Glossário de Artes Decorativas
DALMÁTICA
Veste Eclesiástica, em que vão revestidos - os Diáconos nas Procissões; difere pouco da casula., em ter mangas, curtas, e a cauda, ou fralda quadrada. (9.p.359)
Veste superior usada pelos diáconos, sobre os restantes paramentos, durante a celebração da missa e noutras cerimónias solenes, na procissão ou na bênção do Santíssimo. De tecido precioso, geralmente seda ou com trama dourada ou prateada, forrado e seguindo as cores do tempo litúrgico, é uma veste curta e inteiriça, vestindo-se pela cabeça, ou com aberturas laterais ligadas por cordões com borlas nas extremidades; as mangas, curtas, podem também ser abertas na parte inferior. Costuma ser guarnecida com galões e bandas de tecido diferente ou bordado e delimitadas por galão. Pode integrar um cabeção amovível. (4.p.173)
Paramento litúrgico em forma de túnica sem mangas. É usada em missas solenes por bispos e diáconos. (7.p.63)
Túnica ampla, com mangas. Pode ser inteiriça ou aberta dos lados. Executada em tecido (s),é frequentemente ornamentada com bordados, galões e borlas. É usada habitualmente pelos diáconos, mas também em determinadas circunstâncias, pelos presbíteros coadjuvantes e pelos prelados. (8)
DAMASCADO
Adamascado. (9.p.359)
Toalha damascada, aquella que tem certos lavores, que arremedam os pannos de seda. (24.p.6)
DAMASCO
Tecido de seda, lençaria, lã, de sorte que parte delle fica lizo, e setinado, a outra de superfície áspera, fazendo a diferença vários lavores. (9.p.359)
Seda de lavores, entre tafetá, e rafo, assim chamado, porque a invenção veyo da Cidade de Damasco.Há Damascos de seda de Castela, e Itália, e Damasco da Índia ordinários; Damasco tecido com ouro, e prata, Damasco carmezim, Damascos, ditos grandes, etc. (24.pp.6-7)
DAMASQUILHO
Instrumento de uso colectivo para estirar ou puxar fio. É constituído por pequenas barras rectangulares de ferro ou aço, de vários tamanhos, com orifícios graduados dispostos por ordem decrescente. As placas apresentam uma escala em décima de milímetro, e a cada uma das aberturas é atribuído o número correspondente ao seu diâmetro. Estes últimos podem ter perfis diferentes de acordo com o tipo de fio que se pretende – redondos, quadrados, triangulares – em bora os mais utilizados sejam os redondos, triangulares e de meia cana. (11.p.22)
DAMASQUINADO
Técnica utilizada pelos muçulmanos, que consiste em rasgar um sulco nas chapas metálicas e preenchê-lo. Este preenchimento ou embutido é feito com fio de ouro, prata ou cobre, originando desenhos diversos. (7.p.63)
DARANDELA
Hum traje antigo de senhoras. (9.p.360)
DARDO
Ornato em forma de ponta de flecha, que alterna com óvulos. (5.p.120)
DAVENPORT
Designação dada a uma secretária de tampo inclinado e de abrir, com gavetas nas ilhargas. Tendo aparecido no final do século XVIII, populariza-se no século XIX. A sua denominação deriva do nome do seu encomendador. (3.p.96)
DE DUAS EM CARGA
Diz-se daquele par de arcas que em viagem se transportavam uma de cada lado da albarda (ou “almofreixe”) da azémola em que se carregavam. Para tal existiam “ferros” ou “guarnições”, ferragens apropriadas à sua colocação e amarração. (40.p.257)
DE UMA EM CARGA
Diz-se daquela arca, ou similar, que em viagem se transportava isolada sobre a albarda (ou “almofreixe”) da azémola em que se carregava. Para tal existiam “ferros” ou “guarnições”, ferragens apropriadas à sua colocação e amarração. (40.p.257)
DECALCO
Ver CALCO.
