Glossário de Artes Decorativas
IALOGRAFIA
Chama-se assim à arte e à técnica de cortar o vidro servindo-se de um diamante. São obtidos desenhos e efeitos extraordinários. (53.p.40)
ÍCONE
O termo grego eikôn quer dizer imagem e designa, no cristianismo ortodoxo, toda a pintura religiosa móvel, isto é, não mural. A ideia estabelecida desde o período iconoclasta dos séculos VIII e IX de que a reverência devida às imagens transita para o modelo figurado, levou à criação de determinadas práticas de execução e, sobretudo, à cristalização de certas formas de representação que se fixaram em tipologias de santos e de imagens sagradas como a Santa Face, o Cristo Pantocrator, a Théotokos (a Virgem Mãe de Deus), as quais tendem a ser reproduzidas criando uma ideia de não evolução, ou de evolução lenta da arte do ícone. Por relação chamamos imagem icónica à imagem fixa onde não existe acção na representação dos personagens sagrados. (1.p.95)
São característicos dos países católicos ortodoxos e definem-se por pinturas de cavalete, cuja temática é normalmente Cristo, a Virgem e santos. Caracterizam-se sobretudo pela manutenção de um esquema formal herdado dos séculos VI e VII e depois do século XVIII. O ícone típico é pintado a têmpera sobre painel de madeira, decorado a prata ou outro metal. (7.p.95)
ICONOGRAFIA
O significado literal do termo é “descrição das imagens”. A iconografia é a disciplina que identifica e classifica os temas de uma obra de arte. (8.p.129)
ICONOLOGIA
O significado literal do termo é “conhecimento das imagens”. A iconologia é a disciplina renovada pelo historiador de arte Erwin Panofsky que, para além de descrever e classificar os temas, investiga o significado das obras de arte enquanto documentos culturais a partir dos assuntos eleitos por artistas e encomendadores. (8.p.129)
ILHARGAS
Parte lateral do móvel. (3.p.61)
Faces laterais, planas ou curvas, de um móvel. Podem assumir os mais variados contornos, não tendo obrigatoriamente que seguir a forma usada na frente. (2.p.89)
ILHARGUEIROS
O mesmo que barramentos de um leito, ou seja, os elementos horizontais da estrutura que permitem o encaixe do “lastro”, sobre o qual assenta o colchão. (37.p.131)
ILUMINADOR
Aquele que faz pinturas de iluminação. (26.p.52)
Pessoa que executa a decoração ou iluminação. (10)
ILUMINURA
Trabalho de ornamentação manual de letras ou desenhos, como flores nos pergaminhos e livros antigos. (10)
Ilustração a cores sobre o pergaminho, de livros e manuscritos na Idade Média. Foi uma arte muito desenvolvida no período gótico. A prática da iluminura manifestou-se muito cedo em Portugal, pois logo no reinado de D. Afonso Henriques se conhece o famoso “Apocalipse de Lorvão” obra do monge Egeas, membro desse convento beneditino, datada de 1189.
IMAGINÁRIA
A Arte de fazer imagens, ou figuras de vultos. (26.p.55)
IMBRICADO
É um ornato que parece a escama de um peixe. (7.p.97)
IMITAÇÃO
Produto artificial não-cristalino que simula a aparência de outros materiais gemológicos (e.g. vidro e plásticos). (5.p.145)
IMITAÇÃO DE PÉROLA
Conjunto muito variado de produtos utilizados para simular pérolas naturais ou de cultura, consistindo fundamentalmente em vidros ou plásticos, revestidos por dentro ou por fora, com substâncias de aparência nacarada. (5.p.145)
IMPÉRIO
Estilo francês surgido no período napoleónico, mas utilizado também nos anos seguintes. (53.p.40)
IMPERMEABILIZAÇÃO
Operação que se realiza em recipientes destinados a conter líquidos, com o objectivo de os tornar impermeáveis. A impermeabilização pode ser feita através de brunimento, vidrado e engobe. (12.p.139)
IMPOSTA
Elemento de arquitectura cuja função é suportar o arranque ou o assentamento de um arco de abóbada. (8.p.129)
IMPRESSÃO A SECO
Processo de impressão que se realiza sem tinta, deixando apenas a marca da pressão dos ferros ou da chapa. (10)
IMPRIMADURA
O mesmo que imprimatura, termo italiano que se usa internacionalmente: camada fina e transparente dada sobre a preparação da tela ou da tábua para melhor isolamento e homogeneização do suporte antes da pintura. É dada por vezes sobre o desenho subjacente e pode ser colorida. (1.p.95)
INCENSÁRIO
Ver TURÍBULO.
INCISÃO (técnica)
É o golpe ou corte feito com um objecto cortante, para gravar um determinado desenho. (7.p.98)
Técnica de decoração que consiste na gravação com um instrumento pontiagudo, no barro ainda cru, de um motivo decorativo. (2.p.109)
Processo técnico em que o ornamento é escavado num plano. (5.p.146)
INCISO
VER INCISÃO.
