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Glossário de Artes Decorativas

LÁBIA

 

O mesmo que custódia, em algumas freguesias do Minho, assim chamada pela semelhança da parte superior de alguns modelos desta tipologia com os lábios humanos. (11.p.85)

 

LÁBIO

 

Ponto terminal, orla, da abertura de um recipiente. (12.p.140)

 

LABIRINTO

 

Ornamento formado por linhas ou faixas entrecruzadas que determinam secções de quadrados e de ângulos rectos que definem percursos com ou sem saídas. (2.p.92)

 

LACA

É a tinta da fécula do pau-brasil que é aplicada na pintura quando misturada com outra substância natural (cochonilha). Devido ao seu carácter sólido é empregada como revestimento decorativo em objectos variados, desde móveis a pequenas peças como caixas ou estatuetas. Foi utilizada inicialmente na China e no Japão. Durante o século XVIII foi muito usada fazendo grande moda pela Europa. (7.p.105)

Seiva retirada de determinadas árvores que crescem na China, no Japão, na Coreia, no Vietnam, na Birmânia e na Tailândia. (3.p.41)

Nome dado a certas cores translúcidas de origem orgânica (corantes) que solubilizam no aglutinante. Caracterizam-se pela sua pouca espessura e opacidade. estão neste caso a laca carmim, ou carmesim, obtida da cochonilha, e a garança, feita a partir da raíz da planta herbácea conhecida como Rubia tinctorum. Existe também uma laca amarela de goma-resina, citada por Plínio, e que foi utilizada pelos Primitivos Flamengos. Desde 1868 foi criado um derivado do petróleo, a que se dá o nome de laca sintéctica, ou garanza artificial. (1.p.96)

Verniz-da-china, utilizado para a obtenção do charão. (30.p.258)

 

LAÇA

 

Ver LAÇO.

 

LACA DE CARMIM

 

Ver LACA.

 

LACA DE COROMANDEL

 

Nome dado às lacas (principalmente biombos) que no século XVIII eram embarcadas com destino à Europa através dos portos da costa de Coromandel. As lacas assim denominadas caracterizam-se pelas cores fortes, obtidas misturando-se pigmentos vários à laca. Estas tintas eram depois aplicadas em áreas previamente incisas numa superfície em laca negra ou acastanhada. Apesar de esta técnica estar ligada ao mercado de exportação, as primeiras lacas assim decoradas destinavam-se ao consumo local. (15.p.247)

 

LACA DO GUZARATE

 

Matéria usada por artesãos do estado indiano do Guzarate para decorar túmulos e principalmente as mais variadas peças de mobiliário, destinadas ao mercado local e ao de exportação, incluindo o europeu. As peças assim decoradas são ainda enriquecidas a madrepérola. Por se desconhecer a sua verdadeira natureza, diferentes autores apelidam-na de várias formas (lac, mastic, etc.). (15.p.247)

 

LACA ESCAVADA

 

Numa superfície onde foi aplicado um número variável de camadas de laca, esta é escavada, com a ajuda de instrumentos vários, jogando com o nível atingido com, por exemplo, um cinzel, é possível realizar uma enorme variedade de motivos decorativos de maior ou menor sofisticação técnica. (15.p.247)

 

LACA NAMBAN

 

Segundo alguns autores este tipo de lacas foi realizado no Japão exclusivamente para o mercado português, já que estas não seriam vendáveis em mercados como, por exemplo, o holandês. Caracterizam-se pelo abundante uso de materiais como a madrepérola e o ouro, e são decoradas com motivos característicos que incluem, por exemplo, a chamada “vinha namban”. São frequentemente de baixo nível técnico e foram exportadas em consideráveis quantidades. Neste grupo incluem-se também as peças decoradas com a insígnia da Companhia de Jesus. (15.p.248-249)

 

LACAR

 

Técnica que consiste em cobrir e decorar objectos com várias camadas de laca através de um processo complexo, resultando no final uma superfície brilhante. (3.p.41) 

LAÇARIA

 

Motivo decorativo composto por fitas entrelaçadas. (5.p.122)

LAÇO

 

O nome “laça” tem designado, em termos correntes, uma peça de joalharia formada por duas partes, sendo a parte superior em forma de laço, mais ou menos estilizado, e com outras ornamentações que o complementam, bem como por uma parte inferior composta por um pendente, geralmente em forma losangular. No entanto, a documentação portuense coeva designa-o por laço, pelo que, sem esquecer a terminologia “laça”, passámos a designar essas peças por “laços”, ao que se pode aduzir previamente a expressão “pendente em forma de laço”. Sendo originariamente para pendurar em cordões ou, talvez, em fitas de veludo e cetim, do pescoço, muitas destas peças foram posteriormente transformadas em alfinete, acompanhando as mutações da moda. (39.p.226)

