Glossário de Artes Decorativas
TABAKOBON
Estojo para fumar tabaco com uma pega; usualmente inclui um braseiro e um recipiente para as cinzas. (15.p.249)
TABAQUEIRO
Pequena cayxa, em que se traz tabaco na aljibeira. (36.p.5)
TABARDILHA
He diminutivo de tabardo, que era certa vestidura antiga. (36.p.5)
TABARDO
Húa espécie de capa, ou casaca, que antigamente se usava. (36.p.5)
TABELA
Elemento central do espaldar de uma cadeira, podendo ser cheia, vazada, etc. (37.p.131)
Peça central de um espaldar vazado, que se dispõe verticalmente. É geralmente recortada e por vezes vazada e entalhada. As cadeiras de canto podem apresentar duas ou três tabelas e os canapés possuem tantas tabelas consoante o número de lugares marcados. (38.p.234)
TABELA DE CRUZ
Placa colocada geralmente no topo da haste da cruz com as iniciais JHS – Jesus Hominium Salvator (Jesus Salvador do Mundo) –, ou INRI – Iesus Nazarenus Rex Judaeorum (Jesus Nazareno Rei dos Judeus). (5.p.108)
TABELA-RELICÁRIO
Mobiliário religioso. Contentor para exposição de uma ou mais relíquias constituído por uma tabela plana de forma poligonal ou circular; possui em regra uma moldura executada em madeira colocada sobre um suporte. (3.p.114)
TABERNÁCULO
É uma pequena construção localizada por cima da mesa do altar onde está guardada a hóstia; o paramento frontal ou mesa de revestimento que esconde os estipes. (13)
Caixa num altar de uma igreja católica romana que contém os elementos consagrados da Eucaristia. (32.p.74)
O mesmo que sacrário. Esta designação era usada quando era obrigatório cobrir o sacrário com um véu. O sacrário coberto com o véu relaciona-se com a forma da tenda portátil que servia de templo aos Hebreus. (5.p.108)
TABI
Tecido de seda, grosso, ondado. O mesmo que moiré. Encadernação. (10)
Panno de seda. He hum tafetá grosso, passado por hum instrumento cylindnco, a que chamam Calandra, do qual recebe huns reflexos a modo de ondas. (36.p.7)
TABLA
Termo de joalheiro. Diamante tabla, ou chapa. (36.p.7)
TABOLÃO
Do ourives do ouro. He húa taboa de buxo, em que se debuxa. (36.p.8)
TABOLEIRO
Ver TABULEIRO.
TÁBUA
Mobiliário religioso. Tábua com texto impresso, pintado ou manuscrito, habitualmente emoldurada, destinando-se a divulgar nomes de uma corporação, encargos de serviços ou de celebrações, obrigações de missas e capelas instituídas, concessão de indulgências, privilégios, etc., tomando designações complementares de acordo com o enunciado (ex.: tábua do coro, hebdomadária, da missa, das indulgências, etc.). Advirta-se que para o caso específico da sinalética do coro onde era costume a colocação de duas tabelas com a legenda Hinc est Chorus; estas poderão ter a forma de um painel com uma moldura entalhada e dourada, como os dois exemplares da Igreja da Colegiada de Guimarães, ou até a forma de anjos cpm tarjas com a referida inscrição. (3.p.115)
TABULEIRO
Serve para transporte de objectos possuindo bordadura, para evitar a sua queda. Distingue-se da bandeja porque apresenta um formato rectangular. (3.p.53)
Base, onde assenta a colchoaria, composta de réguas de madeira apoiadas em aberturas correspondentes executadas no barramento. (3.p.68)
Placa espessa de madeira ou cartão. (10)
Vaso mais comprido, que largo, com abas levantadas ao redor, que o fazem a modo de apo concavo em que se levão varias cousas, como pão, doces, etc. (36.p.8)
Do latim tabula (‘tábua’), associada ao sufixo eiro. Utensílio plano destinado ao transporte e apresentação de objectos ligados ao serviço da mesa. Apresenta formas e dimensões muito variadas, sendo habitualmente delimitado por uma aba ou uma gradinha recortada. É provido de duas asas, assentando, ou não, sobre pés. (5.pp.108-109)
TABULEIRO DE MESA
Ornamento de centro de mesa. Geralmente assenta sobre pequenos pés e o fundo é constituído por um espelho, eventualmente contornado por uma galeria. Pode apresentar forma circular, oval ou rectangular e a sua dimensão é variável. Os de maior dimensão podem ser constituídos por várias secções acopláveis. É geralmente associado ao centro de mesa, podendo, noutros casos, comportar candelabros, saleiros, galheteiros ou objectos ornamentais. (5.p.109)
TABULEIRO DE OFERENDAS
Ver ANDOR DE OFERENDAS.
TABULETA DE OURIVES
Taboleta de ourives do ouro. He a modo de hüa caxa, com vidro, ou fios de arame por cima, aonde se tem, para se verem as peças já feitas. Os ourives da prata lhe chamam taceira. (36.p.12)
Caixa de madeira, colocada à porta da tenda dos ourives (tanto ourives da prata como ourives do ouro) e onde se colocavam os objectos terminados. (29.p.518)
TABURNO
Estrado pequeno para armar o leito de uma pessoa só. O hábito de dormir ou de sentar sobre o estrado perdurava ainda no século XX. (3.p.54)
TAÇA
Recipiente pouco fundo em calote esférica, elevado sobre um ou três pés por vezes com asas laterais, para o serviço de alimentos, podendo ter exclusiva função decorativa. (2.p.84)
Recipiente de forma normalmente hemisférica, ou de paredes arqueadas, como uma tigela, da qual que se distingue pelas maiores dimensões. (12.p.72)
Do castelhano taza que, por sua vez, tem origem na palavra árabe tasa. Recipiente geralmente circular, de carácter puramente decorativo ou destinado ao serviço da mesa. Neste último caso, é habitualmente provida de uma alma de vidro. Pode repousar sobre uma base, um ou vários pés. (5.p.109)
TAÇA BAPTISMAL
Pequeno recipiente em forma de taça, larga, pouco funda e munida de asa, utilizado na administração do baptismo. (4.p.153)
TAÇA DE DUAS ASAS
Recipiente covo de forma circular, habitualmente sem base, caracterizado por apresentar o bordo lobulado e duas asas verticais simétricas formadas por volutas e, por vezes, figuras aladas. Os lóbulos podem restringir-se à secção superior do corpo e bordo ou desenvolver-se a partir do fundo em direcção ao bordo. Em alguma bibliografia surge designada por “tamboladeira” ou “tembladeira”, contudo, a documentação setecentista quase nunca menciona esta terminologia, adoptando mais comummente a designação de “taça de duas asas”. (5.p.109)
TAÇA DE LAVAR XÍCARAS
Recipiente habitualmente designado por taça de pingos e que a documentação coeva, nomeadamente dos inícios do século XIX, referenciava como destinando-se à lavagem das xícaras. Fazia parte integrante dos aparelhos de chá e café. (29.p.518)
TAÇA DE PINGOS
Recipiente de forma habitualmente circular destinado a amparar os pingos no acto de servir o chá. Não obstante, a documentação coeva, nomeadamente de início do século XIX, referencia-a como destinando-se à “lavagem das xícaras”, ou chávenas. (5.p.110)
TACEIRA DE OURIVES
He a modo de hum pequeno armário, com fios de arame na parte dianteyra entre os quaes se vêem as peças de prata, que se põem em venda. Os Ourives do ouro lhe chamão taboleta. (36.p.13)
TACELO
Ver ALICER.
