um bebé de família nobre; é geralmente alto e fixo. (3.p.66)
BERGÈRE
Poltrona ampla, cómoda, com espaldar e braços acolchoados e com uma almofada móvel no assento. É um móvel típico do período Luís XV, durante o qual se uniu à elegância de um móvel o conceito de comodidade. (53.p.12)
BERILO
Mineral do qual fazem parte, por exemplo, as variedades gemológicas conhecidas como esmeralda (verde), água-marinha (azul), morganite (rosa), heliodoro (amarelo), goshenite (incolor). (5.p.129)
BERLINDA
Carruagem suspensa e fechada, de quatro lugares, inventada em Berlim no séc. XVII. (54.p.58)
BERRÃO
É uma escultura zoomórfica muito “tosca”. É difícil dizer se representa um javali, um porco, um touro ou um outro animal. Encontra-se muito em Espanha, e em Portugal nas zonas de Trás-os-Montes e Beira Interior. (7.p.39)
Escultura em granito, representando um porco ou um javali, característica do período pré-romano, portanto celta, da zona transmontana e da vizinha Espanha. (54.p.58)
BESANTE
Designa um motivo ornamental que consiste numa fiada de elementos ovóides ou de meias esferas. (5.p.116)
BESTAS DO APOCALIPSE
Quatro criaturas aladas representando os quatro Evangelistas, a saber, um anjo, referente a São Mateus, um leão correspondendo a São Mateus, um boi, simbolizando São Lucas; e uma águia, reportando-se a São João. As “bestas” foram mencionadas pelo profeta do Antigo Testamento, Ezequiel e equiparadas aos Evangelistas pelos primeiros Cristãos. Como no Livro da Revelação aparecem umas criaturas semelhantes, passariam a ser conhecidos como as bestas “apocalípticas” ou do Apocalipse. (34.p.218)
BESTIÁRIO
Livro medieval que versam temáticas animais, reais ou imaginárias. Serviram de fonte para este tipo de representações quer na escultura românica, quer na escultura gótica. (8.p.110)
Conjunto de textos medievais dos sécs. XII e XIII, relativos a animais, de inspiração greco-romana, que deram origem a uma espécie de zoologia mística que permitiu representar alegoricamente e sob a forma de animais as virtudes e vícios da humanidade. Serão assim a fonte de inspiração dos baixos-relevos enigmáticos que decoram os monumentos góticos, ou talvez esses relevos sejam fruto da fantasia, dada a complexidade da sua interpretação. (54.pp.58-59)
BETUME
Pigmento castanho, quimicamente instável, que escurece com o tempo, e que provoca o estalado ou craquelé. Foi muito usado como tinta de suporte nos finais do séc. XVIII e inícios do séc. XIX, pelo que essas pinturas ficam muito escuras (cores betuminosas). Contra esta prática, reagiram os naturalistas e impressionistas. (54.p.59)
BEZZETTINO
Chama-se assim o fundo azul de alguns pratos e vasos de Faenza. (53.p.12)
BIBLIÓFAGOS
Nome dado aos insectos que se alimentam de papel, cola, pergaminho, cabedal ou tecido e madeira das encadernações. Entre as mais de 950 mil espécies de insectos que existem, pelo menos 70 vivem nos arquivos, bibliotecas e museus. Estes insectos – os bibliófagos – representam uma ameaça para os livros, manuscritos, fotografias e mapas. (10)
BIBLIÓFILO
Coleccionador de livros, especialmente de livros raros. Pessoa que tem amor pelo livro. (10)
BICÉFALO
Diz-se do que tem duas cabeças. É muito frequente na escultura românica aparecerem monstros bicéfalos. (7.p.39)
BICO (recipiente)
Protuberância simples ou tubular através da qual o líquido de um recipiente pode ser vertido ou por vezes directamente ingerido. (2.p.64)
Elemento protuberante de um objecto, através do qual é vertido o líquido contido nesse objecto. Pode constituir parte integrante da secção superior do seu corpo, apresentar a forma de uma pequena saliência de linhas rectas ou curvas junto ao bordo (i.e., bico adossado) ou adquirir maior destaque, quando parte do bojo em linha recta, ou numa secção tubular em ”S”. Dentro deste último modelo, é chamado de bico colo de cisne aquele que apresenta curvatura em forma de “S” alongado, semelhante ao pescoço de um cisne e, bico colo de pato, aquele em que a curvatura é menos pronunciada. Um e outro ocorrem especialmente em determinadas peças como bules ou cafeteiras, podendo apresentar um motivo zoomórfico na extremidade. (5.p.117)
BIDIMENSIONAL (ESCULTURA)
Escultura executada em duas dimensões – altura e largura, pelo que se identifica sobretudo com o baixo relevo. (8.p.110)
BIDÉ
Recipiente destinado à higiene das zonas genitais com forma baixa e alongada que se pode apresentar como objecto cerâmico autónomo de pousar no chão ou montado numa estrutura de madeira ou metal. (2.p.65)
Assento de toilete sob o qual é contido o vaso, quase sempre de cerâmica e frequentemente ornado com desenhos ou inscrições. O pequeno móvel fica no quarto de dormir, mas às vezes também em outros cómodos. No seu diário, Samuel Peppys fala de uma senhora nobre que ele surpreende quando satisfaz suas próprias necessidades na sala de jantar. (53.p.12) Escultura executada em duas dimensões – altura e largura, pelo que se identifica sobretudo com o baixo relevo. (8.p.110)
