Glossário de Artes Decorativas
MACA
Rede de lona pendurada com cordas pelas duas cabeceiras. (30.p.258)
MAÇA
Outra denominação para maço. (22.p.136)
MAÇA DE PORTEIRO
Acessório de dignidade cerimonial atribuído a um membro específico de uma organização religiosa (ordem, confraria ou irmandade), com o objectivo de identificar o seu possuidor. Geralmente adopta uma forma de bastão com a terminação superior decorada, incluindo-se umas correntes para permitir a sua colocação ao ombro, de modo a melhor integrar as procissões. (5.p.92)
MAÇA PROCESSIONAL
Bastão levado na procissão pelo juiz da festa ou pelos membros de uma confraria religiosa, de uma congregação ou de uma paróquia. Apresenta, geralmente, no topo da haste, um pomo encimado por uma cruz ou uma figurinha representando o santo patrono ou o emblema da confraria, da congregação ou da paróquia a que pertence; estes podem inserir-se numa edícula ou ser cobertos por um baldaquino. (4.p.138)
MACACARIA
Decoração onde os macacos aparecem entretidos com brincadeiras, vestidos com roupa de pessoas e desempenhando tarefas humanas. (2.p.92)
MACACO
Símbolo do mês de Julho. É comummente aceite como emblema da fealdade e da astúcia e como mascote do funcionário, pois macaco (hu) pronuncia-se como “esperar um posto”. Figura em inúmeras cenas búdicas, porque ofereceu frutos a Buda enquanto ele meditava na solidão. (14.p.277)
MAÇADOIRA
Camadas de linho que saem do engenho depois de triturado. (22.p.136)
MAÇADOIRO
Lage sobre a qual se maça o linho e que pode ser encontrada na rua, encostada às casas, na eira, etc. (22.p.136)
MAÇADOURO
Ver AGUADOURO.
MAÇANETAS
Remates da feição de macãs, ou piramidais, que se embebem em pontas de ferro nos varais de leitos; nos cantos das janelas de grades, etc. (27.p.39)
Elementos decorativos destacáveis ou não, que rematam neste caso o topo das colunas do leito, ou a parte central da cabeceira. Noutros móveis podem rematar a parte superior, o topo de prumadas (móveis de assento), ou servem ainda para acentuar um ponto central, como o cruzamento horizontal do travejamento (mesas). (3.p.68)
Elemento funcional de móvel ou de porta, em madeira torneada, marfim, vidro ou metal. Remate ornamental esférico ou piramidal para móveis e objectos, colocado em geral nas extremidades das prumadas de cadeiras e colunas de leitos. Puxador de forma globular. (30.p.258)
Remates decorativos das colunas de dossel, salientando-se acima deste, geralmente torneados em forma de bilro, taça, etc. (40.p.265)
MAÇARICO DE SOPRO
Instrumento de uso individual, de metal, oco e aberto nas duas extremidades. Serve para soldar e recozer – processo pelo qual o metal é aquecido de forma a torna-lo mais maleável e fácil de trabalhar – assim como para fundir pequenas quantidades do mesmo. Pode também ser denominado maçarico bocal. (11.pp.22-23)
MAÇAROCA
Ornato composto por um toro revestido com bagas e com folhas na base, idêntico a uma maçaroca de milho. (2.p.92)
Decoração interpretando uma espiga de milho. (5.p.122)
MACERAÇÃO
Ver CURTIMENTA.
MACETA
Ver CUSPIDEIRA.
MACETAS
O mesmo que punhos dos braços. (3.p.61)
MACHADOURA
Quantidade de linho que o engenho tritura de cada vez. (22.p.136)
MACHE FEMEA
O mesmo que “dobradiça”. (40.p.265)
MACHO-FÊMEA DE BALAÚSTRE
O mesmo que “bisagra de balaústre”, ou talvez a dobradiça do tipo hoje denominado “de pirâmide”, na qual o eixo é rematado exteriormente, nos topos, por dois elementos decorativos torneados em bilro. (40.p.265)
MACHOMHARIA
Obra mourisca e daquele gosto, que usam os sequazes de Mafoma. (45.p.373)
MADEIRA
A madeira foi o suporte mais utlizado para a pintura móvel tanto na Antiguidade como na Idade Média até ao final do século XVI. foi utlizada tanto nos pequenos formatos como em grandes tábuas, através da ensamblagem de pranchas. Várias madeiras diferentes foram utlizadas consoante os países e as regiões, o carvalho, na Flandres e em França, o pinho em Espanha, o castanho em Portugal, o choupo na Itália, a nogueira no sul de França, a tília nas escolas do Reno, o abeto na Inglaterra. Contudo o comércio de madeira de carvalho das grandes florestas do Báltico inundou os mercados europeus a partir do século XV e tornou-se de uso generalizado a par (ou suplantando mesmo, em muito, como no caso de Portugal) das madeiras locais. O abate das pranchas de carvalho do Báltico pode ser datado pela dendrocronologia (análise dos anéis de crescimento), o que, apesar das diferenças dos tempos de secagem utilizados conforme a época, a espessura da madeira e o local, é um precioso elemento de situação cronológica da pintura. (1.p.97)
Tecido lígneo que forma primeiro a casca e depois o tronco das árvores, constituindo-se progressivamente durante a sua existência. Só a parte central (o burame), mais seca e de textura mais densa é usada nos processos escultóricos subtractivos. As essências de madeira têm características de coloração, de grão e de dureza diferentes, o que as torna mais ou menos próprias para a escultura. Em função da estrutura anatómica, as madeiras separam-se em dois grupos: as resinosas e as folhosas. Nas madeiras folhosas incluem-se: a acácia mimosa, o bordo comum, o bordo da Noruega, o castanheiro da Índia, o amieiro, a cerejeira, o pau rosa, o medronheiro, o pau cetim, o vidoeiro, a sucupira, o buxo, o pau brasil, o mogno branco da Índia, o castanheiro, o cedro, a alfarrobeira, a olaia, o loureiro, a aveleira, o pau preto, o jacarandá, o sissó, o ébano africano, a faia, o eucalipto, o freixo, o jacarandá, a amoreira, a oliveira, o vinhático, o plátano, o choupo, o carvalho, o salgueiro, o sândalo, a tília, o angelim. Nas madeiras resinosas incluem-se: o abeto, a araucária, o cedro, a criptoméria, o cipreste, o zimbro, o pinho, a casquinha, a sequóia, o teixo, a tuia. Para o trabalho escultórico dividem-se entre madeiras duras (buxo, mogno…), semiduras (carvalho, cerejeira, nogueira, teca, faia, olmo, plátano…) e macias ou brandas (cedro, balsa…). (8.p.131)
MADEIRA DE FRUTÍFERA
Madeira extraída de uma árvore de fruto. (8.p.131)
MADONA
Representação da Virgem com o Menino.