TACHIM
Caixa utilizada para guardar um livro litúrgico cuja encadernação seja particularmente preciosa ou frágil. É geralmente em couro ou cartão revestido de tecido. (4.p.89)
TACHO
Recipiente de cozinha, de forma semelhante à frigideira, mas normalmente mais fundo. (12.p.72)
Vaso de cobre ou barro, que para cousas de cozinha tem várias serventias. (36.p.14)
TAES
Instrumento de ourives. He hum ferro quadrado fixo em hum cepo. Há mayor e menor. No pequeno se caldeão as peças pequenas e no mayor se batem as peças de prata mais grossa. (36.p.15)
TAFETÁ
Droga ligeira de seda para forros, cortinas, etc. (27.p.439)
Certo panno leve de seda, na opinião de Covarrubias, chamado assim, pela figura Onomatopeia, do ruído Tif, Taf, que faz o que anda vestido desta seda. (36.p.15)
TAFIFE
Régua de madeira com secção rectangular de pequenas dimensões. (40.p.273)
TAKAMAKIE
Técnica similar a hiramakie em que partes do desenho são postas em relevo ao adicionar argila ou carvão em pó. (15.p.249)
TALAGARÇA
Tecido de fios finos usado para consolidar o lombo dos livros depois de cosidos. (23.p.36)
TALHA
É uma obra em relevo, escultura em madeira, marfim, ou cobre, feita por acção de um buril. É uma das manifestações artísticas portuguesas mais importantes. O seu apogeu data-se de entre 1690 e 1790, tendo centros tanto em Portugal (Aveiro, Braga, Évora, Coimbra, Lisboa, Faro, Ponta Delgada, Porto) como ainda na Índia e no Brasil. (7.p.168)
Recipiente de médias e grandes dimensões e forma bulbosa, com ou sem tampa, podendo ter exclusiva função decorativa. (2.p.85)
Recipiente de grandes dimensões destinado ao armazenamento ou à transformação de grandes quantidades de líquidos. (12.p.72)
Vaso de barro, de grande bojo e boca estreita. (…) Talha (termo de ourives), fragmento do ouro, ou da prata, lançado fora com a ponta do buril.
(…) Obra de talha. He toda a obra que se faz de meyo relevo chama-se porque he entalhada pelo artífice. (36.pp.24-25)
Obra de marfim ou de madeira lavrada ou esculpida. Hoje a palavra designa especialmente os relevos de madeira empregados na decoração interior das igrejas (retábulos, altares, púlpitos, órgãos, cadeirais, grades, mesas e outras obras) ou em peças de mobiliário (camas, cadeiras, etc.). Foi o mais importante elemento do barroco português, ao lado do azulejo.
TALHA DOURADA
É a designação dada ao período áureo do barroco em Portugal (século XVIII). Deve o nome ao facto de a talha ser toda coberta de ouro. (7.p.169)
TALHA INCISA
Motivos de linhas finas gravados na madeira maciça. (38.p.234)
TALHAR
Actividade que consiste em produzir uma obra em pedra ou em madeira através de instrumentos duros e cortantes. (8.p.142)
TALHE
Sinónimo de lapidação.
TALHE ANTIGO
Expressão de gíria que diz respeito a estilos de lapidação do diamante anteriores ao talhe brilhante moderno (c. 1920) e que são normalmente irregulares. (5.p.157)
TALHE BRILHANTE
Estilo de lapidação desenvolvido para optimizar as propriedades ópticas do diamante (brilho, fogo e cintilação), tendo 57 a 58 facetas, com 33 na coroa e 24 a 25 no pavilhão (dependendo da existência ou não de culatra), e contorno geralmente redondo (outras formas incluem o oval, pêra, naveta – também designado marquise ou navette, e coração). Surge com expressão a partir de em meados do século XVIII, ainda com proporções rudimentares. O talhe brilhante moderno surge no primeiro quartel do século XX. (5.pp.157-158)
TALHE BRIOLETTE
Modificação do talhe em rosa, em forma de pêra ou lágrima integralmente revestida de facetas triangulares a losangulares. (5.p.158)
TALHE BUFF TOP
Estilo de lapidação com pavilhão facetado e coroa polida em cabuchão. (5.p.158)
TALHE CARRÉ
Ver TALHE QUADRADO.
TALHE CEILÃO
Termo que alude aos talhes mistos, em geral alongados, típicos das lapidações artesanais do sudeste asiático. (5.p.158)
TALHE COXIM
Nome genérico e informal dos talhes de contorno em coxim, i.e., de forma rectangular com lados arredondados. (5.p.158)
TALHE DIRECTO
Processo subtractivo que consiste em talhar uma forma ou uma figura de um bloco de material sólido, como um bloco de pedra ou de madeira, retirando-lhe material. (8.p.142)
TALHE EM PONTA
Corresponde à forma octaédrica, ou seja, 8 faces, comum nomeadamente nos cristais de diamante e que foi muito utilizado no século XVI. Os diamantes lapidados desta forma eram então chamados “diamantes naifes”. (5.p.158)
TALHE ESMERALDA
Estilo de lapidação criado em finais do século XIX com contorno rectangular a quadrangular, com fiadas de facetas rectangulares alongadas na coroa e no pavilhão, lembrando degraus, tendo os cantos cortados que minoram o risco de dano nas esmeraldas durante a cravação, daí o nome. (5.p.158)
TALHE EUROPEU ANTIGO
Com o nome original de old european cut, este talhe, todos com 57 a 58 facetas, que surgiu na década de 1820, será o predecessor directo do actual talhe brilhante. Caracteriza-se por ter contorno arredondado, coroa alta, culatra facetada de dimensão bem visível e mesa pequena. Talhe Lisboa – Variação do talhe brilhante antigo com mais 16 facetas que resultam da divisão do bisel em duas facetas triangulares (8 no pavilhão e 8 na coroa). (5.p.158)
TALHE INDIRECTO
Processo escultórico no qual o artista não está em contacto directo com a manipulação do material escultórico. Aplica-se também a qualquer processo subtractivo que consiste em talhar uma forma ou uma figura num bloco de material sólido, de pedra ou de madeira, através de uma máquina de pontos que é utilizada para transpor medidas de base dum modelo ou de um estudo para a superfície de uma escultura com o objectivo de o reproduzir, aumentar ou reduzir. (8.pp.142-143)
TALHE MESA
Lapidação simples com 10 facetas (5 na coroa e 5 no pavilhão) sendo frequente em diamantes do século XVI e, menos, do XVII. (5.p.159)
TALHE MISTO
Lapidação onde a disposição das facetas na coroa é ao estilo de brilhante e no pavilhão ao estilo de degraus, sendo comum em pedras de cor, em especial as lapidadas no sudeste asiático. (5.p.159)
TALHE OITO POR OITO (8/8)
Lapidação muito simples que tem 8 facetas no pavilhão e 8 na coroa com mais uma, a mesa, perfazendo 17 facetas. Na gíria chama-se huit-huit. (5.p.159)
TALHE QUADRADO
Lapidação de contorno quadrado e poucas facetas, comum em pedras de cor (e.g. esmeralda) e, mais recentemente, no século XX em diamantes de pequenas dimensões. Designado na gíria como talhe carre. (5.p.159) Lapidação que surgiu no século XV, com grande aplicação no diamante, em especial a partir do século XVI. Tem normalmente 24 facetas triangulares (pode ter apenas 3), sendo como que um cabuchão de topo facetado, com contornos variados. (5.p.159)
TALHE ROSA
Lapidação que surgiu no século XV, com grande aplicação no diamante, em especial a partir do século XVI. Tem normalmente 24 facetas triangulares (pode ter apenas 3), sendo como que um cabuchão de topo facetado, com contornos variados. (5.p.159)
TALHE ROSA DA HOLANDA
Variação mais comum do talhe rosa com 24 facetas. (5.p.159)
TALHE TESOURA
Lapidação que deve o seu nome à existência, na coroa, de arestas de facetas que se intercetam, fazendo lembrar uma tesoura. (5.p.159)
TALHE-DOCE
Processos de gravura em que os motivos a imprimir são escavados (abertos) na superfície de uma matriz, geralmente de cobre, por acção directa de uma ponta metálica ou por mordedura de um ácido. (10)
TALHER
Peça da mesa redonda, ou quadrada, quasi do feitio de salva, mas com quatro pés, e em cima galhetas de azeyte, e vinagre e outros vasos pequenos com adubos, etc. Parece que antigamente se fizerão com seus repartimentos, por isso querem alguns, que Talher derive de Talhar como peça talhada, e dividida em receptaculos de vários ingredientes, e algüas vezes cada hü deles se chama Talher. (36.p.26)
O talher era, no século XVIII, sinónimo de galheteiro. Era formado por uma base (designada, na época, por cangalha), sendo a estrutura dos elementos que nela se colocavam distintos. Poderia possuir apenas locais para os recipientes do axeite e do vinagre, ou ainda para o saleiro, pimenteiro e frascos para especiarias. Em termos de materiais, encontramos exemplares apenas em prata, outros com a estrutura em prata e os frascos em vidro, outros com estrutura e pimenteiro em prata e frascos em vidro, e outros ainda com estrutura em prata, recipientes em prata e frascos em vidro com aplicações de prata. (29.p.518-519)
Conjunto de uso individual constituído por Colher, Faca e Garfo. (5.p.110)
TAMBOLADEIRA
Ver TAÇA DE DUAS ASAS.