 

LACRE

 

Substância de composição variada (ceras, argilas, goma-laca, pigmentos) usada para fechar cartas ou papéis com sinetes. Esta marcação foi muito usada no verso das telas para marcas de proprietário ou de colecção. (1.p.96)

 

LACREADO

 

O mesmo que lacado. (40.p.264)

 

LACUNA

 

Área em falta no original, que pode ser diferenciada por lacuna de suporte (ex.: um azulejo; uma asa, etc.) ou de fragmentos. (2.p.123)

Falta de camada pictural. (1.p.96)

 

LADOS

 

Faces laterais, planas ou curvas, de um móvel. Podem assumir os mais variados contornos, não tendo obrigatoriamente que seguir a forma usada na frente. (3.p.89)

 

LADRILHO

 

Placa quadrada de cerâmica cozida, vidrado ou não, para revestimento de pavimentos. Ver mosaico cerâmico. (2.p.75) 

 

LÁGRIMA

Bolha de ar na pasta de vidro. Às vezes era devida a um erro ou a uma imperfeição; mas geralmente era produzida de propósito, com fins ornamentais. (53.p.48)

LAMBEL

Pannos de listras, de cobrir bancos. (27.p.4)

Panno de lã, grosso, e de ordinário listado de várias cores, e que serve para cobertura de algum banco. (28.p.26)

 

LAMBIDA

 

Ou cansada, diz-se da pintura extremamente trabalhada, sem frescura. (1.p.96)

 

LAMBREQUIM

 

Pequeno ornato de pano recortado, com ou sem borlas, utilizado em grotescos e, posteriormente, noutros contextos decorativos. Pode ser pintado e executado em metal, pedra ou madeira. (25.p.350)

Recortes dos remates e orlas de baldaquinos, nichos, alparavazes de dosséis, etc., formando franjas decorativas pendentes, tendo elementos alternadamente salientes e reentrantes, com feitios vários. (40.p.264)

 

LAMBRILHA

Azulejo de pequena dimensão, com decoração engobada, de corda seca e aresta, importados de Valência e de Sevilha nos séculos XV e XVI, integrando composições para revestir pavimento.

Designa também um azulejo pintado, estampilhado ou estampado, usualmente como de figura avulsa, recuperado em 1937 por artistas modernistas com inspiração no imaginário e cultura popular. (2.p.75)

 

LAMBRIM

 

Ver SILHAR.

 

LAMBUGEM

 

Pasta argilosa muito diluída em água que funciona como material de fixação entre os diferentes componentes de um objecto cerâmico. (2.p.110)

 

LÂMINA

 

Chapa de cobre com pintura. (27.p.5) 

Quadro pintado em cobre. Quadrinho de molduras bordadas. (28.p.30)

 

LAMINAGEM

 

Processo de produção de lâminas ou fios através de sucessivas laminagens ou perfilagens de uma barra de metal, o que se consegue com um aperto dos tornos. (11.p.26)

 

LÂMPADA

Alampada; vaso com óleo, e torcida acesa dentro delle, como estão suspensas nas Igrejas. (27.p.5)

Vaso em que se deita azeite com huma torcida, para alumiar. (28.p.30)

 

LAMPADÁRIO

 

Espécie de castiçal de muitos braços, e lumes, que de ordinário se pendura nas Igrejas. (27.p.5)

Espécie de candelabro de várias lâmpadas, semelhante ao lustre. (7.p.106)

Suporte de dois ou mais lumes suspenso do tecto.

Suporte de dois ou mais lumes suspensos do tecto. De formas variadas é, frequentemente, decorado com motivos religiosos. Quando se trata de um lampadário de vários lumes com decoração de vidro ou cristal, suspenso do tecto por meio de correntes, eventualmente com um sistema de roldanas para içar e baixar diz-se lustre. (4.p.35)

Lampada, ou castiçal grande, do qual sahem muitos ramos, e no cabo de cada hum delles hûa luz, como são os que se veem suspensos nos palácios, ou nas Igrejas. (28.p.30) 

Luminária destinada a iluminar e a decorar o espaço interno das igrejas de grandes dimensões e que eram suspensos do tecto ou das paredes por correntes. (5.p.91)

 

LAMPARINA

 

Recipiente em forma de pequeno depósito geralmente circular, destinado a produzir calor através da combustão de um líquido inflamável. Apresenta uma abertura central provida de tampa articulada, no interior da qual se encontra um dispositivo amovível que serve de suporte às mechas. Pode apresentar fundo liso ou assentar sobre pequena moldura que permite a sua acomodação à trempe. (5.p.91)

Ver LUCERNA E CANDEIA.