BIGORNA
Instrumento constituído por um bloco maciço de ferro ou aço com uma plataforma plana na parte superior e duas pontas, sendo uma redonda e outra mais pontiaguda, apoiada numa base de madeira. (11.p.21)
BILHA
Recipiente destinado a conter líquidos. Tem forma bojuda, um ou dois gargalos estreitos e uma ou mais asas laterais e/ou superiores. Pode ter acessórios como, tampa, copo ou púcaro e, por vezes ainda, uma torneira. (2.p.65)
Recipiente de paredes normalmente muito contracurvadas, de dimensões não muito grandes, característico pela provisão de uma ou duas asas e de um bico de verter, destinado ao transporte e transvase de água (ou outros líquidos). (12.p.69)
Vaso de barro, em que se deita vinho, leite, agoa, etc. Tem feitio de outro vaso; de barro, a que chamam infusa mas esta não tem bico. (18.p.123)
Designação aplicável à quarta, peça destinada geralmente à água (ou ao leite) e que poderia ter funções civis ou religiosas, contendo água para ser usada nos serviços religiosos, nomeadamente na Semana Santa, servindo na cerimónia do Lava-Pés. (29.p.507)
Recipiente bojudo, com gargalo estreito, podendo apresentar bico, vulgarmente munido de asa, destinado a líquidos, para uso civil ou religioso. (5.p.69)
BILHA DE SEGREDO
Bilha cujo colo tem decoração vazada, fazendo-se a circulação da agua entre a asa oca ajustada ao bojo directamente com o gargalo, também oco e com um bico. (2.p.65)
BILHARDA
Travessa central do travejamento em “H”, cujo torneado afunila nas extremidades. Termo oficinal dos marceneiros portugueses. (3.p.60)
Travessa frontal da trempe, colocada horizontalmente, cujas extremidades encaixam nas travessas laterais que aí assumem uma forma prismática, geralmente um cubo de intercepção, formando com elas uma trempe em forma de “H”. (38.p.230)
BILHETA
Ornato côncavo que é constituído por pequenos cilindros ou rectângulos projectados. (5.p.117)
BIOMBO
São estruturas articuladas com um número variado de elementos ou folhas revestidas dos mais diversos materiais, servindo para compartimentar e decorar divisões, criar privacidade nos espaços, ou resguardar do frio e do calor. Os biombos podem ser ainda um meio privilegiado para expor, na sua moldura, têxteis ou revestimentos parietais antigos. Tal é o caso de biombos executados com painéis de couro lavrado do século XVII. Note-se que o uso do couro como guarnição de paredes, foi substituído, no século XVIII, pelo papel de parede. (3.p.53)
Grade dobradiça constituída por dois ou mais painéis, geralmente de tecido, mas também de madeira, laca ou metal. Era utilizado para proteger das correntes de ar, porém mais tarde também como elemento de divisão provisória de um local e por fim como elemento decorativo. (…) Particularmente famosos os biombos orientais, pela surpreendente riqueza de decoração, com pinturas e bordados sobre seda. (5.p.12)
Grades de páo forradas de coiros, ou lençarias pintadas, as quaes constão de varias peças unidas por bizagras, ou dobradiças; sustem-se em pé, para cobrirem cercando v. g. huma cama, porta, etc. (9.p.182)
Armação portátil de grades de pao, cobertas de panno, ou outra matéria, pegadas humas às outras e dobradiças, que se empinam nas portas das casas, para as abrigar do vento. (18.p.124)
Tabique móvel de madeira, tela, etc., formado de bastidores verticais, por vezes decorados, ligados por dobradiças, que se abre nos apartamentos para se abrigar de correntes de ar. O biombo, destinado a esconder o corpo inteiro sem excepção dos pés, é construído de modo que os seus painéis cheios repousem directamente no chão. É ligando-os entre si por charneiras de dupla rotação que se obtém a pose em dentes de serra que assegura a estabilidade. As folhas do biombo são frequentemente decoradas de lacas à imitação da China. Mas na maioria dos casos são simplesmente feitos de tecido ou de tapeçaria. (54.p.60)
BISAGRA
Dobradiças em forma de lemes. (3.p.78)
Dobradiça especial para tampo de mesa de “gonços” ou similar, tendo uma peça intercalar articulada entre as “folhas” que permite aos volantes do móvel fechar sobre o painel central do tampo, ou sobre si mesmos e evita, quando abertos, que descaiam relativamente ao plano do dito. No dicionário de Faria assimila-se a “bisagra” ao gonzo e dobradiça ou “macho-fêmea”, antigamente chamada. Mas o inventário da casa de D. João III alude, distinguindo-as às “machefemeas” dum armário e às bysagras duma mesa. (40.p.247)
BISAGRA DE BALAÚSTRE
Provavelmente assim se denomina aquela cujo formato das “folhas” se assimilava à secção recta dum balaústre. (40.p.247
BISCOITO
Ver CHACOTA.