INCLUSÃO
Característica interna (e.g. minerais, partículas sólidas, líquidos, gases) e, ainda, fracturas, fissuras, clivagens ou outros defeitos, inclusos, ou seja, dentro, de um material gemológico. São de extrema importância, tanto na identificação gemológica, como na determinação de origem geográfica, detecção de tratamentos, bem como na sua classificação de qualidade e aferição dos seus factores de durabilidade e estabilidade. (5.p.146)
INCLUSÕES
Partículas não plásticas que aparecem integradas na argila. Podem ser de origem natural ou podem ser adicionadas como desengordurante. (12.p.139)
INCLUSÕES VEGETAIS
Materiais grosseiros que aparecem incluídos nas argilas e que têm como origem plantas ou outros elementos vegetais. Geralmente são queimados ou parcialmente carbonizados durante o processo de cozedura. Podem ser adicionados deliberadamente como desengordurante (por exemplo, palha cortada fina). (12.p.139)
INCRUSTAÇÃO (técnica)
Técnica de decoração que consiste em preencher os motivos decorativos incisos com argilas de colorações diferentes. (2.p.110)
Tipo de decoração feita com materiais embutidos sobre outros, combinando-se os maleáveis com os duros. (8.p.130)
Técnica especial, muito usada em marcenaria, que consiste em cobrir a superfície de um móvel com aplicações de mármore, tartaruga, pedras coloridas e outros materiais. (53.p.41)
INCUNÁBULO
São os livros que foram impressos desde a invenção da imprensa até ao ano de 1501, mediante a utilização de caracteres móveis. A palavra provém do latim cunae (berço). (10)
É o nome dado ao que foi impresso na origem da imprensa, ou seja, até 1500. O primeiro incunábulo é a Bílbia latina, impressa entre 1483 e 1485 por Gutenberg. (7.p.41)
IN-FÓLIO
Formato que corresponde à folha dobrada ao meio, dando quatro páginas, duas de cada lado. (10)
INFRAVERMELHO (FOTOGRAFIA DE)
Técnica fotográfica utilizada para a análise do desenho subjacente de certas pinturas. Utilizam-se processos digitais ou uma película sensível à radiação infravermelha, e ilumina-se a pintura com uma lâmpada incandescente. Permite detectar algum do desenho efectuado pelo pintor em certas condições de execução. (1.p.95)
INICIAL
Letra capital colocada no começo da primeira palavra de um texto, de um capítulo, etc., para lhe dar ênfase ou para o ornamentar. Pode ser decorada com entrelaces de folhagem mais ou menos estilizada ou com motivos relacionados com o conteúdo do próprio teclado. Neste caso são chamadas iniciais historiadas. (10)
INRO
Estojo compartimentado e decorativo pendurado na faixa, inicialmente concebido para guardar medicamentos ou o selo pessoal e a respectiva tinta. (15.p.248)
INSCRIÇÃO
Entende-se por inscrição toda e qualquer referência textual incisa, gravada ou pintada, impressa ou estampada. (3.p.29)Legenda. Frase ou texto que de forma abreviada ou extensa esclarece o sentido de uma imagem, a sua fonte iconográfica ou as condições da sua execução. (1.p.95)
INSCULTURA
Acto de esculpir em relevo negativo, do qual resulta uma inscultura. (8.p.130)
INSTALAÇÃO
Expressão artística contemporânea. Integra-se no campo das artes do espaço, muito mais alargado que o da tridimensionalidade escultórica. É uma obra unitária, podendo ser multiforme e composta de várias partes; implica a ideia de transformação do espaço e integra quaisquer meios de expressão sem que nenhuma parte da acção, do pensamento do artista, do processo artístico ou do papel do espectador sejam excluídos. (8.p.130)
INSTRUMENTOS DA PAIXÃO
Representação dos objectos ligados à Paixão de Cristo (cruz, pregos, tenaz, martelo, coroa de espinhos, lança, coluna, cana, chicote, esponja, escada, dados, túnica, galo, sol, lua, mão, lanterna, etc.), expostos ou levados em procissão durante a Semana Santa. (4.p.102)
INTAGLIO
É o contrário de camafeu. Portanto o desenho é escavado e não em relevo. (7.p.100)
INTARSIA
Tipo de decoração criada na Itália cerca de 1300, e constituída por elementos embutidos, recortados em madeiras de diferentes cores, em que se aproveitam não só as virtualidades do colorido, mas também do desenho do veio da madeira. (40.p.264)
INTRADORSO
Superfície interior, côncava, de um arco ou de uma abóbada. (8.p.130)
ISOCEFALIA
Quando, no plano da representação, todas as cabeças surgem colocadas à mesma altura. (8.p.130)
ISOLAMENTO
Ver PREPARAÇÃO.