 

LAMPEÃO

 

Ver LAMPADÁRIO.

 

LANÇADEIRA

 

É o nome de um instrumento de madeira utilizado para fazer o fio correr nos teares. (7.p.106)

 

LANCEIRO

 

Cabido de lanças, onde ellas se guardam. (27.p.6)

 

LANCEOLADO

 

É o nome utilizado em elementos arquitectónicos que apresentam a forma de lança. Também se dá este nome a um arco quebrado ultrapassado. (7.p.106)

Ornato semelhante ao ferro de uma lança. (2.p.92) 

Trabalho decorativo em forma de lança. (5.p.122)

 

LANCETA

 

Em arquitectura designa tudo aquilo que tem forma muito alongada. Dá-se também esta designação ao arco quebrado alongado. (7.p.106)

 

LANÇOL

 

A lençaria, com que se cobrem os colchões da cama, e sobre que nos deitamos. (27.p.7)

Falando-se em cousas ou alfaias da Igreja, se tomam por toalhas e cortinas. (…) E as toalhas não são peças de ornato, mas de necessária preparação do altar; donde se vê serem cortinas que, naquele tempo, ordinariamente, eram de linho. (45.p.359)

 

LANÇOOES

 

Falando-se em cousas ou alfaias da Igreja, se tomam por toalhas e cortinas. (…) E as toalhas não são peças de ornato, mas de necessária preparação do altar; donde se vê serem cortinas que, naquele tempo, ordinariamente, eram de linho. (45.p.359)

 

LANTERNA

Símbolo (oriental) de alegria e festividade. Presente auspicioso nos casamentos. (14.p.276)

Instrumento feito de hum cylindro de lata crivado, com sua portinha, na base vai posta uma luz de vela: outras tem outra figura, e levam vidraças á roda da luz. Lanterna de furta fogo, aquela, em que a luz se pôde encobrir e furta fogo. Lanterna Mágica, a que por vidros dispostos de certo modo faz ver em num anno, papellão, ou na parede vários objetos. (27.p.7)

Transparente abrigo da luz de huma vela, ou candea contra o vento. (28.p.37)

 

LANTERNA MÁGICA

 

He hum engenho óptico, que em huma parede branca representa figuras tam monstruosas que os que ignoram o artificio, imaginam que he obra feita com arte magica. He composto de hum espelho parabólico, que reflecte a luz de hûa velazinha, a qual sahe pelo buraquinho de hû canudo, no fundo do qual estão muitos vidrinhos pintados que na parede oposta reflectem com mayor extensão as extraordinárias, e medonhas figuras que tem. (28.p.38)

 

LANTERNA PROCESSIONAL

 

Lanterna levada na procissão com o Santíssimo Sacramento ou o viático. É montada sobre uma haste e costuma ser decorada com motivos religiosos. Apresenta-se, geralmente, em número par. Para acompanhar o viático, a lanterna pode integrar uma campainha. (4.p.137)

 

LANTERNA-CAMPAINHA PROCESSIONAL

 

Lanterna com campainha integrada, utilizada para acompanhar o viático. (4.p.137)

 

LANTERNElRO

 

O que faz lanternas ou as leva na procissão. (27.p.7) 

 

LANTERNIM PROCESSIONAL

 

Pequena lanterna em papel, eventualmente plissado, ou noutro material ligeiro e translúcido, colocado numa vela processional para proteger a chama e aparar os pingos da cera. É geralmente decorado com motivos religiosos que se tornam visíveis à transparência quando iluminado. (4.p.137)

 

LAPICIDA

Artífice que executa lápides. (5.p.130)

LAPIDAÇÃO

 

Talhe de uma gema mineral. Em termos de lapidação das gemas costuma ser aferida, especialmente em relação aos diamantes, de lapidação em mesa, com 10 facetas, em rosa, com 24 facetas, e assemelhando-se a parte da gema sainte do metal a esta flor, e, em brilhante, 57 ou 58 facetas (note-se que “brilhante” é forma de lapidação do diamante e não de uma gema, pelo que não é correcto falar-se em brilhantes, mas sim em diamantes com talhe em brilhante). (39.p.227)

 

LAPIDÁRIO

 

Aquelle que lavra pedras preciosas. (28.p.39)

Estamos em crer que, dentro dos artífices ligados às jóias, era aquele que tinha um estatuto social inferior. (39.p.227)

 

LÁPIDE

 

Pedra achatada utilizada em honra e memória de um defunto. É colocada na vertical nas paredes das igrejas, nos claustros ou nos pilares, mas não indica um túmulo porque não está colocada junto à sepultura. Pode ter uma inscrição ou uma representação do defunto ou apresentar uma cena em que este está em adoração, ajoelhado ao pé da cruz de Cristo. Atingiu formas particularmente elaboradas no Renascimento e no Barroco. (13) 

Pedra talhada com forma geométrica, habitualmente com função em monumentos funerários. Pode apresentar inscrições epigráficas, decoração ou figuração. (5.p.131)

Laje de pedra com inscrição.