BISCUIT
Designa o corpo cerâmico obtido após a primeira cozedura da porcelana, sendo frequente o seu uso como material final, não vidrado e com a aparência de fino mármore branco. (2.p.99)
Grés ou porcelana cozidos sem revestimento de vidrado. (14.p.273)
Cerâmica de tonalidade branca sem esmaltes ou pinturas que foi cozida duas vezes. (8.p.110)
Porcelana não esmaltada, de cor branca opaca, utilizada sobretudo para a execução de estatuetas, grupos e medalhões.
BISEL
Corte oblíquo que na extremidade forma o fio de uma goiva. Por extensão, aplica-se a qualquer talhe oblíquo. (8.p.110)
BISELADO
Talhe efectuado em bisel, que consiste numa incisão oblíqua sem uma aresta ou quina viva. (5.p.129)
BISELAGEM
Talhe em bisel ou chanfro de um espelho, de um vidro de relógio, para facilitar o seu encaixe numa moldura ou armação. (54.p.60)
BISPOTE
Vaso de urinar. (9.p.183)
Ver BACIO.
BISTRE
Tinta de cor semelhante à do alcatrão, obtida pela diluição de fuligem em água. Utilizada desde o séc. XIV na ilustração de livros e, posteriormente no desenho à pena e aguarela. Foi substituída no séc. XIX pela sépia.
Ver SÉPIA.
BITOLA
Molde de papel ou cartolina que serve para determinar a colocação das cordas da costura de acordo com as dimensões do livro. (10)
BLOCO DESBASTADO
Refere-se a uma peça apenas desbastada. (8.p.110)
BOCA
Orifício ou abertura de um recipiente. (2.p.134)
Ver BOCAL.
BOCAL
Abertura superior de um recipiente, podendo ser vertical ou curvada em direcção ao exterior. (5.p.117)
Abertura superior, geralmente horizontal, de um recipiente. (2.p.65)
BOCAL DE ALMOFADA
Abertura na fronha para introduzir o recheio. (40.p.247)
BOCAL DE CASTIÇAL
Cavidade de secção cilíndrica ou em forma de pequeno copo na qual é introduzida a vela. Constitui parte integrante do castiçal, do candelabro, da palmatória e, ocasionalmente, da escrivaninha.
Ver Arandela. (5.p.117)
BOCAL DE TRAVESSEIRO
Abertura na fronha para introduzir o recheio. (40.p.247)
BOCETA
Vaso pequeno de qualquer matéria, grandeza e figura. (18.p.138)
Caixa pequena de papelão, madeira, redonda, oblonga, oval. Trazer alguma coisa em boceta, empapelada, guardada com cuidado, e mimo. (9.p.185)
BOCETINHA
Dim. de boceta. (9.p.185)
BOETA
O mesmo que boceta. (40.p.247)
Boceta, cápsula, píxide, arquinha, gaveta, cofre. Vem do francês boete na mesma significação. (45.p.39)
BOFETA
Panno de algodão, que vem da Índia muito fino e muito tapado. (18.p.141)
BOFETE
Ver BUFETE.
BOJO
A parte de hum vaso, ou outra cousa, que sahe mais para fora, como barriga (18.p.142)
Parte convexa e arredondada do corpo central de uma peça cerâmica. (2.p.66)
Parte convexa e arredondada do corpo central de um objecto. (5.p.117)
BOLA DE CRAVAR
Termo de ourives de ouro. He huma bola ovada de pao, em a qual se apertaõ as pedras para as suster firmes. (18.p.142)
BOLEAR
Acção de conferir uma forma arredondada a uma determinada superfície. (p.130)
BOLO (BOLUS)
Camada prévia do douramento a água, constituída por argilas muito finas e purificadas (alumino silicatos, óxidos de ferro) aglutinadas com cola que aplicada sobre o aparelho (preparo) permite, depois, a brunidura da folha de ouro. (1.p.73)
Ver MORDENTE.
BOLO ARMÉNIO
Tipo de argila vermelha que se coloca sobre o revestimento de gesso aplicado para que os pães de ouro possam aderir bem, dando-lhes uma tonalidade mais pálida. (8.p.110)
Ver BOLO (BOLUS).
Ver MORDENTE.