MADREPÉROLA
Porção nacarada que cobre o interior de alguns moluscos, muito utilizada em embutidos de marcenaria, botões, fichas de jogo e adorno em joalharia. (5.p.147)
MAFAMEDE
Meyo caixão de Angelim, e da feição dos grandes que vem da Índia. (28.p.244)
Mouro, pagão, o que seguia a religião dos gentios das colónias. (30.p.258)
MAFEMEDE
Ver MAFAMEDE.
MAFOMA
Ver MAFAMEDE.
MAGNÓLIA
Emblema da beleza e doçura feminina. Corresponde ao mês de Maio. (14.p.277)
MAILLECHORT
Liga de metal branco constituída por cobre, níquel e zinco. As ligas Alpaca, Nickel Silver e German Silver têm a mesma composição. (5.p.148)
MAINEL
Pilarete que divide verticalmente uma janela ou abertura, suportando a parte superior do vão (lintel). (5.p.122)
MAJESTADE
É uma pintura ou escultura representando o Cristo ou a Virgem entronizados e rodeados de anjos e santos. Por vezes também são rodeados de personagens relacionadas com a história a que a obra se refere. Pode também ser o crucifixo, em que a cruz se sobrepõe a uma figura divina bastante estilizada, em especial no vestuário e que é mais hierática do que sofredora. A figura divina apresenta-se mais como um Deus em glória. (7.p.111-112)
MAJÓLICA
Nome dado à louça cerâmica de pasta colorida porosa (faiança). É coberta de esmalte branco ou colorido e recoberto de verniz opaco. É uma faiança italiana, particularmente da época do Renascimento, e supõe-se que foi introduzida na Itália por operários árabes ou espanhóis das Baleares (Maiorca). (7.p.112)
Designação de uma cerâmica em que a chacota era coberta integralmente com vidrado de óxido de estanho e depois decorada a pincel e sujeita a segunda cozedura. Por hipótese, o termo terá tido origem em Maiorca, um dos centros desta técnica, mas vulgarizou-se para designar a imensa produção nesta técnica cerâmica durante os séculos XV e XVI, nomeadamente as peças historiadas italianas, com incidência nas de Faenza. (2.p.110)
Variedade de faiança de pasta porosa, branca ou colorida, de esmalte opaco ou transparente. A sua fabricação começou na segunda metade do século XV e teve como centros principais Faenza, Urbino, Pesaro, Castel Durante Gubbio e Deruta. O seu nome vem de Maiorca, uma das ilhas Baleares, onde foi produzida inicialmente.
MAKIE
Termo genérico para designar técnicas variadas e similares em que metais em pó são polvilhados antes de a laca secar. (15.p.248)
MALA
Com pega e sem pés, executada na grande maioria dos casos, em verga, couro ou madeira. Serve para transportar objectos e vestuário. (3.p.82)
Peça de viagem semelhante às actuais e de couro, executada pelos “correeiros de obra grossa”. (40.p.265)
MALA DE ANCAS
Talvez mala de colocar nass ancas da cavalgadura, por detrás do cavaleiro, (…).(40.p.265)
MALA DE CAVALEIRO
Mala de couro, pequena, de colocar no arção do selim, à frente do cavaleiro. (40.p.265)
MALETA
Mala flexível e grande para tapeçaria. (40.p.266)
MALGA
Recipiente semiesférico usado para a confecção, conservação e consumo de alimentos. (2.p.86)
Vaso aberto de dimensões modestas, sempre de formas abertas (ainda que os perfis possam variar imenso). (12.p.73)
Ver TIGELA.
MALHETE
Em Portugal, segundo Nogueira de Brito, eram suportes para arcas, caixas e baús, durante o século XVII. Costumavam ter os pés em forma de leões ou gárgulas. Poderiam ser empregados para suportar também armários sem pés próprios. Abertura feita na extremidade de duas tábuas para que se encaixem uma na outra. (30.p.258)
Sulco ou abertura desencontrada na extremidade de duas peças de madeira, permitindo o encaixe uma na outra. (38.p.232)
MALHETES DE CASTELO
Obrigatórios nas samblagens da frente às ilhargas das caixas de 7 palmos para cima, segundo o “Regimento” de 1572 para os carpinteiros da Rua das Arcas. Presume-se que tais malhetes fossem idênticos aos actuais que no conjunto, vistos de frente, se assemelham na configuração às ameias de um castelo, daí tirando o seu nome. (40.p.266)
MANADA
Designação para quantidade de linho que vai ser ripado. (22.p.135)
MANADAS
Ver ESTRIGA.