 

LÁPIS CHUMBO

 

Termo de pintor. Pedra de cor de chumbo, ou do mesmo mineral, com a qual se debuxa, e risca sobre papel, ou pergaminho. (28.p.39)

 

LÁPIS-LAZÚLI

 

Pedra semi-preciosa de cos azul com veios dourados que moída dá o azul ultramarino natural. Devido ao preço deste produto, quase sempre importado do oriente, que, quando bem usado, garantia uma grande perenidade, é por vezes expressa nos contratos de pintura a obrigatoriedade da sua utilização. Não é invulgar na mesma pintura a tinta obtida deste mineral ser destinada apenas às partes mais importantes da composição, utilizando-se o azul obtido da azurite para as menos centrais na obra. Filipe Nunes, dado o preço deste pigmento, e a sua fraca aderência isolado, aconselhava os pintores a darem a primeira camada com “azul de Castela” feito a partir da azurite e só na última camada empregarem o azul ultramarino. (1.p.96) 

Rocha azul composta por diversos minerais (e.g. lazurite, haüynite e sodalite, contendo, por vezes, calcite e pirite) conhecida há mais de 6000 anos, nomeadamente nas civilizações egípcia e suméria, ocorrendo, principalmente, no Afeganistão. Na Antiguidade era denominada sappheirus, querendo também dizer azul e ultramarinum. (5.pp.146-147)

 

LAQUECAS

 

Contas, brincos, tentos e outras quinquilharias, que se faziam de umas pedrinhas alaranjadas, que se acham na península do Indo. (45.p.359)

 

LASCA POLIDA

 Fragmento de diamante polido ou não (superfícies de clivagem e até mesmo cristais não lapidados). (5.p.147)

LASTRA (TÉCNICA)

 

Técnica de conformação do objecto cerâmico a partir de placas de argila estendidas entre bitolas que lhe dão uma espessura constante. (2.p.110)

 

LASTRO

 

Base, onde assenta a colchoaria, composta de réguas de madeira apoiadas em aberturas correspondentes executadas no barramento. (3.p.68)

 

LATÃO

 

Metal artificial, que se faz com cobre vermelho, e calamina, mineral, que lhe da mayor peso. (28.p.49)

Liga de cobre e zinco de cor amarelada. Empregue na pregaria das cadeiras portuguesas do século XVII e início de Setecentos, que fixava o couro lavrado ou liso à estrutura da madeira e cuja superfície brilhante sobressaía das tonalidades mais escuras do couro. No século XVIII passa a ser o material mais utilizado nas ferragens dos móveis, sendo muitas vezes dourado. (38.p.232) 

Liga metálica à base de cobre e de zinco. Apresenta coloração amarela, independentemente da proporção da liga. (5.p.131)

 

LATRINA


Ver SANITA. 

LAVABO

Do latim lavabo. Fonte com um recipiente em forma de taça, habitualmente circular, destinado à ablução das mãos. (5.p.91)

LAVABO DE SACRISTIA

 

Recipiente colocado na sacristia e utilizado para as abluções do presbítero antes e depois da celebração da missa, para escoar a água da purificação e os resíduos das substâncias bentas depois de reduzidas a cinza. Pode ter associado, sobre a bacia, um reservatório com torneira (fonte de sacristia). (4.p.48)

 

LAVANDA

 

Recipiente utilizado para conter água com que se lavam as mãos ou a cara. Bacia semiesférica, oval, mais larga que alta, de bordo, liso ou com aba. Podendo surgir isolado é uma peça que faria conjunto com um gomil. (2.p.75) 

Bacia de água-às-mãos. (5.p.91)

 

LAVATÓRIO

 

Recipiente que pode fazer parte de um serviço de higiene, montado num móvel de madeira ou em estrutura metálica, mas que designa um recipiente para higiene corporal, fixo na parede e ligado a um sistema de canalização e esgoto de águas. (2.p.75)

 

LAVOR(ES)

 

Motivo de carácter ornamental, um trabalho manual, o mesmo que lavrado, portanto em relevo. São azulejos preenchidos com motivos ou produtos para decoração seriada ou de padrão. (7.p.107)

 

LAVRANTE

 

O que lavra em prata, ou oiro apurando, e polindo as feições, que as peças trazem da fundição. (27.p.11)

 

LAVRAR

 