DECALCOMANIA (TÉCNICA)
Técnica de decoração em que os motivos são aplicados sobre uma camada de vidrado já cozido, através de um papel especial endurecido com vernizes e com os ornatos definidos com tintas cerâmicas. O papel é previamente humedecido, para facilitar a aderência ao vidrado. O excesso de água é retirado e a peça é submetida a uma terceira cozedura. (2.p.104)
DECANTAÇÃO
Processo de refinação das argilas, através de adição de água e transvase. As partículas finas e leves ficam em suspensão e são separadas da fracção mais pesada e de maior calibre que sedimenta, vindo a repousar no fundo dos tanques. (2.p.137)
DECAPAGEM
Processo que consiste em mergulhar uma peça metálica numa solução com ácido sulfúrico. Este método permite retirar da prata a cor negra dos óxidos formados por uma fonte de calor usada durante o processo de fabrico da peça. (5.p.135)
DECEIVA
Processo preliminar do branqueamento do fio em que as meadas são batidas fortemente sobre a pedra do lavadouro, num movimento circular, de cima para baixo, apenas com água sem se usar sabão. (22.p.143)
DECORAÇÃO
O conjunto de todos os objectos e ornamentos utilizados para embelezar. Nas manufacturas em cerâmica, a decoração consiste no desenho. (13)
DECORAÇÃO A OURO
Ornamentação feita com folha de ouro. (10)
DECORAÇÃO A SECO
Ornamentação feita sobre couro ou velino com ferro aquecido e sem aplicação de folha de ouro. (10)
DECORAÇÃO À SEMIS (SEMÉ)
Expressão francesa para designar o processo ornamental, que consiste na disposição, à distância regular, de pequenos motivos idênticos (ramos, flores, folhas, flor-de-lis, monogramas, etc.) aplicados na superfície dos planos. (10)
DEDICAÇÃO
Cerimónia litúrgica através da qual se afecta um edifício ao culto. (8.p.118)
DEFORMAÇÃO
Conformação defeituosa do objecto cerâmico, ocorrida durante as fases de secagem ou cozedura. (2.p.126)
DEFUMADOR
Recipiente destinado a queimar incenso ou substâncias aromáticas, com tampa perfurada para saída dos fumos. (2.p.70)
Ver PERFUMADOR.
DEFUMADOR LITÚRGICO
Recipiente para queimar matérias odoríferas ou flores durante determinadas cerimónias religiosas. (4.p.145)
DENT DE RAT
Expressão francesa para designar um motivo decorativo serrilhado produzido com roulette. (10)
DENTE DE CÃO
Ornato formado por quatro folhas aguçadas, partindo de um mesmo centro, geralmente colocadas em diagonal. (5.p.120)
DENTELLE
Expressão francesa para designar a decoração rendilhada, a ouro ou a seco, feita com rouletes ou pequenos ferros dourados associados nos extremos dos planos de uma encadernação. (10)
DESAGREGAÇÃO
Desprendimento fácil de partículas da superfície cerâmica, manifestada por um aspecto pulverulento. (2.p.122)
DESBASTAR
Processo de eliminação das matérias-primas até determinar o volume da escultura. (8.p.118)
DESENGORDURANTE
Material não-plástico, geralmente bastante grosseiro, adicionado às argilas para melhorar as propriedades de manufactura, secagem e cozedura dos recipientes. Comummente o termo tem subjacente a ideia de que o material foi intencionalmente adicionado às argilas, mas em arqueologia pode referir todos os elementos/inclusões grosseiros(as) que fazem parte das argilas dado por vezes ser difícil separar os materiais adicionados e os que naturalmente já fazem parte da argila. O desengordurante tem várias funções, incluindo tornar mais resistentes, incluindo tornar mais resistentes os recipientes/objectos antes de serem cozidos (ou seja, para que não deformem durante a secagem). O desengordurante reduz também as contracções das argilas ao secarem, a secagem processa-se de uma forma mais uniforme e, em cozeduras em fogueira, facilita a libertação de gases impedindo assim que os recipientes estalem tão facilmente. (12.p.137)