TAMBORETE
Móvel de assento individual, geralmente guarnecido e sem costas. Assenta normalmente sobre pernas e pés unidos em regra por travessas. Os tamboretes executavam-se geralmente em série. Esta designação aplicou-se indiscriminadamente na 1ª metade do século XVII, a cadeiras de couro e de palhinha sem braços. (3.p.58)
Cadeira rasa sem traços, nem espaldar. (27.p.443)
Tamborete raso. Assento sem braços, nem espaldar, chama-se assim, porque tem feição de hum pequeno tambor. (36.p.34)
Cardoso Pinto comenta que a adjectivação de “raso” seria inútil, se o facto de o ser fosse caracter´sitica essencial ao “tamborete”. E anota que a “cadeira rasa”, a partir do século XVIII, esse nome tradicional para se denominar, indevidamente, “tamborete”, já que o correspondente tambouret, ou taboret, francês, tinha a forma de um tambor. Segundo o autor citado, o termo alargou-se às cadeiras de couro sem braços da 1ª metade e meados do século XVII, e como tal ainda hoje se usa. Não é convincente a explicação que dá para o facto.
Num estudo, não publicado, da investigadora Sylvia Menezes de Athaíde, sobre móveis da Baía da 1ª metade do século XVIII descritos em documentos do arquivo estatal, conclui-se que os “tamboretes” todos de couro, distinguindo-se das “cadeiras” por não terem braços, havendo-os com espaldar alto, espaldar baixo, e “rasos”. Em alguns dos ditos inventários distinguem-se as cadeiras dos tamboretes. (40.p.273)
TAMBORETE DE CELEBRANTE
Tamborete, banco com tecido e de braços e costas baixos ou inexistentes, utilizado nas concelebrações. Apresenta-se num conjunto de dois exemplares, que se colocam de cada um dos lados do assento do concelebrante que preside, destinando-se aos outros concelebrantes ou aos diáconos assistentes. (4.p.29)
TAMBORETE DE CHANTRE
Tamborete composto por uma plataforma ou degrau e um assento alto, permitindo ao chantre, a cujo uso está reservado durante os ofícios divinos, sentar-se parecendo estar de pé. Os tamboretes de chantre podem dispor-se no coro litúrgico de uma igreja, à frente das estalas inferiores, com que compartilham o estrado. (4.p.29)
TAMBORETE RASO
Assento individual sem braços nem encosto, geralmente de pernas torneadas. (30.p.260)
TAMBORILETE
Provavelmente o mesmo que tamborete pequeno. (40.p.274)
TAMPA
Elemento móvel com formas diversas, colocado horizontalmente sobre determinados móveis para fechar a cavidade onde se guardam os objectos. A tampa pode ser inteira, ou articulada, pousar no receptáculo, encaixar por meio de rebordo ou estar presa a este, por meio de gonzos ou charneiras. Pode ser dimensionada à face do receptáculo ou saliente relativamente a este. (3.p.84)
Designa um elemento móvel de um objecto que serve para cobrir um recipiente e proteger o seu conteúdo, podendo ou não estar ligada a este, ser perfurada e ter ou não pega ou elemento de preensão. (2.p.85)
Elemento que se adapta à abertura de um recipiente ou a um dos seus elementos, tendo como função fechá-los, ou não, completamente. Pode ser amovível, colocada simplesmente sobre um outro objecto com o qual estabeleça complementaridade; de encaixe; de rosca; ou ainda articulada por meio de dobradiça(s). Geralmente é provida de uma pega ou elemento de preensão. (5.p.126)
TAMPA DA PIA BAPTISMAL
Tampa fechada à chave, colocada sobre a pia baptismal como protecção. Pode ter uma abertura que permita o acesso ao recipiente. (4.p.57)
TAMPO
De início só se chamava mesa ao tampo, superfície de apoio horizontal, que existia independente dos seus suportes. O tampo pode apresentar as mais diversas formas, ser constituído por uma peça única ou várias, articuladas ou extensíveis. Pode encaixar, ser fixo num aro ou pousar directamente nas pernas. Nalguns casos, uma mesa pode apresentar mais do que um tampo. Este termo designa também o topo ou a parte superior de outros móveis. (3.p.79)
Plano horizontal de apoio integrado na estrutura da cómoda, ou colocado de forma independente, sendo nesse caso, geralmente executado em mármore. O tampo pode ser saliente, ou colocado à face do corpo do móvel. (3.p.89)
Superfície plana, superior, de uma mesa e outros móveis de apoio ou serviço. (30.p.260)
TANZAKU
Papel para poemas. (15.p.250)
TAOTIE
Também chamada m´sacara de monstro. É suposto ter desempenhado um papel ritual ligado aos sacrifícios sangrentos. Representação simbólica da cupidez. (14.p.279)
TAP1Z
Alcatifa, tapeçaria. (27.p.444)
TAPADO
Tecido de fios muyto chegados. Panno de linho muyto tapado. (36.p.44)
TAPEÇARIA
Os pannos da armação, e concerto das casas. (27.p.444)
Panno de lãa, ou de seda, em que se veem figuras de homens, ou de animaes ou paízes tecidos; armão-se nas salas, casas, igrejas, e servem de ornato, ou para tapar os vãos, e cobrir algumas deformidades. (36.p.44)
TAPECEIRO
O que faz tapeçarias. (27.p.444)
Official, que faz tapeçarias. (36.p.46)
TAPETE
Alcatifa de cobrir o solho da casa, e bancos, escadas, etc. toma-se por peça com que se faz e cobre a cama. (27.p.444)
He húa pequena alcatifa de lãa das que vem da Índia, que se põem ao pé da cama, ou com que se cobre hum um bufete, etc. (36.p.46)
TAPETE (Azulejo)
Tipo de composição de azulejos para revestimento parietal, geralmente utilizado na cobertura de vastas superfícies durante o século XVII, resultante da repetição regular de padrões e sempre delimitado por molduras largas constituídas por frisos, cercaduras e barras. É possível encontrar-se numa mesma parede várias composições de tapete, com diferentes padrões, sendo, de um modo geral, aplicados os módulos mais pequenos nas superfícies mais baixas e os módulos maiores nas mais altas. (2.p.85)
TAPETE DE ALTAR
Tapete colocado sobre o supedâneo, os degraus de altar ou o chão à frente do altar. (4.p.81)
TAPIZ
Alcatifa. Tapeçaria. (36.p.46)
TAPIZADO
Coberto com tapiz. (27.p.444)
TAPIZAR
Cobrir com tapiz. (27.p.444)
TARDOZ
Superfície não vidrada de um azulejo, correspondendo à sua face posterior, para aplicação na parede. (2.p.85)
Traseira de um móvel. (37.p.131)
TARIMA
Estrado só com degrau. (3.p.54)
Estrado que se alcatifa, e põe debaixo do docel. (27.p.445)
(…) que vale o mesmo que cama de madeira. (…) que em Castela, (segundo Cobarruviasjou he o estrado cuberto de tela, ou brocado, em que os Reys e Príncipes dão audiência, ou he o estrado cuberto de alcatifas com almofadas, em que se assentão as Damas. Entre nós Tarima, he hum estradinho debayxo do docel com sua alcatifa e cadeyra. (36.p.53)
TARIMBA
Estrado só com degrau. (3.p.54)
O mesmo que “barra” ou “cama de bancos”. (40.p.274)
TARLATANA
Tecido de fios muito separados, para consolidar o lombo. Encadernação. (10)
TARTARUGA
Carapaça córnea, termoplástica e translúcida de coloração variegada em tons de castanho a amarelado de algumas espécies de tartaruga (e.g. tartaruga-de-pente dos mares de regiões tropicais e subtropicais ou a tartaruga marítima do Índico). A carapaça, com comprimento médio de 70 cm (pode ter 90 cm) é composta por 13 placas ou lâminas que se separam antes de serem trabalhadas. O plastron, placa ventral, de cor amarelada, pode também ter utilização gemológica. (5.p.159)
TARUGO
Cavilha, pino ou prego de pau. Utilizado para unir duas peças de madeira. Coloca-se entre vigas para as travar. Usado no mobiliário brasileiro durante todo o período colonial. (30.p.260)
O mesmo que cavilha ou pino. Na carpintaria civil é o troço de barrote, ou viga, que contraventa, pregado em fiadas transversais, o barrotame de tectos ou vigamentos de soalhos. (40.p.274)
TASCA
Outras denominações para grama (Fazenda, Horta, Açores; Foz do Giraldo, Castelo Branco). (22.p.136)
TASCA
Outra denominação para a operação de espadelada. (22.p.137)
TASCOA
Outra denominação para a operação de espadelada. (22.p.137)
TASCÔA
Outra denominação para a operação de espadelada. (22.p.137)
TASQUINHA
Outra denominação para a operação de espadelada. (22.p.137)
TASSELOS
Cada uma das secções que constituem a totalidade do molde de gesso de um objecto. (2.p.119)
TAUXIADO
Tauxia, embutido ou incrustação de metal: ouro, prata, etc., em madeira ou aço. (30.p.260)
TÁVOLAS
Discos, denominados “pedras”, servindo para jogar às damas, o gamão e outros jogos. (40.p.274)
TEAPOT
Ver CAIXA DE CHÁ.