De uma forma geral significa “decorar” qualquer material superficialmente, correspondendo a “bordar” quando se tratava de tecido. Mas para a madeira também significava “aparelhar”, “trabalhar”. (40.p.264)

 

LAYA

 

A lã mais fina que há. (28.p.59)

 

LEÃO

 

Simboliza o poder e a sabedoria de Buda. Muitas vezes guarda a porta dos templos. Normalmente é representado a jogar com bolas de brocado e, com um filhote quando é fêmea. (14.p.276)

LEBRE

Símbolo de longevidade, porque se crê que tritura, na lua os ingredientes do elixir da longa vida. (14.p.276

 

LÉCITO

 

É um jarrinho destinado a santuários ou a túmulos. Foi também muito utilizado na exportação. O vaso tem fundo branco, e tornou-se conhecido na Grécia desde o século VI a. C. Sobre o branco surge, com o decorrer dos tempos, uma decoração viva e delicada. Também era utilizado para perfumes ou para azeite, mas essencialmente usado como oferenda funerária. (7.p.107-108)

 

LEGENDA

 

Inscrição explicativa tratada de forma decorativa ou apenas informativa. (2.p.92)  

 

LEGUMEIRA

 

Recipiente para servir os legumes cozidos. Geralmente de forma esférica, fundo plano ou com pé baixo, tampa e asas laterais horizontais. Pode estar sobre uma bandeja ou ser autónoma. Faz frequentemente conjunto com a terrina da sopa. (2.p.76) Prato coberto para vegetais. (5.p.91)

LEGUMEIRO

 

Ver LEGUMEIRA.

LEITEIRA

 

Recipiente para guardar e servir o leite. De formas variadas, é um jarro de pequenas dimensões, com ou sem tampa, asa lateral e bico. As leiteiras com bico largo podem ser também usadas para servir natas, designando-se cremeiras. Ver serviço de chá. (2.p.76) 

Recipiente, provido ou não de tampa, em forma de pequeno jarro, destinado a servir o leite com o chá, o café ou o chocolate. Pode apresentar fundo plano, assentar sobre uma base ou ainda em pequenos pés, em número de três ou quatro. (5.p.91)

 

LEITO

 

Cama de armação com sobrecéu e cortinas. (27.p.14)

Consta de hû catre com quatro colunas, ou pilares altos, e taboas sobre que se poem a cama; arma-se com cortinas, etc. (28.p.72)

Armação de madeira, ferro ou outro material, destinada a sustentar os enxergões e colchões da cama. Móvel de repouso nocturno com armação e colunas para dossel. Antigas designações: leito de banco, de viagem, de solteiro, de casal, de viúvo, de pessoa-e-meia. Conjunto de diversas peças que compõe uma cama como actualmente é denominado. (30.p.258)

Estrutura, geralmente de madeira, de suporte da “cama”, conjunto da colchoaria, roupas e adereços que se distinguiu daquele até ao século XVIII. (40.p.264)

 

LEITO BRONZEADO

 

Leito decorado com aplicação de motivos recortados, vazados e dourados de latão ou bronze, fundidos e cinzelados, característico do século XVII, pelo menos até ao seu 3º quartel. (40.p.248)

 

LEITO DE IMAGEM

 

Mobiliário religioso. Pequeno leito destinado à colocação de uma imagem, geralmente um Menino Jesus exposto à veneração dos fiéis no Natal, integrado em presépios ou isolado. Poderá comportar alguma iconografia religiosa, por regra na cabeceira. (3.p.111)  

 

LEKYTHOS

 

Ver LÉCITO.

 

LENÇO

Toda a tela de linho, e algodão. Pedaço de tela de linho, ou algodão de que se usa para limpar o rosto, etc e se traz na algibeira, as mulheres usam de lenços ao pescoço, e para a cabeça com vários feitios, e talhos. Lanço de muro. (27.p.15)

Panno de linho, que a gente traz na algibeira para alimpar o rosto do suor. (28.p.78)

Tecido fino de linho, usado nos lenços de assoar e em roupas de baixo e de uso doméstico. Quando de fio de algodão, denominava-se: “lenço de algodão”. (40.p.264)

 

LENÇOL

 

A lençaria, com que se cobrem os colchões da cama, e sobre que nos deitamos. (27.p.7)

 

LENISTE

 

Tecido de lã preta e fina, usada para forrar cadeiras e tronos. (30.p.258)

 

LENZO

 

O mesmo que lenço. (40.p.264)

 

LEQUE

 

Um dos atributos de Zhongli Quan, um dos Oito Imortais taoístas. (14.p.276)

 

LHAMA

 

Tela mui lustrosa de fio de prata, ou oiro batido. (27.p.19)

 

LIAGE

 

He hû pano como de estopa, mas melhor, e mais fino; vem de fora do Reyno, e he muy conhecido. (28.p.105)