MANCHA
Coloração diferenciada da que caracteriza a superfície da peça, proveniente do contacto ou da proximidade com outros materiais (ex.: gorduras, metais oxidados, etc.). (2.p.124)
Aplicação de tinta, com economia de meios, franqueza de pincelada e pouca definição nos contornos. Uma “bela mancha”, pode dizer-se do bom efeito conseguido com essa economia. (1.p.97)
MANCHA DE COZEDURA
Variação de cor (sobretudo áreas escurecidas) na superfície dos recipientes, produzida por uma cozedura irregular e pelo contacto, ou proximidade, entre recipientes e combustível. As manchas de cozedura podem ocorrer em todos os tipos de forno, mas são mais comuns quando se trata de cozedura em fogueira. (12.p.140)
MANCHA DE FERRO
Mancha ocre-avermelhado originada pela deposição e impregnação de óxidos de ferro, na superfície das peças cerâmicas, resultantes da corrosão daquele metal. Normalmente, surge por contacto ou proximidade, com elementos metálicos em ferro. (2.p.124)
MANCHETO
Guarnição que abrange parte dos braços, estes podem ser fixos ou desmontáveis, para permitir a sua substituição. (3.p.61)
Parte central do braço de um móvel de assento, estofada e revestida geralmente de tecido, permitindo ao utilizador um apoio mais cómodo dos braços. (38.p.232)
MANDA
Espécie de cesto redondo, ou oval,, alargando do fundo para a abertura, que tinha também tampa de verga. (40.p.266)
MANDIL
Panno grosseiro de anediar as bestas depois de escovadas; ou de aventais de cozinheiros, etc. (27.p.51) Panno de lã grosso, com que alimpam os cavallos. (28.p.285)
MANDORLA
Glória alongada, em forma de amêndoa, criada pela intersecção de dois semi-círculos; utilizada principalmente para representar e/ou envolver Cristo ou a Virgem em Majestade. (8.p.132)
Representação com a forma de nimbo (oval) ou de amêndoa mística, onde se inscreve a figura de Deus Pai, de Cristo em Majestade ou da Virgem. (5.p.122)
MANEIRA
Estilo pessoal de um pintor. O termo “àmaneira de…”, designa uma obra feita anonimamente, tentando imitar um estilo de um pintor ou tipo de composição ou de temática que lhe foi característica. (1.p.97)
MANGA
Ver ALBARELO.
Ver POTE DE FARMÁCIA.
MANGA DE OSTENSÓRIO
Cobertura de tecido leve, que protege o ostensório quando este não esteja a ser utilizado. Mesmo com esta cobertura, o ostensório pode guardar-se em estojo próprio. (4.p.74)
MANGUITO
Regalo de pelles, etc. para aquecer as mãos. Mangas de panno mais fino, que se vestem por cima de outras, para parecer melhor camiza. Peça de ponto de meia, com que se vestem os braços junto à mão para cobrir, que se não sujem os punhos da camisa. (27.p.53)
MANILHA
Bracelete, ou argola, que alguns povos trazem nos braços, e outros membros por adorno. (27.p.53)
Espécie de bracelete, que se trazia no collo da mão, Alguns negros a trazem no bucho do braço. Querem alguns, que manilhas sejam de hua peça guarnecida pela mayor parte com hum retrato, e ellas enfiadas em fita ou perolas. (28.p.296)
MANÍPULO
Tira de tecido, geralmente seda ou com trama dourada ou prateada, com forro e ornada com uma cruz grega ou outros motivos cruciformes, ao centro e nas extremidades, mais largas e franjadas; dobra-se ao meio, com um cordão ou fita a unir os dois lados, e mede, dobrado, cerca de 50 cm. É usado no braço esquerdo, exclusivamente durante a missa, pelos clérigos e, eventualmente, freiras ou monjas de clausura e meninos de coro. Faz conjunto com a estola, de que se aproxima formalmente, mas sendo de menor dimensão, e com a casula. (4.p.158)
MANIQUETE
Renda ou tecido que ornamenta as mangas das alvas dos padres. (4.p.178)
MANJU
Tipo de netsuke que se assemelha a um bolo de soja. (15.p.248)
MANTA
Ver MAÇADOIRA.
MANTADA
Ver MAÇADOIRA.
MANTEIGUEIRA
Recipiente para conter e servir manteiga, geralmente baixo e com tampa, muitas vezes acompanhado por prato ou pequena bandeja, fixo ou não. (2.p.76)
Recipiente de forma circular, com tampa amovível, assente sobre fundo plano e prato, destinado a guardar e servir manteiga. Poderá apresentar secção troncocónica, sendo neste caso geralmente provido de duas asas verticais simétricas. Um modelo distinto do anterior é constituído por uma tampa campaniforme que repousa sobre um prato provido de receptáculo. (5.p.92)
MANTELETE
Veste aberta, unida à frente por fitas de seda, curta, habitualmente até aos joelhos, e sem mangas, usada por todo o clero fora das funções litúrgicas. (4.p.174)
MANTEO
Ver MANTÉU.