TECA
Madeira do sudoeste asiático, de miolo castanho-escuro, fácil de trabalhar. Muito empregada na marcenaria portuguesa. (30.p.260)
TEIGA
Vaso de palha como cesta, tecida em roletes. (27.p.447)
TELA
Suporte têxtil para pintura. Na sua forma actual é o mais comum dos suportes de pintura e consiste num pano, estendido sobre uma grade de madeira. Dada a fragilidade das primeiras telas sobraram poucos vestígios medievais, mas por certo este género de suporte foi utilizado desde muito cedo. Plínio referencia um enorme retrato de Nero de 120 pés, pintado sobre pano, pelo que se atesta a utilização de suportes têxteis desde a Antiguidade, mas foi sobretudo a partir do fim da Idade Média, que o seu uso começou a ser mais frequente. O retrato medieval de Eraclius, De Coloribus et Artibus Romanorum (século XIII), refere concretamente a pintura sobre tela de linho, e o modo de a esticar num bastidor de madeira, depois de molhada em cola. Tratava-se de um bastidor provisório e não de uma grade fixa, pelo que provavelmente se tratavam de uma espécie da bandeiras ou pendões, pintados directamente na tela com uma ligeira encolagem, ou mesmo sem preparo, como se vê nalgumas pinturas medievais a têmpera, que utilizam o linho muito fino ou a seda, sem preparação. No século XV e inícios do século XVI conhecem-se vários exemplos, da Flandres (van der Weyden, Brughel) à Itália (Mantegna). Nas Visitações de algumas igrejas da Beira Baixa, de 1510, fala-se na necessidade da encomenda de panos pintados da Flandres, pelo que esta pintura deve ter atingido então uma produção relevante, com expressão no comércio internacional.
Outro tipo de pintura que utilizou o suporte têxtil foi a pintura efémera, realizada para decorar varandas e muros nas cerimónias pascais. Em Espanha chamavam-se sargas, nome derivado do têxtil utilizado, e os seus autores constituíam um nível próprio, e baixo, na hierarquia do ofício. Embora raras restam algumas em Portugal, em S. Miguel de Acha e na Misericórdia de Medelim, por exemplo, ambas do século XVII.
De uma maneira sistemática a tela moderna, armada em grade, desenvolveu-se no final do século XV na pintura veneziana e ao longo do século XVI espalhou-se por toda a Europa, até se converter, nos finais da centúria, no suporte mais generalizado da pintura, com vantagens económicas, de peso, de acessibilidade e, em certos casos, mesmo de conservação. Em Portugal no entanto o novo material demorou a generalizar-se. Apesar de alguns exemplares, sobretudo de retratos, executados ainda no século XVI (retrato de D. Sebastião, do MNAA, por exemplo), até à década de 1620 a pintura sobre tela foi claramente minoritária, só se invertendo a situação com o advento do barroco e da influência espanhola.
Os materiais usados para a execução de telas são os mais diversos, desde o linho finíssimo e a seda utilizados nas primeiras experiências, até aos tecidos industriais sintéticos que hoje se utilizam. A sua variação deriva não só dos locais e da época de utilização, mas também da resistência necessária, nomeadamente pela dimensão da tela. Os tecidos mais comuns são o linho, o algodão, o cânhamo (donde deriva a palavra inglesa canvas), ou a juta. O tecido completamente regular, de trama muito fechada, indicia um fabrico industrial, que só começa no século XVIII. O tecido manufacturado tem tendência, pelo contrário, pra uma trama mais aberta e irregular. O seu desenho começou por ser simples, em tafetá, isto é, num entrelaçado regular entre a teia e a trama, mas ao longo do século XVII complexificou-se, dando origem à sarja, tecidos em espinha ou diagonal, que resultam da diferente relação entre os fios de teia e da trama. O tecido em espinha, pela frequência com que foi utilizada na pintura veneziana, é por vezes chamada tela de Veneza. No século XVIII houve tendência para se regressar aos tecidos de tafetá. (1.p.110-111)
Designação geralmente aplicada aos tecidos ricos entre-tecidos com fio de ouro ou de prata (“tela de ouro”, “tela de prata”). (40.p.274)
TELHA
Corpo cerâmico para cobrir edifícios através de telhados, geralmente só em chacota, mas que pode ser também vidrado e decorado. Este termo pode ser usado como: telha de Alicante, telha árabe, telha de canudo, telha de cavalete, telha curva, telha de escama, telha de ventilação, telha Marselha, telha plana. (2.p. 58)
TELIZ
Querem alguns, que seja nome arábico. He o panno com que se cobre a sella do cavallo, quando apea o Príncipe, ou o Fidalgo. (36.p.69)
TEMBLADEIRA
Ver TAÇA DE DUAS ASAS.
TÊMPERA
Termo de Pintor. Pintura à tempera, diferença-se da pintura de óleo, no aparelho, porque não leva imprimadura no licor, porque as cores não se destemperão em óleo, mas a cola, ou em água, e finalmente em algüas cores, que se não usam a óleo, com o he verde bexiga, e outro verde escuro de Anel, e Jalde, e ainda o montanha. (36.p.73)
Técnica de pintura na qual os pigmentos secos são misturados com um dissolvente solúvel em água, como a gema de ovo, e depois diluídos em água até se obter a consistência desejada. (32.p.114)
Técnica de pintura em que o aglutinante é solúvel em água, colas, ovo, gomas, produzindo tintas de grande opacidade, possíveis de utilizar quer na pintura de cavalete, quer na pintura mural. (1.p.111)
TEMPLETE
Reprodução miniatural de um templo, que procura simular a forma arquitectural de um pequeno pavilhão ou de um nicho. (5.p.126)
TENAZ
Utensílio em forma de tesoura, constituído por duas hastes articuladas providas de dois aros de preensão e dois remates, na extremidade oposta, que podem assumir várias formas, de acordo com a funcionalidade a que se destina. (5.p.110)
TENAZ PARA ESPARGOS
Tenaz destinada a servir espargos. As suas hastes são rematadas por duas espátulas, cujas faces interiores apresentam caneluras côncavas. (5.p.110)
TENAZ PARA SALADA
Tenaz destinada a servir salada. As suas hastes são rematadas por um receptáculo côncavo (i.e., uma colher) e por um garfo. (5.p.110)
TENEBRÁRIO
Ver CANDELABRO DAS TREVAS.
TENTO
Pequena vara fina, envolta de pele ou pano numa das extremidades, que os pintores usam para repousarem sobre ela a mão que utilizam para o pincel, de forma a executarem mais certamente alguns pormenores. (1.p.113)
Termo da Pintura. He hüa vara delgada, que sustem a mão direyta do Pintor para firmeza do pincel. (36.p.101)
TEREBENTINA
Resina extraída de certas árvores como o pinheiro, o abeto e o cipreste, que serve para a obtenção de vernizes ou para ser usado como secativo. Essência de terebentina – água-raz. (1.p.113)
TERMO
Busto decorativo (meia figura humana ou animal) colocado sobre um pedestal ou pilar. (2.p.94)
TERMO-HIGRÓGRAFO
Um aparelho muito simples, porém muito delicado, que elabora um gráfico mostrando a variação da humidade atmosférica e da temperatura. É muito importante ter esse aparelho nas bibliotecas e arquivos. O modelo preferido é geralmente do tipo tambor ou cilindro. Este modelo permite colocar em linha os gráficos de períodos diferentes e ver a evolução do clima no recinto. O modelo do tipo disco não permite esse recurso. (10)
TERMOLUMINESCÊNCIA
Método usado para datação de cerâmicas. Este método permite determinar o período de tempo que passou entre o momento em que um recipiente foi cozido (ponto zero) e o momento presente. Quando uma amostra é submetida a radiação num laboratório de termoluminescência, emite luz; a quantidade de luz depende da radiação natural à qual o objecto esteve sujeito, ou seja, dá-nos o tempo que passou desde o momento da cozedura. A termoluminescência é utilizada como forma de datação para períodos arqueológicos em que o 14C é menos fiável (por exemplo, períodos mais recentes). (12.p.144)
TERRACOTA
Literalmente, “terra cozida”; barro cozido, vidrado ou não, usado desde há muito para telhas e peças de olaria e, durante o Renascimento, em escultura como material decorativo. (32.p.112)
Produto cerâmico de pasta vermelha, coada, bastante porosa, cozida e sem revestimento vítreo. (2.p.119)
Cerâmica cozida a uma temperatura de cerca de 850-1100º,de argila pouco refinada, porosa, permeável, que pode ser revestida de um vidrado plumbífero. (14.p.279)
Do italiano terracotta cujo significado literal é terra cozida. O termo é usado para designar a escultura em barro cozido. Também se aplica aos ornamentos arquitectónicos em cerâmica não vidrada. (8.p.143)
É a argila trabalhada, moldada e posteriormente cozida num forno. Foi utilizada a partir do Neolítico e servia para o fabrico de objectos de uso quotidiano.