 

LIGA

 

Consiste na mistura do ouro com outros materiais, essencialmente, prata e cobre, para o tornar mais duro, mais resistente e, também, para lhe alterar a tonalidade. Deste processo depende o quilate, ou o “toque” do ouro. (11.p.26) 

Mistura de dois ou mais metais que são fundidos em proporções variáveis, originando um outro metal com diferentes propriedades, nomeadamente a dureza, resistência mecânica, maleabilidade e ponto de fusão. Normalmente um dos constituintes é preponderante em relação ao(s) restante(s). (5.p.147)

 

LIGANTE


O mesmo que aglutinante, deriva do francês liant. (1.p.97) 

LIGAS DE METAL BRANCO

Termo técnico que alude às ligas de composição variada com uma coloração semelhante à da prata, mas sem qualquer percentagem deste metal precioso na sua composição. Foram produzidas em finais do século XVIII e inícios do século XIX e posteriormente utilizadas como metal base na reprodução de objectos galvânicos com revestimento electrolítico. Importa destacar os seguintes exemplos: a liga Britannia metal, constituída por estanho, antimónio e cobre e as ligas Nickel silver, German silver, Maillechort e Alpaca compostas por cobre níquel e zinco. Muito embora não fosse obrigatória a marcação das peças executadas com estas ligas, aquelas podem eventualmente apresentar as seguintes iniciais: EPBM (Electroplated Britannia metal), EPNS (Electroplated Nickel silver), EPGS (Electroplated German silver) ou simplesmente EP (Electroplated). (5.p.147)

LILA

 

Uma fazenda de lã fina e lustrosa. (27.p.23)

 

LIMADO

 

Trabalho feito à lima no acabamento e decoração de ferragens e outra obra metálica, nomeadamente chanfros e boleados nas arestas, sulcos, entalhas piramidais e semicirculares, etc. a

 

LIMÃO

 

Também chamado “mão de Buda”, pois o fruto assemelha-se à forma clássica da mão do Buda. Símbolo de riqueza. (14.p.276) 

LIMAR

Processo para remover imperfeições e uniformizar a superfície metálica, extraindo, assim, os vestígios de ferramentas usadas numa fase anterior. Por sua vez, os sinais da lima serão suprimidos na fase de lixagem e posterior polimento da peça. (5.p.147)

LINGUETA

 

Peça da fechadura de um elemento móvel que, com a rotação da chave, se exterioriza para o fechar, entrando em cavidade aberta no elemento fixo, ou em caixa metálica apropriada. No caso de funcionar dentro da fechadura, penetra no passador do ferrolho, ou no “nariz” da tampa ou porta, deslizando no interior daquela. (40.p.265)

 

LINGZHI

 

Cogumelo sagrado da imortalidade, considerado pelos místicos taoistas como comida dos génios (xian). Símbolo de longevidade, porque quando seco torna-se muito resistente. (14.p.277)

 

LINHA

 

As fibras de linho torcidas ao fuso, ou roda, para coser, etc. (27.p.26)

 

LINHA DE FRACTURA

 

Refere-se à linha de separação, por ruptura dos fragmentos. (2.p.123)  

 

LINHAÇA

 

Semente do linho. (22.p.135) 

 

LINHAR

 

Campo plantado com linho. (22.p.135) 

 

LINHARADA

 

Ver ARRINCA.

 

LINHEIRO(A)

 

Linheiro, pessoa que trata em linho. (27.p.27)

Homem ou mulher que prepara e/ou vende o linho. (22.p.135) 

 

LINHO

 

Planta de haste fibrosa da família das lináceas; designação pela qual são conhecidas as fibras mais curtas e mais finas desta planta. (22.p.135) 

Planta fibrosa, a qual depois de varias preparações se fia, e do fio se fazem linhas para cozer, ou para se tecer em lençarias de toda sorte: dela há três especies, o Gâllego, que he o mais fino; o Mourisco, de sorte meiã, e o Canhamo, que he o mais grosso: he linho massadiço , que he quasi como o Mourisco. O linho se vende rastelado. Pedra de linho; he o peso de 8 arráteis depois de gramado. (27.p.27)

 

LINHO “ABERTIÇO”

 

Sub-variedade do linho “Mourisco”. (22.p.135) 

 

LINHO “COIMBRÃO”

 

Sub-variedade do linho “Riga Nacional”. (22.p.135) 

 

LINHO “GALEGO”

 

Variedade de linho plantado na Primavera. (22.p.135) 

 

LINHO “MOURISCO”

 

Variedade de linho plantado no Inverno. (22.p.135) 

 

LINHO “RIGA NACIONAL”

 

Variedade de linho plantado na Primavera. (22.p.135) 