BOLSA DE CORPORAL
Bolsa de corporal, idêntica, do ponto de vista formal e material, às de uso comum, mas de grandes dimensões e que nos pontificais patriarcais, pode apresentar-se no cortejo e servir na cerimónia. (4.p.73)
BOLSA DE OFERTÓRIO
Pequeno saco ou bolsa, geralmente fixa à extremidade de um cabo comprido, utilizado na colecta do ofertório. (4.p.120)
BOLSA DE VIÁTICO
Saqueta com bolso lateral para transporte da píxide dos enfermos ou de um ostensório e corporal, na administração do viático. É feita em seda branca ou num tecido dourado ou prateado. Pode apresentar um cordão que permita suspendê-la ao pescoço. (4.p.73)
BOLUS
Argila fina e compacta cuja tonalidade pode variar do rosa pálido, azul acinzentado escuro, verde, mas que é mais comum ser alaranjada ou vermelha. É utilizada sobre uma camada de gesso ou de outra matéria usada para branquear, como preparação para o dourado a água. A sua tonalidade de base tem efeitos sobre a folha de ouro que lhe é aplicada em cima. (8.p.111)
BOMBACHAS
Calcões de seda, que ou se traziam com tufos, ou garambazes; erão muito largos, e se atavão pellos joelhos. (18.p.150)
BOMBAZINA
Huma droga de algodão, fustão. (9.p.188)
Hum género de pano grosseiro, de que se fazem vestidos. (18.p.151)
BOMBONEIRA
Caixa pequena para doces, muitas vezes com função decorativa, com ou sem tampa. (2.p.65)
BONE CHINA
Porcelana fosfática, muito branca, com elevada resistência mecânica, ressonante e translúcida, depois de cozida. É constituída essencialmentre, por caulino, pegmatito e cinzas de ossos de gado bovino. As peças em cru requerem cuidados especiais, pela reduzida plasticidade e resistência mecânica desta pasta. Para melhorar a plasticidade são, por vezes, misturadas pequenas quantidades de ball clay. (2.p.99-100)
BONECA
Bola de algodão simples ou coberto de pano usado, cujas pontas se amarram ou prendem, deixando no lado oposto uma forma lisa e arredondada. (10)
BORBADILHO
Lençaria. Há borbadilho de linhas, borbadilho de cores, etc. (18.p.155)
BORBOLETA
Símbolo da felicidade conjugal, da alegria e do Verão. Pela homofonia com die, significando “a idade de setenta ou oitenta anos”, é também um emblema de longevidade. (14.p.273)
BORDA
Ver BORDO.
BORDADOR
O que com seda, e ouro faz lavores de agulha. (18.p.157)
BORDO
Madeira. Dizem, que he huma espécie de carvalho do Norte. Não he fácil acertar com o nome latino desta árvore. Alguns autores de diccionarios lhe chamam Acer. (18.p.159)
O mesmo que “carvalho”. (40.p.247)
BORDO (Recipiente)
Parte protuberante ou não que remata o bocal de um recipiente vertical ou que limita a aba de um recipiente horizontal. (2.p.65)
Limite e/ou remate de uma superfície, de que constituem exemplos a aba, o bocal ou a base de um objecto. (5.p.117)
BORILADA
Ver BURILADA.
BORNE
Móvel de assento geralmente circular, com um apoio central para as costas em forma de cone truncado. Por vezes o cone central era rematado com um vaso, escultura ou fonte. Muito em voga no século XIX, destinava-se geralmente a mobilar grandes áreas de recepção. (3.p.58)
BOTÃO
Pequenas peças usadas para apertar ou para ornamentar o vestuário, quase sempre de forma arredondada e achatada, com dois ou mais orifícios de fixação. (2.p.65)
BOTARÉU
Motivo ornamental que representa uma flor de três pétalas sobre uma esfera. (5.p.117) Do castelhano botarel – contraforte ou pilastra de reforço para sustentar paredes, com o objectivo de proceder à descarga do arcobotante. (5.p.118)
BOTIJA DE LEITO
Recipiente de secção troncocónica, com o fundo liso e bocal estreito provido de tampa com argola. (5.p.69)
BOUDOIR
O boudoir, composto por um quarto de dormir e outro de vestir, uma casa de banho e, por vezes, um quarto contíguo para a criadagem, funcionava como um aposento privado das mulheres aristocratas, onde podiam ler, dormir e apreciar a companhia dos amigos íntimos. (16.p.65)
BOURDALOUE
Termo francês que designa um recipiente para recolha de fezes. Oval ou em forma de feijão, tem fundo plano, bordo superior ligeiramente em reentrância e asa lateral vertical. Utilizado pelas senhoras quando obrigadas a permanecer de pé durante muito tempo, ou em viagem, então com tampa e colocado num suporte adaptado. (2.p.66)
BRAÇAL
Parte da armadura que defende os braços.