TERRAS
Pigmentos de base argilosa ou calcária empregues na pintura, como os ocres e certos verdes e castanhos. Terra verde de Verona, terra de Colónia, um castanho escuro, Terra de Itália, avermelhada, etc. (1.p.113)
TERRINA
Recipiente, de forma variada, característico pela forma do bordo, destinada a receber com segurança um testo. (12.p.72)
Recipiente coberto de forma circular ou oval com duas asas simétricas, destinado a transportar e servir sopa. A tampa pode apresentar pequeno recorte no bordo para acomodação da conchae no interior pode ter, ou não, uma alma, geralmente provida de duas pegas, para a sua remoção. Repousa sobre quatro pés ou sobre uma base de centro alteado e pode ser acompanhada de um prato, sobre o qual é colocada. Este apresenta a mesma forma da terrina, pode ter duas pegas simétricas e ser, ou não, provido de pés. (5.pp.110-111)
TERRINA DA SOPA
Recipiente coberto para transportar e servir a sopa, de secção geralmente circular ou oval, com duas pegas laterais horizontais e uma tampa que pode ter ou não um rasgo para acomodação da concha. Assente em base ou em um ou mais pés, pode fazer conjunto com uma travessa do mesmo serviço. (2.p.86)
TESOURA DE ESPEVITAR
Instrumento para aparar o morrão ou apagar a chama, em forma de tesoura, tendo, sob uma das lâminas de corte, um pequeno reservatório para recolher os resíduos da cera e do pavio. Pode apresentar-se em conjunto com uma bandeja. (4.p.135)
Tesoura destinada a espevitar e a cortar os pavios. É provida de bico aguçado, que serve para avivar a chama, e de uma pequena caixa onde se guardam os morrões ou pavios carbonizados. Pode comportar, ou não, pequenos pés e é habitualmente acompanhada de uma bandeja sobre a qual é colocada. Ao invés da bandeja, pode também ser exibida num suporte vertical que pode, ou não, contemplar um apagador de velas. (5.p.111)
TESOURA DE MORRÕES
Ver TESOURA DE ESPEVITAR.
TESOURA DE TONSURA
Tesoura geralmente de ferro com partes douradas utilizada para cortar o cabelo da tonsura durante a ordenação sacerdotal. (4.p.153)
TESOURA ESPEVITADEIRA
Ver TESOURA DE ESPEVITAR.
TESTEIRA
Travessa horizontal que une as duas pernas dianteiras com decoração diferente das restantes travessas (“SS” entrelaçados, em forma de concha, etc.). (3.p.62)
Usada sobretudo no século XVII e princípios do século XVIII, em Portugal. (30.p.260)
Travessa larga (colocada a meia altura) que une as pernas dianteiras das cadeiras portuguesas na segunda metade do século XVII e do primeiro quartel do século XVIII. Trata-se do desenvolvimento da travessa dianteira das cadeiras da primeira metade de Seiscentos, recebendo decoração entalhada e vazada. Entre as formas mais comuns adoptadas contam-se a que descreve uma curvatura ao centro (decorada com uma concha ou com um florão) e a que desenha “SS” entrelaçados. No século XVIII esta travessa sobe e junta-se ao aro do assento, passando a formar o avental ou saial. (38.p.234)
TESTO
Utensílio destinado a cobrir um recipiente. O perfil é normalmente troncocónico e provido de asa, podendo por vezes confundir-se com o perfil de pequenas tigelas de pé alto; distingue-se, contudo, pelo tratamento mais cuidado dado à superfície da asa, o que não aconteceria na face de assentamento de um pé. (12.p.73)
TÊTE-A-TÊTE
Use serviço de café ou serviço de chá. (2.p.86)
TETRAMORFO
Conjunto dos quatro elementos simbólicos dos quatro evangelistas, sob o aspecto de um anjo com forma humana (São Mateus), de um leão (São Marcos), de um touro (São Lucas) e de uma águia (São João). (8.p.143)
TEXTURA
As características visuais e tácteis das superfícies. Numa estrutura, essas características são dadas pela dimensão, forma, composição e proporções das partes que a compõem, como os grânulos, ou grão, as partículas e as diferentes variações da sua composição. (8.p.143)
TIANQI
Técnica que se assemelha aos trabalhos em madeira com embutidos. Numa superfície lacada, são retiradas certas zonas do desenho para depois serem substituídas por lacas de cores contrastantes. (15.p.250)
TIARA
Cobertura cónica para a cabeça usada como insígnia papal fora das funções litúrgicas. De forma cónica, encimada por cruz, é seccionada, horizontalmente por motivos em forma de coroa; primitivamente, uma; posteriormente, duas; e, a partir do século XIV, três coroas sobrepostas. Apresenta, na parte posterior, duas tiras estreitas caídas sobre as costas e geralmente ornadas de ouro, prata e pedras preciosas (pendentes de tiara). (4.p.163)
Insígnia papal para cobrir a cabeça, com a forma cónica, composta por três coroas sobrepostas. Este atributo de dignidade papal é somente usado em algumas cerimónias solenes. (5.p.111)
TIGELA
Recipiente semiesférico usado para a confecção, conservação e consumo de alimentos. (2.p.86)
Vaso aberto de dimensões modestas, sempre de formas abertas (ainda que os perfis possam variar imenso). (12.p.73)
Vaso concavo, em que de ordinário se põem sopas, doces, e outros manjares. (36.p.163)
TIJOLO
Corpo cerâmico só em chacota, em forma de paralelepípedo, compacto ou vazado interiormente, usado na construção, podendo ter também função decorativa e receber ou não vidrado. Este termo pode ser usado como: tijolo curvo, tijolo de cunha, tijolo furado, tijolo burro). (2.p.86)
TÍMPANO
Elemento de arquitectura. Espaço triangular delimitado pelas molduras do frontão na arquitectura clássica; espaço compreendido entre um lintel e as arquivoltas de um portal, de uma janela, ou que constitui o coroamento de um retábulo. (8.p.143)
Superfície interior delimitada pelas molduras de um frontão, rematando a parte superior de uma colunata, de um portal ou de uma janela. Este espaço pode ser liso ou decorado. (5.p.126)
TINTAS QUEBRADAS
Vd. QUEBRA.
TINTEIRO
Recipiente para conter tinta usada na escrita. De formas variadas, pode ou não ter tampa. (2.p.86)
Vaso onde se tem a tinta com que, se escreve. (27.p.460)
Recipiente com tampa destinado a conter a tinta para a escrita. Pode apresentar várias formas e tamanhos sendo habitualmente provido de uma alma de vidro. Pode ser acompanhado de uma pequena bandeja. (5.p.111)
TINTINÁBULOS
Pendentes em forma de pequenas campainhas suspensos na base da copa dos cálices mais elaborados, típicos do século XVI e início do XVII. (5.p.126)
TIRADOR
O mesmo que puxador, usado para abrir as portas e gavetas de móveis. (40.p.274)
TIRANTES
Elementos rectos ou em “S”, geralmente em ferro, que servem para reforçar e consolidar a união do tampo aos seus apoios. (3.p.79)
TIRELA
Parte tecida de uma franja. (40.p.274)
TIRUELA
Estofo de seda, que vinha de Castela. (27.p.461)
TÍTULO
Termo adoptado a partir de 1886 para indicar a fracção de prata pura existente na liga e que veio substituir a nomenclatura dada em dinheiro. Os antigos 11 e 10 dinheiros passaram a corresponder à prata denominada de 1.º e 2.º títulos, indicados por permilagens: 1.º título – 916 e 2.º título – 833. (Franceschi, 1988). (5.p.160)
TIXI
Ver GURI.