DESENHO
Genericamente, o desenho é uma representação gráfica de formas executada ordinariamente com lápis, caneta, sanguínea, tinta ou pastel sobre papel, pergaminho ou outro material. Na pintura, desenho caracteriza o conjunto de linhas de contorno que permitem caracterizar uma forma, sendo tradicionalmente uma das partes constitutivas da pintura, além do colorido, da composição, da invenção e do decoro. (1.p.80)
DESENHO PREPARATÓRIO
Todo o desenho de estudo para uma composição antes de começar a obra no seu suporte definitivo. (1.p.81)
DESENHO SUBJACENTE
Desenho de composição de uma obra sobre a preparação executado antes de começar a fase de pintura. Em certos casos, dependendo dos materiais utilizados e da matéria que os cobre, esse desenho pode tornar-se perceptível pela utilização da fotografia ou da reflectografia de infravermelhos. (1.p.81)
DESIGN
Termo que significa projecto ou ideia. Também o veículo da ideia, quando esta assume forma no papel (estudo ou projecto de design). Costuma limitar-se a utilização da palavra à época industrial, deixando implícito que a existência do design decorre da produção industrial. Etimologicamente, a palavra remete para o conceito de “ideia” ou “projecto” e o termo já existia muito antes da Revolução Industrial sendo inequivocamente usado em diversas línguas: design, dessein, etc. (25.p.349)
DESORNAMENTADO
Qualidade de qualquer representação desprovida de qualquer ornato ou decoração. (8.p.118)
DESPIGMENTAÇÃO
Perda do cromatismo original, do objecto cerâmico, pela aplicação indevida de detergentes abrasivos, lixívias e ácidos, ou mesmo, pela acção dos agentes climatéricos. Situação especialmente evidente nas produções industriais que recorrem à decoração por decalcomania. (2.p.122)
DESQUAQUES
O mesmo que “marchetes” ou embutidos. (40.p.257)
DESTACADO
Fazer sobressair as figuras ou os objectos sobre o fundo do quadro, de forma a acentuar o seu volume sobre a superfície. (1.p.81)
DESTACAMENTO
Perda de aderência da pintura em relação ao suporte, ao preparo ou entre camadas. Pode dar-se por escama ou pulverulência. (1.p.81)
DESTACAMENTO DE VIDRADO
Desprendimento da superfície vítrea em forma de escama, ou bolsa. (2.p.122)
DESTRA
Do latim, mão direita. Termo convencional para designar a parte direita de uma obra, isto é, a parte situada à esquerda do espectador que a considera. (8.p.118)
DEVANT DE CORSAGE
Ver GUARNIÇÃO DE CORPETE.
DEZENA
Objecto de devoção constituído por uma fieira de dez contas de rosário, tendo suspensa uma fieira mais curta rematada por uma cruz. (4.p.100)
DIADEMA
Elemento distintivo, geralmente de prata, de formato de meia lua e com raios habitualmente setiformes, servindo para decorar peças de imaginária, colocando-se sobre a cabeça do santo ou santa. (29.p.511)
DIAMANTADIO
Lavrado como o diamante. Que tem ar de diamante. (9.p.435)
DIAMANTE
Pedra fina, cristallina, e talvez de cor amarellada, a mais rija, e brilhante que ha; lavra-se com diversos fundos donde lhe vem os nomes diamante rosa , chapa, ou tabla , brilhante, ou fundo ; diamante fazenda, he o miúdo, ou grosso de qualquer lavor, sendo cristalino, vai a 15000 réis o quilate: diamante refugo, vai a 5 ou 6 mil réis o quilate, conforme são mais brancos, ou menos: diamante beneficio , he de meia estimação entre o fazenda , e refugo , e vai de 10 até 11000 réis o quilate. (…) Ponta de diamante nas facas , ponta mui rija , que passa cobres, etc. (9.p.435)