BRAÇO DE LUZ
Peças de encaixe para suporte de velas ou lâmpadas. Pertencem a objectos de luminária como candelabro, tocheiro, lustre e placas de luz ou mesmo espelhos. (2.p.66)
Elemento de suporte, lateral a uma haste (haste de castiçal ou candelabro), sustentando na sua extremidade o bocal e a arandela. (5.p.118)
BRAÇO-RELICÁRIO
Receptáculo em forma de braço reproduzindo a parte específica do corpo de onde foi retirada a relíquia. (4.p.95)
BRAÇOS
Travessas horizontais geralmente fixas na prumada traseira da cadeira, com apoio vertical na extremidade livre. Servem para descansar os antebraços. Por vezes as costas baixas prolongam-se acompanhando o assento lateral servindo assim para apoiar os braços de quem nelas se senta. (3.p.60)
BRAÇOS DE CRUZ
Elementos horizontais de uma cruz colocados de forma transversal à haste vertical e utilizados para prender ou pregar as mãos de Cristo. (5.p.118)
BRAGAL
Panno grosso atravessado de muitos cordões, que se tece na Beira, e Trás-os-Montes. (9.p.195)
He hum panno grosso, atravessado com muitos cordões. Tece-se na Beira, ou Trás-os-Montes. A gente rustica faz delle toalhas de Mesa e guardanapos e com elle costumam as amassadeiras cobrir no taboleiro por baixo, e por cima, a masssa feita em pão. (18.p.178)
BRAGEL
O mesmo que BRAGAL. (45.p.40)
BRANCO
Até ao século XIX o branco mais usado na pintura a óleo foi o branco de chumbo conhecido desde a Antiguidade. É mesmo o primeiro pigmento artificial que se conhece e é obtido através da acção corrosiva do vapor de vinagre sobre o chumbo. A sua utilização na pintura mural leva ao seu enegrecimento, razão pela qual se utilizam aqui outros brancos, como o do carbonato ou do sulfato de cálcio, que também são usados na preparação e impermeabilização de madeiras ou telas para pintar. Mais recentes são os brancos de zinco, usado depois de 1840 e o branco de titânio, criado nos inícios do século XX nos Estados Unidos, mas que só tem utilização na Europa a partir de 1920. (1.p.74)
BRANCO DE PRATA
Ver PIGMENTOS.
BRANQUEAR
BRASÃO
Representação das armas de uma família ou de uma cidade. (2.p.89)
BRASEIRO
Recipiente onde se colocam brasas para aquecer um aposento, as mãos ou os pés. Tem forma arredondada e baixa, com pés e uma tampa vazada. (2.p.66)
BRECHA
Rocha composta de fragmentos calcários aglutinados, ou seja, elementos arredondados de diferentes calibres, aglutinados por um cimento carbonatado. Etimologicamente deriva de Brescia, cidade italiana. Em Portugal, há jazidas importantes na Serra da Arrábida. (8.p.111)
BRETANHA
Panno de linho, que nos vem de Bretanha. (18.p.189)
BREU
Massa composta por resina, gesso ou outro pó, e sebo ou óleo, podendo também incluir outras substâncias, que serve como base de trabalho das peças a cinzelar. Além de fixar as peças e preencher as eventuais cavidades do relevo, a sua maleabilidade permite uma deformação localizada da superfície metálica, absorvendo as pancadas do martelo sobre os cinzéis. (5.p.130)
BREVE
Nome popular dado a determinada tipologia de jóias de temática religiosa compostas por recipiente oco, passível de ser aberto mediante um espigão em forma de rosca e que deve o seu nome aos breves apostólicos, não tendo ainda, no entanto, sido apontada a relação específica entre ambos. (39.p.224)
BREVE DEVOCIONAL
Pequeno saco, que contém relíquias ou fórmulas de orações, levado pela parturiente, no momento do parto, como objecto de devoção privada e penhor de protecção. É feito em tecido cosido a toda a volta e não deve ser aberto. (18.p.66)
BRICHE
Tecido de láa mais grosso que a saragoça, de fábrica Nacional. (9.p.197)
BRILHANTE
Expressão popular muito utilizada para designar o diamante, mas que, em rigor, se refere a um estilo de lapidação. (5.p.130)
Ver TALHE BRILHANTE.
BRIM
Lençaria de que ha muitas sortes. (9.p.198)
Lençaria, da qual há muitas castas. Brim ordinário, Brim fino, largo, grosso, curado, etc. (18.p.193)
BRINCOS À RAINHA
Ornatos de orelha oitocentistas. São considerados os mais aparatosos brincos do ouro popular. Apresentam uma forma arredondada e cheia, por contraponto com os brincos à rei, parecidos na decoração, mas mais esguios na forma. São compostos por duas peças recortadas e vazadas, articuladas por argolins. A parte inferior do brinco apresenta no centro uma outra peça circular, também articulada, cujo movimento os torna ligeiros e elegantes quando usados. O seu uso estende-se por todo o Norte e também por inúmeras regiões do Centro e Sul do país. Contudo, é no Minho que encontram a sua maior pujança. Foram usados desde meados do século XIX, mas a sua exibição subiu exponencialmente durante o século XX, quase extinguindo do uso outras formas de ornatos de orelha típicas dessa região. No final do século XIX e início do século XX, estes brincos apresentaram-se igualmente decorados com pequenas pedras vermelhas e verdes. Estes exemplares eram, no entanto, muito raros, tendo desaparecido completamente do uso. (11.pp.49-50)