TOALHA
Peça de panno de linho que serve de enxugar as mãos. Peça do mesmo pano do trajo antigo, de que as mulheres usavam na cabeça. (27.p.462)
TOALHA BAPTISMAL
Toalha utilizada para enxugar o neófito após a ablução com a água baptismal. (4.p.84)
TOALHA DS LAVANDAS
Toalha de linho utilizada pelos bispos pelas abluções da missa solene. Pode apresentar as armas daquele que as utiliza. (4.p.85)
TOALHA DE ALTAR
Pano sagrado que cobre a superfície do altar durante a celebração da missa. Segundo as prescrições litúrgicas, as toalhas (de cânhamo ou linho branco) devem ser três; a toalha de cima deve pender nos dois lados do altar até quase ao chão. (4.p.82)
TOALHA DE COMUNHÃO
Toalha de cânhamo, linho branco ou algodão, rectangular, de comprimento variável, colocada à frente dos comungantes para recolher eventuais fragmentos de hóstia. Pode apresentara rendas ou bordados ao longo da orla superior. Para os fiéis, é colocada sobre a mesa da comunhão; para o clero e doentes costuma ser de menores dimensões. (4.p.75)
TOALHA DE CREDÊNCIA
Tecido de cânhamo ou linho branco que cobre o ábaco ou a credência. Pode apresentar rendas ou bordados ao longo das orlas. (4.p.82)
TOALHEIRO
Mobiliário religioso. Em regra, dois exemplares na sacristia, nos quais se colocavam as toalhas de mãos usadas antes e depois da missa. Por esse motivo, apresentam vulgarmente as inscrições Ante Missam e Post Missam. (3.p.115)
TOCHEIRA
Castiçal grande. (27.p.463)
Caixa ou arca para tochas; também castiçal ou tocheiro de as colocar. (40.p.274)
TOCHEIRO
Mobiliário religioso. Castiçal de grandes dimensões para colocação no solo; alguns exemplares recebem uma designação complementar de acordo com a função no cerimonial litúrgico. (3.p.115)
Suporte de iluminação de grandes dimensões que sustenta uma vela ou uma tocha. (5.p.111)
Castiçal grande. (27.p.463)
TOCHEIRO DE CORO
Suporte para vela, de grandes dimensões e um lume. Usado aos pares, são colocados no chão de cada um dos lados do altar. (4.p.35)
TOCHEIRO DO CÍRIO PASCAL
Mobiliário religioso. Castiçal de grandes dimensões que se colocava do lado do Evangelho com o círio pascal; habitualmente tem a forma de uma coluna, suportada por uma base que pode assumir diversas formas. (3.p.116)
TOCHEIRO DOS DEFUNTOS
Mobiliário religioso. Em regra dois ou mais exemplares pintados de negro, por vezes com decoração dourada, que se colocavam à cabeceira e aos pés de uma eça. Mobiliário religioso. Ver Tocheiro do Círio Pascal. (3.p.116)
TOCHEIRO PASCAL
Suporte de grandes dimensões e um lume para o círio pascal. Coloca-se, no tempo pascal, no coro ou na capela-mor, no lado do Evangelho, e no resto do ano, junto à pia baptismal. (4.p.35)
TOGIDASHIE
Tipo de makie em que um desenho hiramakie é completamente revestido a laca e polido até esse desenho reaparecer ao mesmo nível que o fundo. (15.p.250)
TOMENTOS
Fibras grosseiras e ásperas do linho; tecido de linho rude. (22.p.137)
TOMENTOS BRAVOS
Tomentos que resultam da limpeza do linho na primeira corrida da espadelada. (22.p.138)
TOMENTOS DA ALIMPA
Tomentos que resultam da limpeza do linho na segunda corrida da espadelada. (22.p.137)
TOMENTOS DE AJUNTAR
Tomentos que resultam da limpeza do linho na segunda corrida da espadelada. (22.p.137)
TOMENTOS DE ARREBOUÇA
Tomentos que resultam da limpeza do linho na primeira corrida da espadelada. (22.p.138)
TOMENTOS DE CASCAR
Tomentos que resultam da limpeza do linho na primeira corrida da espadelada. (22.p.138)
TOMENTOS DE COLHER
Tomentos que resultam da limpeza do linho na segunda corrida da espadelada. (22.p.137)
TOMENTOS DE DEBAIXAR
Tomentos que resultam da limpeza do linho na primeira corrida da espadelada. (22.p.138)
TOMENTOS DE DOBRAR
Tomentos que resultam da limpeza do linho na segunda corrida da espadelada. (22.p.137)
TONDO
Relevo cerâmico de forma circular, geralmente com moldura em relevo alto e o centro em baixo-relevo. (2.p. 68
Pintura circular (de rotondo, em italiano), muito utilizada na Renascença. (1.p.113)
Sinónimo de medalhão circular ou elíptico. (8.p.143)
TOPÁZIO
Pedra preciosa transparente, e brilhante de cor amarela. (27.p.466)
Gema que se caracteriza por ser um fluorsilicato de alumínio, e que pode possuir várias cores: amarelo (com tonalidades diversas), azul, rosa, incolor e laranja. Foi muito utilizado (nas suas diversas cores, mas sobretudo amarelo, alaranjado, rosa e incolor) na joalharia portuguesa de Setecentos. É curioso mencionar a referência do Contraste da Corte, Manuel Pereira da Silva, que, ao avaliar as jóias que ficaram por morte do cardeal D. Tomás de Almeida, diz, em 4 de Maio de 1754, que pesou e avaliou um anel de Bispo com “hum cristal amarello a que chamão thopazio do Brasil. (39.p.229)
Foi em tempos designação genérica de pedra amarela (e.g. safira, citrino, topázio) e aplicado ao mineral apenas em 1737. Ocorre em diversas cores, p. ex. incolor, amarelo, laranja (topázio imperial), rosa a vermelho e azul (em geral obtido por tratamento). Os incolores foram muito populares em finais do século XVIII e século XIX, tal como os imperiais, a partir do segundo terço de Setecentos. (5.p.160)
TOPÁZIO IMPERIAL
Variedade gemológica do topázio cor-de-laranja, com ligeira tonalidade rosa, que procede de Ouro Preto em Minas Gerais, Brasil, desde o segundo terço do século XVIII e que teve grande impacto na ourivesaria portuguesa. (5.p.160)
TOPÁZIO MADEIRA
Designação comercial antiga e errónea do quartzo citrino alaranjado, pela sua semelhança com a cor do vinho da Madeira. (5.p.160)
TOPÁZIO ORIENTAL
Designação comercial antiga da safira amarela. (5.p.160)
TOPO (A)
União de duas tábuas em ângulo recto. (3.p.38) Número que representa a quantidade relativa de metal nobre (ouro, prata ou platina) numa liga. Expressa-se em permilagens.