Gema tradicionalmente classificada como preciosa, formada de carbono puro, e cujo valor era muito maior, no século XVIII, em termos genéricos, do que o das outras gemas, mesmo do que as ditas preciosas. Era bastante abundante na Corte, sobretudo com o talhe em brilhante, nos finais do século XVIII, enquanto que no Porto surgem os diamantes maioritariamente lapidados em rosa, sobretudo nos pendentes em forma de laço. (39.p.225)
Mineral constituído por carbono, tendo propriedades físicas excepcionais, tais como, por exemplo, a elevada dureza, inércia química e térmica, brilho e dispersão de luz. O diamante é conhecido desde o século IV a.C. na Índia e do século VII no Bornéu (Indonésia), tendo utilização na ourivesaria europeia apenas no final do século XIV quando se começou a desenvolver a sua lapidação. No século XVI, na sequência da abertura de rotas marítimas com o Oriente, o seu impacto nas artes decorativas é muito significativo. A descoberta dos ricos jazigos diamantíferos no Brasil na década de 1720, provocou uma revolução no conceito de jóia e impulsionou o desenvolvimento do talhe brilhante, popular a partir da segunda metade da centúria. Coincidindo com a quase exaustão dos depósitos do Brasil, são localizados os jazigos Sul-africanos em 1866, seguindo-se-lhes, em particular no século XX, todos os restantes pelo mundo fora (e.g. Botswana, Angola, Canadá, Rússia e Austrália). (5.pp.135-136)
DIAMANTE NAIFE
Nome antigo dos diamantes em bruto de forma octaédrica, por vezes também designados de diamantes em ponta
DIAMANTE ROSA
Expressão de gíria que normalmente alude a diamantes lapidados em talhe rosa, e não aos raros diamantes cor-de-rosa. (5.p.136)
DIAMANTE-BRILHANTE
Expressão do século XVIII que fazia referência aos diamantes lapidados em talhe brilhante antigo que se tornaram populares a partir de meados dessa centúria. (5.p.136)
DIAMÃO
Diamante. (9.p.435)
DIANTEIRA
Designação usada para referir a face dianteira da cómoda, podendo ser rematada inferiormente por um saial. (3.p.89)
DINHEIRO
É a fracção de prata pura existente em qualquer liga cujo indicador é 12 (Franceschi, 1988). (5.p.136)
Titulo da prata entre os moedeiros, bem como o quilate o e do ouro. A prata de lei e de 12 dinheiros: isto e, considera-se a prata pura de uma moeda como dividida em 12 partes, ou dinheiros, e quando lhe misturao 1/12 de liga, ficara a prata de lei de 11 dinheiros; se a ligao com 2/12 de liga, ficara de lei 10 dinheiros, etc. Em cada dinheiro ha 24 graos grandes, e 384 pequenos; nos marcos de prata corresponde o dinheiro a 5/8, e 24 graos; na onca a 48 graos; e na oitava a 6 graos do marco. (9.p. 620).
DÍPTICO
Pintura sobre madeira, de carácter sagrado, constituída por duas partes iguais e que se encontra geralmente em pequenos altares. Por vezes estas tábuas duplas fecham-se como um livro, podendo ser para além de madeira, em metal ou marfim. Nos dípticos eclesiásticos representam-se cenas do Antigo e do Novo Testamento esculpidas ou cinzeladas. Retábulo com dois painéis. (7.p.66)
Pintura composta de duas abas unidas por dobradiças permitindo fecharem-se como um livro mantendo a pintura no interior. Foi um modelo usado sobretudo no fim da Idade Média em França e na Flandres correspondendo à portabilidade necessária à devoção individual. Normalmente numa das abas encontra-se o retrato do doador, por vezes acompanhado de Santos, e no outro a principal figura devocional. O reverso é por uso decorado como um objecto precioso, ornado de heráldica, dourado ou pintado de forma a imitar mármores ou jaspes. (1.p.82)
Do latim diptychus. Conjunto formado por dois painéis, geralmente de marfim ou de madeira, mas igualmente em diversas ligas metálicas, articuladas por dobradiças, que se abrem como um livro. Podem ser esculpidos ou pintados. Existem dois tipos de dípticos: os de carácter civil, que celebravam acontecimentos importantes, e os de carácter religioso que continham representaçõesrelativas à vida de Cristo, da Virgem ou dos Santos. (5.p.84)