MANTÉU
Trajo antigo, era peça de adornar o pescoço de varias feições, enrocado, desfiado, d'abanos, à Balona etc, nos retratos antigos até o del-Rei D. Sebastião se veem os tais manteos. Alguns eram lisos, ou antes hum colarinho mui largo com abas caídas sobre o peito, como ainda hoje trazem as crianças. Panno de cobrir o corpo da cintura para baixo, como saia, mas aberto, usam delle saloias, etc. Capa de frade jesuíta. (27.p.55)
MANTÉU
Veste sem mangas, por vezes com aberturas laterais, geralmente preto ou roxo, usado, por alguns cónegos e beneficiados, sob a mozeta nos ofícios do coro durante o Inverno. Pode também ser usado por grades, como os franciscanos ou, nas pregações, por alguns clérigos regulares como os jesuítas. (4.p.174)
MANTIEIRA
Oficina do mantieiro. (27.p.55)
MANTIEIRO
Oficial da casa real, que tem a seu cargo a roupa, e prata. (27.p.55)
MANTILHA
Espécie de manto, de que usam no Porto, Coimbra, e outras terras, cobrindo-se as mulheres da cabeça até pouco abaixo da cintura. Os pannos de vestir a criança. (27.p.55)
MANTO
Espécie de gualdrapa curta. Vestido de mulher, difere das roupas, por ser mais ligeiro, menos fraldado, tendo a cauda curta, e pegada ao vestido. (27.p.55)
MANTO
Espécie de veo, com que cobre a mulher a cabeça, e as vezes o rosto ao sahir fora de casa. Há mantos de burato de seda, e de burato de lã, e seda; mantos de resplandor, de suprilho, de requeimadilho, de fumo, de cristal, e mantos de pelo. (28.p.303)
MANTO DE IMAGEM
Capa de tecido geralmente precioso que cobre uma imagem ou uma escultura processional. Faz parte do enxoval de imagem de vestir. (4.p.168)
MANUSCRITO
Texto escrito à mão. Diz-se que um manuscrito é iluminado quando é decorado com iluminuras. (13)
MANUSTÉRGIO
Tecido branco, geralmente em linho ou cânhamo, que o padre utiliza para limpar os dedos durante a missa, no momento da oração do Lavabo. É, por vezes, orlado de rendas e bordados e tem uma pequena cruz num dos ângulos. (4.p.85)
MÃOS
Termo de carpinteiro. São humas crescenças, que se lançâo nos barrotes dos forros da casa, quando eles por si não chegam aos frechais. (28.p.311)
MÃOZEIRA
Secção de espadela onde se coloca a mão.
MAQUETE
Reprodução de uma escultura feita à escala, tomando-a como modelo. (8.p.132)
MAQUIM
Ver MASSICOTE.
MÁQUINA DE PONTOS
Instrumento utilizado no processo de talhe indirecto, permitindo copiar uma figura, ou seja, passar do modelo os pontos essenciais para chegar à obra projectada. A máquina possui braços de metal que transferem ou ajustam mecanicamente as dimensões de toda a superfície de um modelo ou de um estudo para um bloco de madeira ou de pedra. (8.p.132)
MÁQUINA PROCESSIONAL
Andor de maior dimensão e que apresenta uma estrutura mais complexa e ricamente decorada. (4.p.59)
MAQUINETA
Mobiliário religioso. Armário envidraçado para colocação de uma ou mais imagens de devoção, ou um grupo escultórico, designadamente um presépio ou um calvário. Em muitas regiões do país é conhecido como oratório ou santuário. (3.p.111)
Caixa envidraçada em que se apresenta uma estatueta ou uma cena religiosa mais complexa, com vários cenários e composição cénica, geralmente, um presépio. (4.p.103)
Sinónimo de oratório, armário contentor de imagem ou imagens religiosas. Quando tem uma função não religiosa, por exemplo quando serve de contentor de esculturas que representam o corpo humano, ou como armários que alberguem objectos esculpidos em gabinetes de curiosidades ou em gabinetes de naturalia, o termo maquineta também pode ser empregue. (8.p.132)
Sacrário onde se expõe o Santíssimo. Pequeno oratório. Redoma para imagem ou peça escultórica.
MARCA
Pequeno punção, geralmente de pequenas dimensões (antigamente menor nos artefactos de ouro do que nos de prata) que fornece informações diversas sobre o metal precioso, sua liga e teor, local onde foi identificado (geralmente associado à região produtora) e o período de fabrico. As marcas podem também identificar o próprio autor ou fabricante do artefacto. Constituem, em regra, sinais de autenticidade do produto e sua conformidade com a lei. Há também marcas falsas pelo que a sua identificação deve ser rigorosa. (5.p.148)
Diferentes sinais ou signos apostos nas esculturas. Podem ser símbolos de autor. (8.p.132)
MARCA DE “DEZ DINHEIROS”
Liga de prata utilizada inicialmente no Brasil. Foi apenas após 1830 que foi permitida em Portugal. Corresponde actualmente a 833 ‰, ou seja, 833 partes de prata para 167 de cobre. (19)
MARCA DE “ONZE DINHEIROS”
Toque estipulado no reinado de D. Pedro II. corresponde à liga de prata de 917 partes de prata para 83 de cobre. Actualmente equivale 916 ‰. (19)
MARCA DE ENSAIADOR
Marca registada no Senado da Câmara e aplicada na prata que possui a liga de lei, ou seja, que possuía os “dez dinheiros e seis grãos”. A primeira data marca de ensaiador do Porto é de 1402 e de Lisboa é de 1460. (19)
MARCA DE OURIVES
Marca aplicada pelo artista quando termina a peça antes de a mandar “ensaiar”, registada também no senado da Câmara. (19)
MARCAS DE MATERIAL DE ENFORNA