TOQUE
No caso do ouro pode expressar-se em quilates, sendo que o ouro fino, de 999,9‰, tem 24 quilates (ex. a liga de 800‰ é chamada de 19,2 quilates). (5.p.160)
TOQUE DE LIGA
Toque empregue na manufactura de prata lavrada, correspondendo a 11, a 10 e em alguns casos a 9 dinheiros, que representavam 11/12, 10/12 e 9/12 de prata pura contida na liga; estas proporções correspondem também a 916‰, 833‰ e 750‰. (5.pp.160-161)
TORÊUTICA
Arte de executar objectos tridimensionais e esculturas em metal ou em liga metálica (ouro, prata, bronze). Os Gregos aplicavam este termo à escultura criselefantina. (8.p.143)
TORNEAMENTO
Técnica de conformação ou de acabamento de uma peça em barro pela repetição regrada de movimentos circulares. (2.p.119)
A operação de torneamento é posterior ao repuxado, no qual a chapa de metal é conformada ao molde colocado no torno. Depois de repuxada – e, sendo composta por dois ou mais componentes, de ter sido objecto de soldaduras -, a superfície da peça é apurada ao torno através da utilização de brunidores específicos, que eliminam as eventuais estrias ou marcas de martelo resultantes da operação de caldear. (5.p.161)
TORNEAR
Técnica que consiste em produzir superfícies curvas (côncavas ou convexas) mediante trabalho de torno. (3.p.41)
Actividade que consiste em dar forma a uma obra de madeira através de meios mecânicos. (8.p.143)
TORNEIRO
Artesão que executa as peças torneadas: o que trabalha em torno. (30.p.260)
TORNO
Dispositivo que pode fazer girar, em diferentes velocidades, um eixo ou plataforma, no qual se coloca o objecto a ser torneado. A peça a trabalhar é que gira, a ferramenta permanece imóvel. Empregado já pelos egípcios, por volta de 2000 a. C. Citado por Vitrúvio no século I. Os primitivos eram movidos à mão. Um dos tornos mais antigos europeu era movido com o pé. (30.p.260)
TORNO MECÂNICO
Mecanismo de conformação de peças cerâmicas, semelhante à roda mas com a adição de um motor eléctrico. (2.p.119)
TORO
Moldura saliente que apresenta um perfil em segmento de círculo. (8.p.143)
TORRE EUCARÍSTICA
Armário em forma de torre para guardar a reserva eucarística ou, eventualmente, os Santos Óleos, colocado perto do altar ou no cimo do retábulo. Trata-se de uma das antigas formas de sacrário. (4.p.51)
TORSAL
Elemento decorativo em forma de cordão. (5.p.126)
TORSO
Representação em vulto do corpo humano seccionado pela base do tronco. (2.p.86)
TORTEIRA
Vaso de cobre, em que a torta se põe a cozer. (27.p.470)
TOSQUEAR
Igualar as folhas de cada caderno. Encadernação. (10)
TOUBADO
O ornato, e concerto da cabeça das mulheres. (27.p.471)
TOUCA
Adorno de lençaria, que as freiras, e viúvas trazem pela cabeça, e parte da testa. Espécie de rebuço usado dos homens antigamente para se cobrirem, e não serem conhecidos. (27.p.471)
TOUCA DE BAPTISMO
Touca que, frequentemente, substitui o crismal do baptismo. (4.p.84)
TOUCADOR
Banca com os aparelhos de toucar a cabeça: a casa onde alguém touca a cabeça. Panno de atar a cabeça para conservar os cabelos com algum concerto quando se dorme. (27.p.471)
TOUCADOR
O com que cobre o homem de noite a cabeça. (…) Receptáculo dos instrumentos, e ornamentos, com que se enfeita a mulher. (36.p.223)
TOUCHE
À letra “toque”, define a pincelada, isto é o efeito do pincel em cada gesto que aplica a tinta. Pode ser vigorosa, ou frouxa, pequena ou larga, evidente ou apagada. Nem em todos os pintores o touche assume importância, e antes do século XVI não tem por certo valor expressivo, mas revela em muitas outras, uma criatividade viva e um sentido de autoria muito evidente. (1.p.113)
TRINCHO
Prato, sobre que se trincha o comer, de ordinário era, de pau. A parte por onde se corta facilmente a ave, etc. daqui saber o trincho às viandas. A taboa debaixo onde. se põe a massa do queijo, apertada pelo cincho. (27.p.492)
TRAMBONELA
Matraca com batentes em forma de martelo. (4.p.185)
TRANCELIM
Fio de cerca de dois metros de comprimento feito com elos de filigrana ou folha de ouro interligados e em diversos motivos. (11.p.99)
TRANCHEFILA
Reforço das extremidades do lombo, normalmente de uma tira de tecido. Encadernação. (23.p.36)
TRANSENA
Grade de coro com parapeito composto por painéis de mármore, pedra e madeira, frequentemente com decoração relevada, nas igrejas da Alta Idade Média. (4.p.33)
TRAPEIRO
Mercadores que vendem às varas panno de linho, burel, almáfega. Hoje chamam-lhes fanqueiros. O que vende trapos, e coisas velhas. (27.pp.483-484)
TRAVE TRIUNFAL
Barra horizontal colocada ao alto e transversalmente à entrada do coro litúrgico, na nave central da igreja ou capela. Geralmente, serve de suporte a um crucifixo ou calvário e encimada por uma cruz (cruz de trave triunfal) ou um crucifixo (crucifixo de trave triunfal), eventualmente ladeados pela Virgem e São João Evangelista (calvário de trave triunfal). (4.p. 33)
TRAVEJAMENTO
Amarração, com travessas, entre as pernas dos móveis. (30.p. 260)
TRAVESSA
Recipiente destinado a servir os alimentos à mesa, com a mesma estrutura do prato mas de proporções alongadas e maiores dimensões. De formas variadas, pode ter duas asas laterais simétricas. Pode ser apoio e fazer conjunto com uma terrina. (2.p. 86)
Peça colocada vertical (costas) ou horizontalmente. Serve como elemento de união ou reforço das pernas de um móvel. (3.p. 62)
Elemento estrutural que amarra as pernas dos móveis. (30.p. 260)
Recipiente destinado a servir os alimentos à mesa, com estrutura semelhante ao prato, mas de dimensões superiores e de formato alongado. (5.p.112)
TRAVESSEIRO
Almofada da cama, onde se descansa a cabeça. (27.p.486)
He a modo de cochim, atravessado pela cabeceira da cama, para descanço da cabeça. (36.p.262)
TREMBLEUSE
Termo francês que designa um conjunto de chávena e pires usado em viagem, com um aro em relevo central para segurar a chávena e que lhe garante a posição horizontal constante. (2.p. 86)
TREMIDOS
Molduras em linhas sinuosas, entalhes na madeira feitos com talhadeira. Decoração entalhada de origem oriental usada sobretudo no século XVII. Muito empregadas pelos flamengos e em toda a Península Ibérica. Elemento decorativo empregado em arcas, almofadas de gavetas e portas de armário, bordos de mesa, em barras de contadores e leitos, etc. uma das decorações características do mobiliário português do século XVII. (30.p. 260)
Também designados, segundo Robert Smith, “molduras ondulantes”, descrevendo uma sucessão de linhas sinuosas, desenhando “ondeado” e “espinhado”. Estas molduras, feitas com uma plaina especial, foram adoptadas por vários países europeus do século XVII, tendo-se convertido em Portugal, no “estilo nacional”, num verdadeiro culto decorativo. (38.p.234)
TREMÓ
Espelho que se põe no panno de huma parede entre duas janellas. (27.p. 488)
Colocado, em geral, entre duas janelas com um espelho sobreposto. (30.p. 26)
TREMPE
Suporte de três pés, em barro refractário, para separar as peças e evitar que se colem entre si e às placas refractárias durante a segunda cozedura. (2.p.119)
Conjunto do travejamento de cadeiras e mesas. (3.p.62)
Mesa ou base, geralmente travada, executada propositadamente para apoiar o corpo superior. Pode apresentar ainda diversas formas: ser constituída por gavetas ou gavetões, ser idêntica a uma mesa simples ou a um armário baixo. (3.p.86)
Suporte de contador. Mesa estreita, com pernas altas, variando o seu estilo de acordo com o do contador. Amarração em H de pernas de cadeiras e mesas do século XVIII. Base de três elementos. Arco de ferro com três pés. (30.p.260)
Um aro de ferro sobre pés, em que se assenta a panella ao lume. (27.p.488)
Acessório de forma circular, oval, triangular ou rectangular, constituído por três ou quatro pés, um receptáculo, na parte inferior, para colocação da lamparina e um aro de maior diâmetro ou dispositivo de suspensão, na parte superior, para colocação do objecto com o qual funciona em complementaridade (ex: prato ou chaleira). (5.p.112)
TREMPES (marca)
Em geral, três pontos, em alto-relevo e sem vidrado, equidistantes em disposição triangular, correspondentes às extremidades das trempes, utilizadas para a separação das peças empilhadas e vidradas no interior do forno. (2.p.127)
TRÉMULOS
Flores de pedras sortidas sobre arame elástico, que tremem muito na cabeça, ou peito que adornam. (27.p.488)
TREPANO
Objecto metálico com gume de aresta cortante utilizado pelos canteiros e escultores para perfurar o mármore, pedra e outros materiais duros, criando zonas de profundidade e efeitos de claro-escuro. (8.p.144)
TREPEÇA
Ver TRIPEÇA.
TRIBUNA
Parte sobrelevada de uma igreja destinada sobretudo aos cantores, podendo integrar o órgão com o qual forma uma unidade arquitectural e decorativa (tribuna de órgão). Geralmente construída em pedra ou madeira, pode atingir grandes proporções com vários níveis sobrepostos. É fechado por parapeito e pode integrar teias que escondem os cantores ou religiosos de clausura. Costuma localizar-se na parte ocidental da igreja, sobre a porta de entrada, apoiando-se no guarda-vento; mas pode erguer-se em qualquer ponto da nave, nos braços do transepto ou no coro. Nalgumas regiões a tribuna era reservada aos homens que assistiam à missa. (4.p. 53)
TRIBUNA DA MESA ADMINISTRATIVA
Mobiliário religioso. Ver BANCADA DOS MESÁRIOS.