Políptico composto por dois painéis ou volantes de forma e dimensões geralmente idênticas. Se for de dimensões reduzidas, diz-se díptico portátil. (4.p.21)
DÍPTICO PORTÁTIL
Díptico de dimensões reduzidas, facilmente transportável, podendo ser utilizado como objecto de devoção privada. (4.p.21)
DIRANDELLA
Peça de metal, que se embeba no bocal, dos castiçaes para aparar os pingos. (9.p.440)
DOADOR
Retrato do encomendador de uma pintura religiosa representado na mesma, normalmente em atitude de oração. (1.p.82)
DOBLETE
Pedra que resulta da composição artificial, resultante da junção entre uma gema unida com cola transparente ou colorida a outra gema, ou a vidro, com o objectivo de fazer parecer uma jóia de maior valor. Temos uma maior referência aos dobletes verdes, por se assemelharem a esmeraldas, mas também existiram dobletes a imitar diamantes e rubis. (39.p.225)
Pedra composta, já conhecida há cerca de dois milénios, que consiste na junção, com substância incolor ou vivamente colorida, de dois segmentos de material transparente ou translúcido, sendo bastante frequentes, em coloração verde, na ourivesaria portuguesa de Setecentos. (5.p.136)
DOBRA
Ver PREGA.
DOBRADEIRA
Espécie de faca pequena e afiada que serve para cortar papel. Instrumento muito usado na encadernação. Pode ser de madeira, latão, osso ou marfim. (10)
Mulher que dobra o linho depois de espadelado. (22.p.137)
DOBRAGEM
É o acto de dobrar a folha de máquina determinado número de vezes, transformando-a em caderno. (10)
DOCE
Aplica-se à suavidade e brandura das cores numa pintura, quanto à passagem entre os tons e entre as zonas de claro e de sombra. (1.p.83)
DOCEL
Ver DOSSEL.
DOMINICAL
Tecido branco com que as mulheres cobriam a mão direita para receber a Eucaristia. (4.p.74)
DONAIRE
Circulo de arame, ou barba de baleia, e ás vezes he mais de hum, que se veste por baixo das saias, para as alargar do corpo, e relevar. (9.p.454)
DORSEL
Docel, assim o escrevem vários clássicos conforme a etimologia latina. (9.p.455)
Ver DOSSEL.
DORSO
Sinónimo de costas e reverso. Termo que designa a parte traseira de uma escultura. (8.p.118)
DOSSEL
Cobertura suspensa de um altar, trono, púlpito, leito, etc., com armação de pedra, madeira ou metal, ricamente decorada.
Estrutura, eventualmente em forma de coroa, suspensa sobre o altar, para sua protecção e, em simultâneo, como sinal honorífico. Costuma ser ornamentado com uma armação em tecido (ornamento de baldaquino de altar). (4.p.21)
Armação suspensa de um tecto, projectada de uma parede ou assente em colunas e colocada sobre uma porta, janela, cama, trono, altar, túmulo, etc. (25.p.349)
Um dos “Oito Emblemas Budistas”. Uma planta de bom auspício, que afasta a doença e os maus espíritos. (14.p.275)
Cobertura decorativa que enquadra um nicho ou uma edícula que alberga uma escultura (sinónimo de baldaquino), ou apenas uma imagem esculpida (esta pode ser um jacente funerário), que apresenta a forma de templete abobadado. (8.p.118)
DOUBLURE
Expressão francesa para designar o forro das contracapas em pele ou seda, podendo apresentar ornamentação a ouro ou a seco. (10)
DOUCAI
Literalmente “cores em contraste”. Processo de decoração policroma sobre porcelana, que associa o azul cobalto sob o vidrado dos contornos do desenho a esmaltes de pequeno fogo sobre o vidrado, necessitando estes de uma segunda cozedura. Foi utilizada desde o período Xuande (1426-1435), conheceu grande popularidade sob Chenghua (1465-87) da dinastia Ming, sendo retomada na dinastia Qing sob os reinados de Kangxi, Yongzheng, Qianlong e Daoguang. (14.p.275)