Referem-se a todas irregularidades na superfície das peças, provocadas pela colagem de elementos refractários, usados na separação de peças vidradas no interior do forno. (2.p.127) Designação comercial errónea da pirite utilizada devido ao seu elevado brilho e em geral polida em pequenas pedras em talhe tipo rosa. (5.p.148)
MARCASSITE
Designação comercial errónea da pirite utilizada devido ao seu elevado brilho e em geral polida em pequenas pedras em talhe tipo rosa. (5.p.148)
MARCENEIRO
Official que lavra madeira com mais primor que carpinteiro. (28.p.324)
Termo com que se designava antigamente o artesão que executava móveis de madeira; quando havia peçass torneadas, estas eram feitas por torneiros e por entalhadores quando havia entalhes. A junção dessas peças e a confecção final do móvel era função do marceneiro. (30.p.258)
MARCHAND-MERCIER
Retalhista. (25.p.350)
De acordo com o sistema corporativo parisiense, os marchand-mercier desempenhavam o papel de distribuidores de móveis e decoradores de interiores. Embora não pudessem possuir a sua própria oficina, exerciam uma grande influência na moda, servindo de intermediários entre os ébénistes e os clientes. Eram por isso negociantes de mobiliário que tinham também interesses no seu fabrico e na venda a retalho. Por vezes, forneciam também ao cliente desenhos de peças que depois encomendavam a outras oficinas. A corte seguia outra via, empregando os seus próprios artífices. (38.p.232)
MARCHETARIA
Deriva-se do françez marqueterie que vale o mesmo que obra marquetada, isto é, feita de pedacinhos de várias cores, embutidos de maneira, que com elles se representa alguma figura. (28.p.325)
Literalmente, pintura com madeira. Técnica de decoração em mobiliário desenvolvida pelos marceneiros para realizarem composições decorativas, utilizando uma estrutura de madeira de inferior qualidade, posteriormente folheada e onde se recortava o desenho dos motivos a preencher (colar) compequenos pedaços de madeira de diferentes tonalidades, realizando composições ou de tipo pictórico – motivos florais, paisagens, cenas galantes e campestres – ou de motivos geométricos. Para isso fingiam, por vezes, amadeira com diferentes tonalidades, recorrendo igualmente a sombreados e esfumados ou a outros materiais como o metal, o marfim, etc., praobterem os cromatismos e as nuances desejados. (38.p.232)
Técnica que produz o mesmo efeito do embutido. A diferença reside no facto do desenho ser aberto na folha ou faixa que reveste o móvel. (3.p.41)
Revestimento da estrutura de um móvel com incrustações ou embutidos usando madeiras nobres e outros materiais, como prata, cobre, estanho, tartaruga, marfim, etc., de forma a criar um efeito decorativo na superfície. (25.p.350)
Técnica que consiste na aplicação de pequenas placas de ouro, prata, cobre ou latão, recortadas de acordo com um desenho prévio, tendo em conta a cor de cada metal. O efeito final é semelhante ao da marchetaria em madeira. (5.p.148)
MARCO
Antiga unidade de peso para o ouro e prata, equivalente a 8 onças. Tendo a onça 28,6875 g. pesava o marco: 229,5 g. (40.p.266)
MAREJO
Ver ESTRIGA.
MARFIM
Matéria óssea de origem animal, normalmente extraída do dente ou presa do elefante, mas também do hipopótamo ou da morsa, com propriedades de densidades e dureza que oferecem resistência ao trabalho, adquirindo brilho quando polida. As suas tonalidades variam entre o esbranquiçado cremoso e o amarelado. (8.p.132) Material essencialmente composto por fosfatos de cálcio e substâncias orgânicas (colagénio e elastina) que constitui o interior dos dentes dos mamíferos que tem, quando apropriado, aplicação nas artes decorativas (e.g. elefante, hipopótamo, facochero, morsa, orca, cachalote, narval). O marfim é dos mais antigos materiais gemológicos utilizados pelo Homem. Em virtude da situação de algumas espécies animais, existem variedades de marfim que têm a sua comercialização regulamentada pela CITES – Convenção Internacional para o Comércio de Espécies de Fauna e Flora em Vias de Extinção. (5.p.148)
MARGEM
Espaço em branco em volta de uma página. (10)
MARINHA
Paisagem com uma dominante de elementos marítimos, seja a representação do mar com embarcações, seja a representação de praias, enseadas e portos. (1.p.98)
MARIPOSA
Joia de pedraria da feição de borboleta. (27.p.60)
Peça de ornamentação de cabeça em forma de borboleta. (39.p.227)
MÁRMORE
Rocha metamórfica cristalina, com a mesma composição química que o calcário (carbonato de cálcio), mas de maior dureza na sua estrutura; pode ter diferentes colorações. O mármore estatuário, usado em escultura, deve apresentar uma grande homogeneidade de textura e de cor; é susceptível de ser polido. (8.p.132)
MÁRMORE DE CARRARA
Refere-se a um tipo de mármore extraído na região de Carrara, em Itália. Caracteriza-se pelo grão fino e compacto; a sua tonalidade pode variar entre o branco mais puro até ao branco cremoso, mantendo-se translúcido. Foi usado desde a Antiguidade, identificado como mármore de Luna, mantendo sempre grande fama. Miguel Ângelo utilizou-o em muitas das suas esculturas. (8.pp.132-133)
MÁRMORE DE VILA VIÇOSA