 

LINHO “SERRANO”

 

Sub-variedade do linho “Mourisco”. (22.p.135) 

 

LINHO “VERDEAL”

 

Sub-variedade do linho “Riga Nacional”. (22.p.135) 

 

LINÓLEO


Diz-se da tela feita de juta embebida de óleo de linhaça e de cortiça em pó. (7.p.108) 

LINTEL

Elemento de arquitectura. Bloco de madeira ou de pedra, normalmente horizontal, apoiado sobre as jambas ou ombreiras de um vão de janela ou de porta e que constitui o seu elemento de união superior. (5.p.131)

 

LÍNULA

 

Peça de roupa de cama, de linho, não referida nos dicionários de antiguidade. Provavelmente lençol. (40.p.265) Variedade de calcário branco, compacto e cristalino. (5.p.131) 

LIOZ

Variedade de calcário branco, compacto e cristalino. (5.p.131) 

 

LIPSANOTECA

 

Mobiliário religioso. Pequena caixa-relicário usada na dedicação de uma igreja. Em regra é esculpida em madeira, com uma legenda que identifica a relíquia ou as relíquias que encerrava, bem como a notícia da dedicação (bispo e data). (3.p.113) 

Conjunto das relíquias de diversos santos, contidos num ou mais pequenos relicários. O seu nome advém do grego lipsana, que significa restos, relíquias. (5.p.92)

 

LÍQUENES

 

Espécie vegetal composta por dois organismos, um fungo e uma alga, em simbiose. Desenvolvem-se sobre as superfícies das cerâmicas, especialmente, no exterior e em zonas com vegetação abundante. (2.p.124)

 

LITEIRA

 

Conjunto das roupas e ornatos de um leito. (40.p.265)

 

LITEIRO

 

Panno grosso de tomentos torcidos, com que a gente rústica faz saccos. (28.p.157)

Todo o pano de que se faziam colchas, mantas, cobertores e toda a roupa que pertence a um leito. (45.p.364)

 

LITOGRAFIA

 

Arte ou processo de produzir um desenho, caracteres, etc. numa pedra plana, especialmente preparada e em papel. (10)

Consiste na arte de imprimir na pedra, com tintas gordas e mais tarde por decalque. Em Portugal foi introduzida por Luís da Silva Mouzinho, que em 1822 enviou de Paris para Domingos António de Sequeira uma prensa, pedras litográficas e mais apetrechos. (7.pp.108-109)

 

LIVRO

 

Conjunto de cadernos reunidos ordenadamente. (10)

 

LIVRO DE HORAS

 

Livro de orações, manuscrito ou impresso comum à Idade Média, e ornamentado com iluminuras, destinado ao culto privado. Cada Livro das Horas contém uma colecção de textos, orações e salmos, acompanhado de ilustrações apropriadas, para fazer referência a devoção cristã. (10)

 

LIVRO NÃO APARADO

 

Livro cujos cortes não foram aparados de forma regular e simultânea com guilhotina. (10)

LIVROS

 

Um dos “Oito Objectos Precisos”. Encarnam a ciência. (14.p.277)

 

LIWAN

 

É uma construção própria dos orientais, onde várias salas se encontram lado a lado. Estas salas são antecedidas por um espaço descoberto que se liga para o exterior. (7.p.109)

 

 

Panno de Lô. He hû panno muito ralo, entretecido de lavores de palheta de ouro. Trazem- no da China, Japão, e outras partes do Oriente. (28.p.167)

 

LOBULADO


Que descreve um lóbulo – segmento de círculo. Toma várias designações, consoante o número de lóbulos: trilobado, quadrilobado, e polilobado se apresentar mais de quatro lóbulos. (38.p.232) 

LÓBULO

 

Elemento arquitectónico, em forma de pequeno arco redondo, recortado na cornija dos arcos ogivais e mouriscos e no rendilhado gótico. Dependendo do número, podem ser trilobados ou quadrilobados. (5.p.122)

LOMBADA

 

Parte onde se encontram cosidos os cadernos do livro. (23.pp.35-36)

Parte do livro oposta ao corte dianteiro, onde se encontram reunidos os cadernos do lado da dobra. (10)

 

LOMBO

 

Lado esquerdo dos cadernos, reunidos em livro. (10)

 

LOMBO FALSO

 

Tira de cartão fino que se interpõe entre o lombo e a cobertura. (10)

 

LONGES

 

Parte mais distante da representação de um fundo de paisagem. (1.p.97)

 

LOSANGO

 

Um dos “Oito Objectos Precisos”, símbolo de vitória e sucesso. [(14.p.277)

 

LOSETA

 