DOURADO
Impressão a ferro quente e folha de ouro; termo usado genericamente para a impressão de letras e ornatos a purpurina ou película. (10)
DOURADOR
Oficial, que assenta ouro por ornato em madeiras, pedras, metaes, lenços, sedas, etc. (9.p.456)
Oficial, que assenta folhas de ouro. (24.p.298)
DOURADURA
O ouro em folhas assentado por ornato. Tinta de espirito de vinho, mirra, e rom, que applicada sobre coisa prateada, faz que pareça dourada. (9.p.456)
DOURAGEM
Técnica de decoração de aplicação de ouro sobre a superfície já vidrada, feita em diluição e sujeita a uma cozedura de baixa temperatura ou em cozedura de mufla. (2.p.105)
Técnica de acabamento que consiste em aplicar uma fina camada de ouro, através de processos muito variados, sobre uma peça. Os processos variam não só consoante as épocas, o metal a recobrir, seja ele prata, uma liga de metal branco (ououtros metais), mas também de acordo com a menor ou maior espessura que determinados objectos requerem devido ao seu uso. No caso da prata e das ligas de metal branco importa destacar a douragem a mercúrio e a douragem por electrólise. (5.pp.136-137)
DOURAGEM A MERCÚRIO
Técnica manual de douramento da prata (e de praticamente todos os outros metais) através da aplicação de uma amálgama de ouro e mercúrio. Esta é aplicada sobre a peça de prata com o auxílio de um pincel metálico de latão e de seguida a mesma é levada ao fogo. A acção do calor origina a volatilização do mercúrio e o depósito do ouro sobre a superfície da prata. O procedimento é repetido tantas vezes quantas se pretende tornar a película/cobertura mais espessa e resistente. A prata, quando dourada através desta técnica apresenta, regra geral, um tom intenso e uma singular coloração avermelhada. (5.p.137)
DOURAGEM POR ELECTRÓLISE
Técnica de douramento da prata, ligas de metal branco (e alguns outros metais como o cobre e o latão) através da acção da corrente eléctrica. Esta técnica pressupõe a existência de um banho contendo sais metálicos, o electrólito ou meio condutor, através do qual é realizada a transferência do ouro colocado no ânodo (pólo positivo) para o objecto a dourar que constitui o cátodo (pólo negativo). A espessura do depósito varia em função da duração do processo e da potência da corrente eléctrica. O revestimento electrolítico pode ser utilizado, de igual forma, para proceder ao depósito de prata sobre ligas de metal branco ou outros metais. A partir de meados do século XIX esta técnica tendeu a substituir o dourado a mercúrio, visto ser bastante mais económica, mais rápida e menos nociva. (5.p.137)
DOURAMENTO
Técnica de revestimento ou decoração de superfícies aparelhadas (com preparo) onde se aplica pó ou folha de ouro através da fixação da folha a têmpera (ou água) sobre bolo arménio, que geralmente utiliza a cola baldréu (Filipe Nunes), ou a mordente (a óleo). (1.p.82)
DOURAR
Assentar, e cobrir de toalhas de ouro alguma obra por adorno, dourar as portas, as guarnições da espada, etc., de sorte que encubram o que são, e pareçam, de oiro as peças doiradas. (9.p.456)
Assentar folhas de ouro em alguma cousa. (24.p.299)
Técnica de acabamento que consiste em revestir uma obra de uma fina camada de ouro, que pode ser aplicada segundo processos muito variados. Entre os principais, convém citar o dourado com folha de ouro, que se pratica a quente, sobre superfícies metálicas previamente preparadas, ou a frio, sobre a madeira, o estuque ou a pedra, cobertos por uma base de preparação. As técnicas de douragem mais correntes na escultura portuguesa são designadas como dourado a água ou dourado a mordente. Os processos contemporâneos de douragem incluem o dourado com mercúrio, que consiste