TRIBUNA DE ÓRGÃO
Parte sobrelevada de uma igreja destinada aos cantores, podendo integrar o órgão com o qual forma uma unidade arquitectónica e decorativa. (4.p. 53)
TRIFÓLIO
Ornamento em forma de trevo ou de flor com trê pétalas, de mod a inscrever-se num triângulo equilátero cujos vértices tocam a extremidade dos três lobos. (2.p. 94)
Elemento decorativo composto por três folhas estilizadas, dispostas de forma simétrica, sugerindo uma folha de trevo. (5.p.126)
TRILOBADO
Com três lóbulos, em forma de trevo. (30.p. 260)
TRIPÉ
Ver TRIPEÇA.
TRIPEÇA
Banco baixo e raso, tendo o assento circular, poligonal ou triangular e três pernas nele inseridas, geralmente divergentes. (3.p.58)
He hüa especie de assento com três pés. (36.p.272)
Escabelo baixo e raso tendo o assento circular, poligonal ou triangular (com ou sem orifício central para se lhe pegar) e três pernas nele inseridas, geralmente divergentes, constituídas por varas naturais ou fasquias de secções várias; talvez, também, uma mesa de tampo redondo ou triangular, tendo aro e gavetas. (40.p.275)
O termo tripeça parece-nos que não era utilizado, exclusivamente, para classificar um móvel de assento individual, mas um conjunto mais alargado de móveis, eventualmente de suporte, com três pés, que poderiam servir, por exemplo, para suportar uma bacia. (47.p.77)
TRIPECINHA
Tripeça pequena, provavelmente de estrado. (40.p.275)
TRIPÔ
Assento portátil, e dobradiço, consta de hum bocado de couro triangular, pregado em três paos iguaes, que lhe servem de pés. (36.p.295)
TRÍPTICO
Pintura composta por três partes, um painel central e duas abas, sendo que, usualmente, estas têm a mesma altura e metade da largura do painel central, ao qual estão unidas por dobradiças, permitindo fechá-las sobre o centro, encerrando dessa forma o tríptico. Foi uma forma de organização dos retábulos muito usual entre os séculos XIV e XVI, havendo normalmente uma hierarquia entre o painel central muitas vezes com representações de Cristo ou da Virgem e as abas, onde usualmente se representam Santos e, por vezes, doadores. O verso das abas, que fica visível quando o tríptico está fechado é por vezes pintado a grisalha, ou decorado com representações heráldicas dos encomendantes ou doadores. (1.p. 113)
Políptico composto por três painéis solidários ou por um elemento central ladeado por dois volantes que se encerram sobre ele. O elemento central pode ser um painel, um conjunto de painéis ou uma caixa. Se for de dimensões reduzidas, diz-se tríptico portátil. (4.p. 24)
De origem grega, esta designação refere-se a uma representação retabular realizada em três painéis, podendo os dois painéis laterais (volantes) fechar como portas na frente do painel central. (5.p.112)
TRÍPTICO PORTÁTIL
Tríptico de dimensões reduzidas facilmente transportável, podendo ser utilizado como objecto de devoção privada. (4.p. 24)
TROFÉU
Ornato formado de armas dispostas sistematicamente à volta de uma couraça e de um capacete. (2.p.94)
Um troféu é um conjunto de armas confiscadas ao inimigo derrotado, disposto de forma a comemorar uma vitória, em que a estrutura permanente substitui o uso efémero, sendo, por extensão, tudo o que se preserva para recordar uma vitória; grupo ornamental de objectos simbólicos ou de particular significado dispostos segundo uma ordem vertical, isolados ou ligados a uma parede, suspensos ou empilhados (também conhecido por panóplia), esculpidos ou pintados, por vezes complementados com folhagem ou motivos florais. Classificam-se segundo o tema: armoriais (do francês: trophée d’armes) e religiosos, podem também relacionar-se com a jardinagem, a caça ou com troféus de joalharia, etc. (25.p.351)
TROMPE-L’OEIL
O trompe-l’oeil é a arte de representar objectos pela pintura de forma que eles pareçam existir realmente.
Nota pessoal
Consiste numa perfeita simulação do real, a nível da pintura, como que um “engana a vista”. É também conhecido pelo nome de “prospecto” (baseado na perpectiva). Cria a dificuldade de não se saber verdadeiramente onde termina a arquitectura e começa a pintura. É próprio do Barroco e do Rococó. (7.p.177)
Processo decorativo segundo o qual o tema tratado, em perspectiva, dá uma ilusão de relevo. Técnica decorativa muito utilizada em trabalhos marchetados e de parqueterie, desenhando variadas composições geométricas. (38.p.234)
O trompe-l’oeil é a arte de representar objectos pela pintura de forma que eles pareçam existir realmente.
TRONO
Cadeira de cerimonial, alta e de braços. Nos exemplares mais recuados é por vezes munida de dossel em madeira, apresentando geralmente um cofre sob o assento. Para uso cerimonial, paramentava-se com ricos têxteis. A designação de “cadeira de estado”, pode abranger ainda outros assentos que pela sua forma, decoração e localização numa sala, se adequam ao prestígio de quem neles se senta. (3.p. 55)
Ver CADDEIRA EPISCOPAL.
TRONO PARA A EXPOSIÇÃO EUCARÍSTICA
Mobiliário religioso. Peça fixa ou amovível que se colocava no topo dos degraus da tribuna do retábulo. Nela se depositava o ostensório eucarístico, razão pela qual apresenta, em regra, um resplendor no interior. Pode assumir diversas formas, desde um baldaquino às maquinetas desprovidas de vidro. (3.p. 116)
TRONO PONTIFICAL
Assento honorífico do coro reservado ao abade (cátedra abacial), ao bispo (cátedra episcopal), ou ao Papa (trono papal). Pode ser encimado por baldaquino (baldaquino de trono pontifical); ao ser utilizado, é revestido a tecido (cobertura de trono pontifical). (4.p. 29)
“TRUMEAU”
Termo francês que designa o espaço da parede compreendido entre duas janelas ou duas portas. Passou a designar o móvel que aí se começou a colocar no século XVIII, constituído por um espelho e uma mesa de encostar ou uma consola: o tremó. (38.p.234)
TSUISHU
Laca vermelha escavada. (15.p.250)
TUBAGEM (técnica)
Técnica de decoração que consiste em desenhar os contornos dos motivos decorativos com separadores lineares de engobe engrossado com areias, aplicados na chacota ainda não cozida e que funcionam depois como limite entre os esmaltes. (2.p. 119)
TULIPEIRA
Recipiente para colocar flores, inicialmente tulipas, cuja parte superior apresenta múltiplos orifícios ou pequenos rubos que permitem a introdução de cada flor em seu orifício. (2.p.86)
TUMBA
Mobiliário religioso. Na documentação antiga surge para designar o esquife.
Ver ESQUIFE. (3.p. 109)
TUMBADO
Em forma de tumba, ou túmulo: caixa paralelepipédica com tampa acuminada, de 4 ou 5 facetas, formato comum de cofres. (40.p.275)
TÚNICA
Veste superior usada pelos subdiáconos, sobre os restantes paramentos, durante a celebração da missa e noutras cerimónias solenes, na procissão ou na bênção do Santíssimo. De tecido precioso, geralmente seda ou com trama dourada ou prateada, forrado e seguindo as cores do tempo litúrgico., é uma túnica idêntica à dalmática usada pelos diáconos, distinguindo-se desta por ser mais curta, com as mangas mais estreitas e compridas, menos ornamentada e desprovida de sebastos. (4.p. 176)
TUNICELA
Veste formalmente idêntica a uma túnica, usada pelo Papa, cardeais, bispos, abades e, outrora, por presbíteros, sob a dalmática e sobre a alba, durante a celebração de uma missa pontifical. De tecido mais fino que a dalmática, geralmente seda, e sem forro, tem as mangas mais compridas e estreitas que a dalmaticela. Segue as cores do tempo litúrgico e é ornada por galões dourados ou de seda amarela. (4.p. 179)
TURÍBULO
Queima-perfumes em metal utilizado para incensar. É composto por um recipiente com tampa perfurada e suspende-se com quatro longas cadeias, uma das quais serve para içar a tampa. O incenso é posto sobre as brasas colocadas no interior do recipiente. O turíbulo é acompanhado pela naveta, com a qual pode fazer conjunto. (4.p. 146)
É uma espécie de vaso suspenso do tecto por correntes (nas igrejas) para se queimar incenso. (7.p.177)
TURQUEZA
Pedra fina azul. (27.p.498)