Mármore de cor branca e grão fino a médio, proveniente das pedreiras do concelho de Vila Viçosa, distrito de Évora. Nalgumas pedreiras da região também surgem os tipos venados. (8.p.133)
MÁRMORE PENTÉLICO
Famoso mármore grego, extraído das pedreiras do Monte Pentelico, nas proximidades de Atenas. É puramente branco, mas após longas exposições ao ar pode ganhar uma tonalidade amarelada; por vezes apresenta pequenos veios de talco que têm uma oxidação esverdeada. Foi usado na Antiguidade, pelo menos desde o século VI a.C., continuando sempre a ter fama como material escultórico. (8.p.133) Mármore que é atravessado por veios com uma ou várias cores diferentes. (8.p.133)
MÁRMORE VENADO (OU DE VEIOS)
Mármore que é atravessado por veios com uma ou várias cores diferentes. (8.p.133)
MARMOREADO
Ornamento de imitação ou fingimento da aparência do mármore. Técnica de decoração pintada que finge a aparência do mármore. (2.p.92 e 110)
Técnica pictórica de imitação e fingimento da aparência do mármore executada sobre a madeira ou outros suportes. (8.p.133)
MARNETES
Debruns, que se usavam nos vestidos. (27.p.60)
Certa casta de debrum, ou guarnição, que antigamente se usava nos vestidos. (28.p.339)
MARQUESA
Canapé largo com assento de palhinha, couro ou madeira, geralmente sem espaldar e com os braços encurvados e altos. Cama de repouso diurno do século XIX que substitui a camilha ou preguiceiro empregado no século anterior. (30.p.258)
MARROQUIM
Pele de cabra de grão largo e regular, utilizado tradicionalmente nas encadernações de luxo, e proveniente do Norte de África. (10)
Couro macio, fino e granulado feito de pele de cabra curtida com sumagre, usado para fazer encadernações para livros. (31.p.28)
Pelle de cabra tinta de varias cores azul, amarello, encarnado; as primeiras vieram de Marrocos. (27.p.61)
MARROQUIM COM GRÃO LONGO
Marroquim com o grão distendido em linhas paralelas, devido à acção de uma placa rugosa sobre a pele humedecida. (10)
MASCARÃO
Elemento decorativo formado por rosto humano ou animal, realista, caricatural ou fantástico. (2.p.92)
Cabeça fantástica representada de frente. Meio humana, meio animal, integra partes de plantas, cordões e borlas. (25.p.350)
Rosto humano ou animal, realista, caricatural ou fantástico, podendo servir de orifício para uma fonte ou como elemento decorativo de qualquer estrutura. (8.p.133)Elemento decorativo esculpido com a forma de um rosto grotesco ou disforme. (5.p.123)
MASSA
Em escultura refere-se ao volume externo, sem ter em conta qualquer tipo de pormenores. (8.p.133)
MASSAMES
Ver CORDADAS.
MASSANELAS
O mesmo que maçanetas de leito. (40.p.265)
MASSEIRA
Móvel rústico onde se prepara a massa e leveda a massa do pão e da boroa, constituído por um recipiente pseudo-tronco-piramidal com tampa e 4 pernas ou, muitas vezes, colocado sobre armário de duas portas. (40.p.266)
MASSICOTE
Obtém-se da queima do alvaiade e resulta num pigmento amarelo limão. (1.p.97)
MATALOTE
Baú de transporte marítimo de mercadoria fina, com fechaduras e chaves. (40.p.266)
MATERIAL GEMOLÓGICO
Designação genérica que inclui todos os materiais aplicáveis em ourivesaria, ou apta para uso pessoal de ornamentação, incluindo substâncias naturais (e.g. minerais, rochas, fósseis, substâncias orgânicas) e produtos artificiais (e.g. vidros, dobletes, pedras sintéticas), exceptuando-se os metais. (5.pp.148-149)
MATINHOS
Designação para as ervas com que se cobre o linho durante a maceração. (22.p.136)
MATIZ
Gradação lenta de tonalidades. Pintura monocromática. (1.p.98)
MATRACA
Instrumento de percussão que substitui os sinos de igreja e campainhas de altar nas cerimónias religiosas da Semana Santa, de Quinta-feira a Sábado Santo. É constituído por um cabo ou uma pega e, pelo menos, dois batentes solidários de formas e materiais diversos, mas sendo geralmente um deles em ferro. O som, seco, é produzido pelo entrechoque dos vários elementos. Este instrumento pode ser utilizado fora da igreja. (4.p.184)
MATRIZ SIGILAR
Cunho de selo de forma circular ou oval com um cabo, concebido numa liga metálica, cuja face do anverso é gravada com uma imagem, símbolo ou divisa específica e identificadora de um proprietário ou de uma instituição. Esse protótipo serve para marcar e autenticar um determinado suporte documental. (5.p.92)
MATSYA
Da série de géneros da mitologia hindu, representação de sereia. No estilo indo-português eram empregadas, em forma de cariátides, como pernas de móveis. (30.p.258)
MEALHEIRO
Recipiente fechado, de formas variadas, com uma fenda onde se introduzem moedas. (2.p.76)
MEANDRO
Traços digitais gravados na argila mole das paredes das grutas pré-históricas. Alguns destes meandros foram feitos com os dedos sujos de ocre ou argila deixando quatro linhas paralelas sobre as superfícies rugosas das grutas.
Sinuosidade, ornato curvo, volta. (30.p.258)
MECENAS
Pessoa que com o seu apoio e patrocínio económico possibilita que o artista realize uma obra. O nome advém do papel relevante de Cayo Cilnio Mecenas (73-8 AC) em relação aos artistas, nomeadamente no caso de Virgílio e Horácio.
Pessoa que com seu patrocínio possibilita ao artista consagrar-se na realização da sua obra.