BRINCOS À RAINHA ANTIGOS
Ornamentos de orelha muito aparatosos. Considerados por alguns como mais antigos que os tradicionais brincos à rainha, cremos serem da primeira metade do século XX; porém a sua data não está determinada. Em termos de configuração são muito semelhantes aos brincos à rainha, apresentando igualmente dois módulos e uma parte móvel no corpo central. Contudo, são mais opados e menos vazados que estes, sendo igualmente produzidos por técnicas diferentes. São, ainda, mais leves e igualmente aparatosos, daí, talvez, o seu sucesso. (11.p.50)
BRINCOS À REI
Brincos aparatosos, semelhantes aos brincos à rainha na sua construção, mas mais longilíneos e menos vistosos que estes. (11.p.50)
BRINCOS À VIANESA
Ver BRINCOS À RAINHA. (11.p.51)
BRINCOS DE CHAPOLA
Brincos feitos em fina chapa de ouro, quase sempre de forma redonda ou oval e rematados por um fio torcido. Apresentam um aro de escape, sendo geralmente decorados com turquesas, pérolas, meias-luas, quartos crescentes e estrelas, podendo apresentar, ainda, pequenas pérolas ou pedras ornamentais e decoração da chapa com efeitos de piqué. (11.p.52)
BRINCOS DE COTIO
Designação dada a brincos de várias formas, de uso diário, em contraponto aos brincos mais ricos e elaborados, a que se recorria em ocasiões especiais. (11.p.53)
BRINCOS DE FUSO
Peças com uma forma pendente articulada a uma fantasia em roseta acaompanhada ou não de um laço ou de um gancho. O corpo do brinco, o “fuso”, é decorado com rosetas, espirais e estilizações de folhas. Dada a semelhança deste corpo com uma roca, estes brincos são, por vezes, apelidados de “rocões”. (11.p.53)
BRINCOS DE LUAS
Designação dada popularmente a brincos de chapola com decoração de quartos de lua em relevo (11.p.53)
BRINCOS DE MEIA LIBRA
Brincos redondos feitos de moedas de meia libra. Estes brincos pesavam cerca de vinte gramas, o que os tornava difíceis de suportar nas orelhas e levava, muitas vezes, a que os lóbulos fendessem. As libras preferidas para a execução deste ornato eram aquelas que ostentavam a efígie da rainha Vitória, em detrimento das que representavam Jorge V. (11.p.54)
BRINCOS DE PASTA
Designação dada pelas ciganas aos brincos à rainha. (11.p.54)
BRINCOS DE PRINCESA
O mesmo que brincos à rainha. (11.p.54)
BRINCOS DE QUINTOS
Brincos feitos com quintos de libras peruanas. (11.p.54)
BRINCOS DOS AIS
Pequenos brincos constituídos por uma diminuta argola de fio de ouro com uma esfera lisa do mesmo metal ou uma pequena pérola de fantasia, ao centro. Eram, quase sempre, os primeiros brincos colocados nas meninas, ainda bebés, que chorariam quando lhos colocassem, daí a onomatopeia da sua designação. (11.p.54)
BRINCOS FOLHA DE OLIVEIRA
Designação dada a brincos em forma de campânula com duas áreas vazadas longitudinalmente, tendo uma parte central mais comprida do que as laterais e decorada com composição em esferas. Na parte posterior, apresentam uma grande argola de suspensão que acompanha todo o brinco e prende numa pequena argola. Dentro da heterogeneidade das designações dos ornatos áureos, os brincos folha de oliveira apresentam um extraordinário consenso, sendo assim conhecidos por todos, tanto fabricantes, como ourives e clientes. (11.p.54-55)
BRISTOL
Determinada classe ou qualidade de papel de desenho. (17)
BRITANNIA METAL
Liga de metal branco constituída por estanho, antimónio e cobre. (5.p.130)
BROCADILHO
Brocado leve ou somenos. (18.p.196)
BROCADO
Tela de seda enttetecida de oiro, de varias fortes, a mais preciofa , he a que tem recamo de oiro relevrdo, e fe diz brocado de trez altos. (9.p.199)
BROCATEL
Panno de seda, que tem a prata tirada por fieira. (18.p.197)
BROCHA
Fecho de latão, prata, ou outro metal, com que se aperta o livro. (18.p.197)
BROCHAR
Coser as folhas de livros, depois de dobradas e ordenadas, ligando-lhes em seguida uma capa de papel. (10)
BROCHE
Joia de pedraria, ou só de metal, confia de duas peças, que apertam roupas, e de ordinário no peito, á maneira dos colchetes. (9.p.199)
BROCHOS
Peças de metal que colocadas nas encadernações que serviam para proteger os livros. (10)
BRONZE
Liga de cobre e de estanho cujas propriedades são modificadas pela adição de outros metais como o zinco, a prata, o chumbo, etc. O bronze utilizado para a estatuária tem entre 70% a 90% de cobre, entre 2% a 15% de estanho, acrescidos de chumbo, de zinco ou eventualmente, em certos casos, de outros elementos. Para produzir uma obra em bronze, esta liga é levada ao seu ponto de fusão (c. 1 100 ºC) e depois deitada sobre um molde. (8.p.111)
Liga de cobre, estanho e zinco, em proporção variável conforme o grau de dureza que se quer obter e o destino do objecto a fabricar.