em endurecer um objecto metálico com a amálgama (mistura de ouro e de mercúrio) e aquecê-la, para fazer evaporar o mercúrio e fixar o ouro sobre o objecto; o dourado por electrólise, usado para objectos metálicos, utilizando fenómenos químicos de deslocação dos iões numa solução, quer pela simples presença de um pólo metálico (o objecto a dourar), quer fazendo passar uma corrente eléctrica. A adição de detalhes dourados pode fazer-se com colagem (dourado a óleo, por exemplo) ou com pintura, com o pó de ouro misturado com um mordente ou um ligante. (8.pp.118-119)
DOURAR A ÁGUA
Técnica de aplicação da folha de ouro que consiste na sobreposição da folha metálica sobre um bólus ou preparado de gesso que é humedecido com água antes da aplicação de cada folha. (8.p.119)
DOURAR A MORDENTE OU A ÓLEO
Técnica de dourar na qual a folha de ouro é aplicada com um óleo ou um verniz da cor do ouro e não com água, produzindo um acabamento mate. Esta técnica de acabamento pode ser utilizada sem um branqueamento preparatório da matéria esculpida. (8.p.119)
DRAGÃO
O primeiro dos quatro animais sobrenaturais juntamente com a fénix, o qilin e a tartaruga. É o símbolo do mês de Março, da Primavera e da fertilidade, porque é ele que traz a chuva. Quando representado com a bola em fogo, este representa a trovoada. Muitas vezes, o dragão persegue a pérola do poder. Emblema de vigilância e salvaguarda, o dragão personificava o imperador e era muitas vezes associado à ideia de felicidade. (14.p.275)
DRAGOEIRO
Planta originária da Índia, mas também muito cultivada na Madeira, do qual se extrai o “sangue do dragão”, ou “de drago”, uma resina vermelha escura de grande solubilidade usada na composição de vernizes para a pintura. (1.p.83)
DRAPEADO
Disposição ou distribuição das pregas dos panejamentos e das vestes das esculturas. (8.p.119)
DROCE
Ver DOSSEL.
DROGA
Todo o género de especiaria aromática; tintas, óleos; raízes oficinais de tinturaria, e botica. Mercadorias ligeiras de lã, ou seda. (9.p.457)
Toma-se algumas vezes por mercancia, fazenda, etc. (24.p.305)
DROGUETE
Lã estreita, e pouco encorpada; alguns o são mais, e se dizem droguetes pannos, droguete rei. (9.p.457)
Casta de panno, tecido com linho, ou lã, ou com linho e seda. (24.p.306)
DUAS CORES
Tipo de decoração policroma característica do período Jiajing (1522-1566), em que dois esmaltes cobrem equilibrada e totalmente o corpo das porcelanas. (14.p.275)
DUCHESSE
Móvel de assento alongado com encostos de alturas diferentes nas duas extremidades; quando é divisível em dois ou três elementos, constituídos por duas cadeiras com costas de alturas diferentes, podendo ter no meio um tamborete para mais fácil arrumo e transporte designa-se por duchesse brisée. (3.p.59)
DUPLA CAUDA DE ANDORINHA
União de dois painéis no mesmo plano através de elemento embutido com a forma de dupla cauda de andorinha (verifica-se geralmente sob os tampos das mesas, nas zonas de união das suas pranchas). (3.p.59)
DUQUESA
Móvel de assento alongado com encostos de alturas diferentes nas duas extremidades; quando é divisível em dois ou três elementos, constituídos por duas cadeiras com costas de alturas diferentes, podendo ter no meio um tamborete para mais fácil arrumo e transporte designa-se por duchesse brisée. (3.p.59)
DUREZA
Propriedade física que representa a resistência dos materiais à abrasão ou à penetração, sendo geralmente apresentada em função da Escala de Mohs (1 – Talco, 2 – Gesso, 3 – Calcite, 4 – Fluorite, 5 – Apatite. 6 – Ortoclase, 7 – Quartzo, 8 – Topázio, 9 – Corindo, 10 – Diamante). Em gemologia, é altamente desencorajado o teste de dureza por ser potencialmente destrutivo. (5.p.137)
DURO
Ver CRÚ.