MEDALHA
Do italiano medaglia. Objecto de metal cunhado ou fundido, com o intuito de comemorar ou celebrar uma personalidade ou um acontecimento. (5.p.92)
MEDALHÃO
É uma grande medalha pintada ou esculpida. Apresenta-se com medidas superiores e por vezes tem como função guardar pequenas
lembranças (retrato, cabelo). (7.p.115)
Qualquer figura inscrita numa moldura oval ou circular. (2.p.92)
Relevo circular, elíptico ou mistilíneo. (8.p.133) Representação de um fruto em forma de baga redonda. (5.p.123)
MEDRONHO
Representação de um fruto em forma de baga redonda. (5.p.123)
MEIA-CANA
Tipo de moldura de secção convexa. (38.p.232)
MEIA-CÓMODA
Cómoda mais alta do que larga (Reuniès). (3.p.88)
MEIA-ENCADERNAÇÃO
Encadernação em que a lombada e os cantos são revestidos com um material mais resistente (por exemplo, couro) e diferente daquele que cobre a parte restante dos planos (por exemplo, papel). (10)
MEIA-ESQUADRIA (A)
União de duas tábus em ângulo recto, com corte de ajuste oblíquo. (3.p.90)
MEIA-PÉROLA
Pérola natural serrada ao meio, ou parte de pérola, muito utilizada nos séculos XIX e XX.
Nome corrente das pérolas de cultura comercialmente conhecidas como pérolas “mabe”, comuns a partir da segunda metade do século XX. (5.p.149)
MEIA-TINTA
Tonalidade média de qualquer cor, entre a luz e a sombra. (1.p.98)
MEIPING
Literalmente “vaso de ramo de ameixieira”. Vaso (ping) com ombro alto e colo curto e estreito destinado, como o nome indica, a receber um ramo de ameixieira (mei). A forma remonta aos Song e torna-se padrão durante a dinastia Ming. (14.p.277)
MEMORIA
Anel sem pedra ou com pedra, que não sahe para fora , ou com diamantes pequeninos ao redor. O anel, que não tem pedra, chama-se memoria liza. Memoria tambem he huma cadea de aneis, que se traz no dedo, e às vezes serve para lembrar algûa cousa. (28.p.417)
MENÍ
Baeta ou pano, assim chamado, e de que as mulheres do campo faziam as suas mantilhas. (45.p.399)
MESA
Móvel composto por uma superfície plana horizontal (tampo), assente à altura de apoio, num aro ou cintura, onde por vezes se inserem gavetas. Este aro pode prolongar-se num avental. Apoia-se em pernas de número variável, fixas ou móveis, numa coluna única, ou ainda em painéis. Em alguns casos, apresenta uma ou mais prateleiras em níveis inferiores. Pode incorporar ainda diversos mecanismos, que possibilitam funções alternativas. (3.p.73)
Movel de casa assentado em três, ou quatro pés, com superfície plana, em que se poem os pratos com o comer. Com este mesmo nome Latino se chamão os bofetes, em que se escreve, ou se joga ou que sevem de ornato à casa, porque de ordinário tem o mesmo feitio. (28.p.446)
Mesa ou bofete chamam os pintores o que serve como de aparador, para se porem as cores moidas, e por moer, e assim pinceis, brochas, pinceleiro, e mais coisas necessárias à pintura. (28.p.448)
Faceta que é geralmente a maior superfície plana existente na coroa de uma pedra facetada. (5.p.149)
MESA COM CREMALHEIRA
Mesa que dispõe de uma cremalheira que possibilita a elevação e inclinação do tampo. (3.p.75)
MESA DA CASA DO DESPACHO
Mobiliário religioso. Habitualmente um exemplar de grandes dimensões que seguia os modelos civis, destacando-se, contudo, um modelo de tampo circular usado nas confrarias das misericórdias para que os treze irmãos mesários aí tomassem lugar sem distinção dos mesários. (3.p.112)
MESA DE ABAS
Mesa com o tampo articulado e fixo às pernas, podendo as extremidades (abas) deste, levantar ou baixar, apoiando-se numa perna móvel. São frequentemente usadas como mesas de refeição. (3.p.75)
MESA DE ALTAR
Peça horizontal que forma o elemento superior do altar. (4.p.22)
Mobiliário religioso. Ver ALTAR.
MESA DE APLICAR
Mesa fixa à parede. Ver Consola. (3.p.75)
MESA DE CAMPANHA
Ver MESA DE ENGONÇOS.
MESA DE CANCELA
Ver MESA DE ABAS.
MESA DE CENTRO
Mesa com decoração e / ou gavetas a toda a volta. (3.p.75)
MESA DE COSTURA
Mesa mais pequena e baixa, dotada de uma gaveta. Pode designar igualmente uma mesa com tampa de levantar sobre alçapão (ou gaveta),contendo divisórias para guardar os objectos necessários aos trabalhos de agulha. O reverso da tampa integra em geral um espelho. Possui habitualmente um saco em tecido (em muitos casos desaparecido) ou um cesto fixo na base, para guardar os novelos. (3.p.75)
MESA DE ENCOSTAR
Mesa que só apresenta decoração na frente e ilhargas, sendo a parte posterior i.e. as costas, não decoradas. Em Alguns casos, existindo o par, é possível (unindo as duas mesas pelas costas) obter uma mesa de centro. (3.p.76)
MESA DE ENGONÇOS
Possui o tampo solto, formado por dois ou mais painéis articulados por meio de engonços ou de dobradiças, geralmente assente num conjunto de quatro pernas, (ou trempe) também articuladas e “contraventadas” em baixo e em cima. Justapostos os painéis do tampo e fechadas as pernas, o conjunto é facilmente transportável. A abertura das pernas regula-se por meio de uma corrente ou correia ou mantém-se invariável encaixando em dois travessões fixos no tampo. (3.p.76)
MESA DE GONÇOS
Ver MESA DE ENGONÇOS.
MESA DE GONZOS
Ver MESA DE ENGONÇOS.