BRONZEADO (LEITO)
Leito decorado com aplicação de motivos recortados, vazados e dourados de latão ou bronze, fundidos e cinzelados, característico do século XVII, pelo menos até ao seu 3º quartel. (40.p.248)
BRONZEAR
Técnica de acabamento que consiste em dar a várias matérias o aspecto do bronze antigo. Consiste na aplicação sobre a superfície de “pó de bronze”, constituído por óxido de estanho e enxofre misturados em partes iguais e fundidos. (8.p.111)
BRUNHETE
Tecido de lã algum tanto bruno. (9.p.200)
BRUNIDO
Método utilizado para produzir uma superfície macia e lustrosa; é obtido através da fricção intensa com um objecto duro (geralmente um pequeno seixo macio), quando a superfície do recipiente está bem seca, mas antrs da cozedura, resultando numa superfície bastante brilhante. O brunimento é obtido pela compressão e alinhamento das partículas minerais da argila, produzindo uma camada densa e contínua (este efeito pode ser observado através de análise microscópica). O brunimento pode ser efectuado na argila do próprio recipiente (neste caso a coloração do núcleo e da superfície das paredes são semelhantes), ou pode ser feito para fixar pigmentos, podendo a superfície brunida ter uma cor diferente do recipiente. (12.pp.134-135)
BRUNIDOR
Instrumento composto por um cabo de madeira cuja extremidade possui uma pedra de ágata de várias formas e que serve para polir os cortes do livro e para brunir a folha de ouro. (10)
BRUNIDURA (Técnica)
Técnica de decoração que consiste no polimento de uma superfície mate com brunidores de pedra dura. Permite criar efeitos decorativos por contraste entre superfícies mates e brilhantes. A brunidura é feita quando o barro apresenta um ponto de secagem com dureza idêntica à do couro. (2.p.100)
BRUNIR
Operação que restitui às peças o brilho característico do ouro. Esta acção consiste em escovar as peças com uma escova de latão – o brunidor – água e detergente. Algumas jóias recebem uma camada de pomada, designada “patine” com o objectivo de criar contrastes entre os fundos mais escuros e as superfícies mais claras e brilhantes, dando-lhes, assim, o efeito de peça envelhecida. (11.p.24)
Polir. (8.p.111)
Trabalho de conferir um aspecto de polimento ou brilho a uma superfície, com o recurso de um brunidor. (5.p.130)
BRUTESCO
Ornamento de grande dimensão representando animais, plantas ou seres fantásticos articulados entre si por imbricamentos de ornatos vegetalistas ou geométricos. (2.p.89)
(Termo de Pintor) Outros dizem pintura bruta, e ela consta de satyros, veados, passaros, arpias, meninos, com folhagens, flores, frutos, etc., e em razão dos animaes, que representa, he chamada, Brutesco. (18.p.199)
Elemento decorativo representando animais, plantas ou seres fantásticos. (8.p.111)
Ver GRUTESCO.
BUCAREJO
Deve ser nome de vasilha quase esférica, de pouco preço. (43.p.31)
BUCHELA
Ferramenta de ferro ou aço que serve para colher, escolher, curvar e enrolar fios de filigrana, além de segurar ou montar pequenas peças. A buchela é mais larga que a pinça, sua semelhante. (11.p.21)
Pinça de ferro ou de aço que serve para escolher, curvar, enrolar e posicionar fios de filigrana. (5.p.130)
BUCRÂNIO
Ornamentação que representa um crânio de boi adornado com grinaldas e flores. (8.p.111)
BUFETE
Designação que vem do francês buffet, mas de cuja função se distanciou. Aplica-se geralmente no mobiliário português, esta denominação a uma mesa de grandes dimensões e de decoração cuidada destinada a grandes espaços de recepção. Apresenta ainda a particularidade de ter o tampo habitualmente à face de um aro, e de ter gavetas (reais e fingidas),a toda a volta. (…) No século XIX e XX, os bufetes são geralmente remetidos para os átrios das habitações. (2.pp.73-74)
Espécie de banca lavrada do melhor páo, que o ordinário, e com mais curiosidade. (9.p.186)
Bufete, em que se escreve ou em que se conta dinheiro. (18.p.141)
BUFETE DE ESTRADO
Bufete miniatura, geralmente mais requintado em acabamentos que os grandes, destinado a apoio do trabalho das senhoras nos estrados domésticos. (40.p.247)
BUJARDA
Ferramenta de percussão que tem a forma de um martelo de cabeça quadrada, simples ou dupla. A(s) sua(s) cabeça(s) apresentam dentes dispostos regularmente que deixam na superfície de trabalho uma marca característica, de ponteados. Na leitura destes efeitos, diz-se que a pedra foi bujardada. (8.p.112)
BULE
Recipiente no qual se faz a infusão do chá e que se destina ao seu serviço. De forma, geralmente bojuda, tem tampa, bico longo e asa lateral. A tampa pode ser independente ou de charneira. Alguns modelos podem ter um crivo interior, fixo ou móvel, para suster as folhas do chá. (2.p.66)
Recipiente dotado de uma asa e um bico vertedor, normalmente também de uma abertura destinada a receber uma tampa. (12.p.69)
Recipiente destinado a conter o chá. Os primeiros bules em prata usados em Portugal datam da primeira metade do século XVIII e revelam a progressiva habituação das classes mais elevadas a esta bebida importada do Oriente. Num serviço, são habitualmente de dimensões inferiores às das cafeteiras. Possuem asa de madeira e tampa gonzada. (29.p.507)
Do malaio buli (‘frasco’). Recipiente com tampa em que se prepara a infusão do chá e se serve o mesmo. Pode assumir vários tamanhos e formas, nomeadamente circular, oval, poligonal ou periforme, entre outras. O bico pode ser adossado ao bojo, ou partir da secção inferior do mesmo, sendo neste caso rectilíneo ou curvo. Do lado oposto apresenta uma asa vertical, habitualmentede madeira. Pode apresentar fundo plano, assentar sobre uma base lisa, alteada ou em pequenos pés. (5.p.69)
BULHÃO
Medalhão de ouro ou prata, cunhado para memória de algum notável feito ou acontecimento. (45.p.45)
BULHOM
Medalhão de ouro ou prata, cunhado para memória de algum notável acontecimento, e também por ocasião de alguma particular empresa, ou para distinção de alguma sociedade ou família. Alude esta palavra às bullas que os antigos Romanos traziam ao peito para representarem e fazerem ostentação da nobreza e antiguidade da sua geração. (45.p.45)
BUREL
Pano grosso e aspero, que ordinariamente se faz de lã. (18.p.209)
BURIL
Instrumentos de abridor, com que lavra em metal, figuras escarvando-o. Os cravadores também usão do buril. (9.p.203).