É a designação dada a ladrilhos pequenos. São quadrados e combinavam-se com os alfardons, enchendo o centro das composições. (…) Podem-se considerar estes ladrilhos como os antecessores dos autênticos azulejos. (7.p.109)

Placa cerâmica quadrada aplicada em pavimentos em articulação com alfardons e mosaicos rectangulares. (2.p.76)

 

LÓTUS

Ornato semelhante às folhas e flores de lótus. (2.p.92) 

Um dos “Oito Emblemas Budistas”. Flor sagrada dos budistas, símbolo de pureza, porque se ergue imaculada das águas lamacentas do charco. É também sagrada para os taoistas, visto ser um dos atributos da jovem He Xiangu, um dos Oito Imortais taoístas. Emblema de Julho, do Verão. (14.p.277)

 

LOUÇA

 

Vasos da adega, da cozinha, frasca; vasos do serviço da mesa, e se diz dos de barro grosseiro, ou da China. (27.p.33)

 

LUCERNA

 

O termo reserva-se para os pequenos utensílios fechados de época romana, compostos por um corpo discóide provido de um pequeno orifício para enchimento e um bico largo, com outro orifício onde se alojava o pavio. Para certas variantes abertas, produzidas em cerâmica comum, usa-se o termo lamparina. (12.p.71)

Lâmpada de igreja a azeite, utilizada em rituais fúnebres e outras funções litúrgicas ou oferecida como ex-voto, nos primeiros tempos do cristianismo, diz-se lucerna. (4.p.135)

Lâmpada romana, geralmente de barro e, mais raramente, de bronze, composta de um depósito para o combustível (azeite), um ou vários bicos para a mecha e uma asa. A parte superior do depósito, de forma circular apresentava os mais variados motivos decorativos (cenas mitológicas, históricas, figuras avulsas, bustos, cabeças de animais).

LUME

 

Usava-se na dupla acepção de peça de iluminação e face deespelho. (40.p.265)

 

LUMES DA PINTURA

 

As cores mais vivas de hum painel. (28.p.203)

 

LUMIEIRA

 

Lampadario de castiçaes. (28.p.204)

 

LUNETA

 

Pintura semicircular criada para decorar o espaço de parede entre uma porta ou uma janela e a junção de uma abóbada. (1.p.97)

Pintura ou relevo, de forma semicircular ou oval, colocada no cimo de um políptico, quadro de altar ou retábulo. (4.p.22)

 

LÚNULA

 

Pequeno receptáculo que se insere no centro do ostensório para a exposição da grande hóstia consagrada. De forma circular achatada, é composta por dois discos de vidro ou cristal, engastados em ouro ou prata dourada. Fora da exposição do Santíssimo, a lúnula é guardada na caixa de lúnula ou colocada sobre o suporte de lúnula. (4.p.128)

Ou luneta, suporte amovível em forma de crescente eucarístico, geralmente em metal nobre e, por vezes, enriquecido com gemas incolores, que segura a hóstia consagrada no interior do viril da custódia. (5.p.122)

É um ornamento peitoral, de provável origem irlandesa e característico do Bronze inicial. (7.p.110) 

Ornamento do pescoço em forma de crescente, característico do início da Idade do Bronze na Europa.

 

LUSTRE

Diz-se do candelabro que tem muitos braços (em cristal ou metal), destinado a iluminar grandes espaços. (7.p.110)

Lampadário de igreja de vários lumes, com decoração em vidro ou cristal, suspenso do tecto por meio de correntes, eventualmente com um sistema de roldanas para içar e baixar. (4.p.35)

Lampadário de vidros cristalinos e adiamantados. (27.p.36)

Candelabro que tem muitos braços (em vidro ou metal), que serve para iluminar grandes espaços, eventualmente com um sistema de roldanas para içar e baixar.

 

LUSTRE (TÉCNICA DE)

Técnica de decoração de modo a obter um resultado semelhante a uma fina película metálica sobre a decoração já vidrada.

Os vidrados de lustre são preparados comerciais que fundem numa terceira cozedura, a baixas temperaturas, entre 500º e 800º C. apesar de serem fundidos são superfícies muito frágeis. Não confundir com brilhos metálicos. (2.p.110)

 

LUSTRILHO

 

Certo tecido de lã, que tem lustre. (28.p.209)

LUVAS PONTIFICAIS

 

Luvas usadas pelo Papa, cardeais, bispos e abades durante uma parte da missa pontifical. Geralmente de seda e seguindo as cores do tempo litúrgico, excepto o preto, são ornadas, no dorso, com bordados ou aplicações de pedras preciosas, vidrilhos, placas metálicas gravadas, relevadas ou esmaltadas, etc. as luvas pontificais apresentam, muitas vezes, punhos largos com botões ou borlas. (4.p.158)

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