Pequena ferramenta de metal com uma secção de corte quadrada, em losango ou triângulo, usada para gravar ou insculpir numa superfície dura. (8.p.112)
Instrumento com que se grava o metal, constituído por uma barra de aço especialmente temperado, de secção quadrada, com uma das extremidades biselada e extremamente cortante, e a outraengastada em cabo achatado (Franceschi, 1988). Os buris apresentam, actualmente, secções diversificadas permitindoao gravador a obtenção de diferentes tipos de cortes. Esta ferramenta também é utilizada na cravação de pedras em peças de ourivesaria e joalharia, sobretudo na abertura dos respectivos engastes. (5.p.130)
BURILADA
Conhecida por “bicha”, consiste numa linha em “zig-zag” feito com o buril com o intuito de testar a liga de prata. Essa amostra seria de seguida aquecida e comparada com “amostras padrão”. (19)
Golpe de buril. (9.p.203)
Termo de abridor e de quem examina a prata. He o golpe, que o abridor dà no metal com o boril, ou a peça, que tira com o boril quando examina a prata. Examinar por borilada, he tirando-se uma borilada da peça, ou arriel, que se examina, e outra de prata de ley, conhecida (que ao parecer seja irmã da peça) estas duas boriladas, recozidas em huma caçoleta no fogo, depois de frias se vê como conferem na cor, conhecendo-se a mais subida em ficar mais alva, e a inferior em se mostrar mais preta, ou parda. Examinar a prata por borilada (18.p.161)
O golpe, dá o Abridor com o buril. (20.p.149)
Operação que consiste na recolha de uma pequena porçãode metal para ensaio, em geral em forma de linha incisa ziguezagueante. (5.p.130)
BURILAR
Igual à acção de gravar em que se emprega um buril, de forma a abrir a superfície do metal e delinear um motivo decorativo. (5.p.130)
BURRA
Ver COFRE.
BUSTO
Representação em vulto da secção superior do corpo humano, incluindo a cabeça, o pescoço e uma secção variável do peito e do tronco. (2.p.66)
Representação em vulto da parte superior do corpo humano, incluindo a cabeça, o pescoço, o pescoço, uma parte variável das costas, dos braços, do peito e do tronco. O corte inferior pode ser horizontal sob os ombros (busto à italiana), vertical de cada um dos lados da base do pescoço (busto em hermes), etc.. O corte de um busto é a secção resultante quer ao nível das costas, verticalmente, quer ao nível do peito, horizontalmente. O contorno de um busto corresponde às linhas que contornam esse busto. Os bustos cujo contorno inferior é arredondado são normalmente suportados por peanhas. A secção, para os bustos sobre peanha com as costas escavadas, é dada pela profundidade do corte ao nível do braço e das costas. É sobre a secção que normalmente se colocam as inscrições, datas, assinaturas, etc. Em sentido lato, diz-se que as personagens representadas nos baixos relevos (com o pescoço, uma parte das costas e o peito) estão representadas em busto. A representação em relevo da parte superior do corpo, incluindo os braços, é geralmente denominada meio-corpo. (8.p.112)
Escultura que representa a parte superior de uma figura humana, até ao peito ou à cintura, de tamanho variável. Na pintura representa o retrato de meio corpo.
BUSTO-RELICÁRIO
Relicário em forma de busto que contém as relíquias do santo representado. Geralmente é montado sobre uma base, a qual pode apresentar o nome do santo e integrar o receptáculo da relíquia. (4.p.96)
BUXO
Arbusto cuja madeira he amarela, e mui compacta: delle se fazem varias obras, e huma peça roliça sobre que os sapateiros ajuntão as costuras dos sapatos. (9.p.203)