MESA DE JOGO
Mesa que pode apresentar um ou vários tampos propositadamente pensados para determinados jogos, podendo conter nas suas gavetas as respectivas peças. Toma em geral a designação do jogo para o qual foi executada. (3.p.76)
MESA DE OFERENDAS
Grande mesa, geralmente em pedra, colocada no exterior, junto à entrada de uma igreja, ou no interior, na nave, onde se coloca, como oferta, produtos da terra. (4.p.54)
MESA DE PÃES BENTOS
Mesa de pequenas dimensões sobre a qual são dispostos bocados de pães bentos, para serem distribuídos, geralmente em troca de uma oferta, no final da missa. O seu uso está difundido em algumas zonas de França. (4.p.54)
MESA DE PÉ-DE-GALO
Designação que se refere aos três pés. Trata-se de uma forma muito divulgada como mesa de chá, apresentando em geral os pés, como o nome indica, em forma de pé de galo ou de garra, envolvendo uma bola. Apresentam em regra o tampo rebatível por meio de um mecanismo, mudando para a posição vertical. Podem ser utilizadas simultaneamente como mesas de jogo, havendo casos em que o tabuleiro de jogo se encontra embutido no tampo. (3.p.76)
MESA DE REFEITÓRIO
Mesa longa que tem, em regra, o tampo fixo apoiado em seis pernas.
Mobiliário religioso. Em regra, exemplares de grandes dimensões, com uma estrutura rígida, usados nos refeitórios das casas monásticas. (3.p.77 e 112)
MESA DE SACRISTIA
Mobiliário religioso. Entre os diversos modelos usados nas sacristias, destaca-se uma tipologia destinada à colocação dos cálices e à preparação dos objectos da missa, que na documentação antiga recebe o nome de “mesa dos cálices”. Em regra colocada ao centro da sacristia, esta mesa pode ser executada em diversos materiais, designadamente madeira, mármore ou escaiola. A maioria dos exemplares desta tipologia possui um tampo recortado, fixo ou, mais raramente, giratório, que assenta num suporte central. (3.p.112)
Mesa colocada na sacristia utilizada para, antes da missa, dispor as vestes que o presbítero vai utilizar na celebração. (4.p.46)
MESA DE TREMÓ
Esta denominação deriva da palavra francesa trumeau, que designava o espaço da parede entre portas e janelas, onde se colocavam grandes espelhos apoiados sobre o silhar da boiserie; a estes passam-se a encostar mesas ou consolas. O espelho diminuirá de altura e passará gradualmente a apoiar-se na mesa, formando um móvel individualizado composto pelos dois elementos. (3.p.77)
MESA DOBRADIÇA
Ver MESA DE ENGONÇOS.
MESA DOS CÁLICES
Mobiliário religioso. Ver MESA DE SACRISTIA.
MESA-CONSOLA
Designa um móvel de aparato suportado por quatro pernas, sendo as anteriores, executadas em forma de consola. (3.p.75)
MESA-DE-CABECEIRA
Mesa pequena com porta e espaço próprio para colocar o bacio. Geralmente executada aos pares. (3.p.75)
MESAS DE AGRUPAR
Mesas de formas diversas, propositadamente executadas para, uma vez juntas, formarem uma mesa de maior dimensão. (3.p.75)
MESAS DE ENCAIXAR
Conjuntos de mesas de dimensões decrescentes que encaixam umas nas outras, podendo ser utilizadas separadamente. Móvel muito em voga no século XIX. (3.p.76)
MESTÁ
É a representação de Nossa Senhora e do Menino num trono, rodeados de santos e anjos. A posição das duas figuras é normalmente estática e frontal, simbolizando a realeza e majestade divinas. (7.p.111)
MESTRE
Artista ou artesão muito competente que podia fundar a sua própria oficina, trabalhar independentemente e ensinar o comércio ou o ofício a outros. (32.p.81)
O grau de mestre era obtido após a prestação de uma prova e aprovação pelos examinadores do seu ofício. (3.p.22)
MESTRE DE TENDA
O Mestre de Tenda é um oficial que tem tenda própria e que prestou provas perante os examinadores do seu ofício. (3.p.22)
MÉTOPA
Elemento de arquitectura. Componente do entablamento do estilo dórico. Espaço decorativo quadrangular colocado entre os triglifos, decorado com relevos. (8.p.133)
MICA
Mineral que ocorre em argilas; tem uma estrutura em finas lâminas que promove plasticidade. (12.p.140)
MICRORGANISMOS
Algas, musgos e líquenes que se alimentam de materiais inorgânicos. Desenvolvem-se na superfície do material cerâmico, em maior ou menor profundidade. (2.p.124)
MILHO DE LINHAÇA
Variedade de milho semeado após o arranque do linho. (22.p.135)
MINAS-NOVAS
Termo não científico, utilizado comummente (e generalizadamente até há bem pouco tempo atrás) para designar os quartzos hialinos e cristais de rocha, sendo no Brasil sinónimo de topázios incolores ou “pingos dágua”, e que nos aparecem, sobretudo sob esta última designação nas peças registadas pelos Ensaiadores do ouro do Porto. O termo “mina nova” aparece num inventário do Arquivo da Casa dos Condes das Alcáçovas, datado de 1807, sendo a data mais recuada em que sabemos ter sido utilizado até este ponto da investigação. Refere-se a uma gema solta, mencionada como sendo uma pedra da Mina Nova. Trata-se, pois, e à partida, de gemas oriundas do Brasil, mas importa determinar com precisão, e em termos gemológicos, ao que se refere exactamente. (39.p.227)
Designação comercial antiga de gemas incolores facetadas, normalmente em cravação fechada com folheta reflectora, e que eram comuns em peças de prata de finais do século XVIII, princípios do século XIX. Na esmagadora maioria dos casos, as pedras classificadas como minas novas correspondem a cristais-de--rocha, topázios ou goshenites. A expressão não tem significado gemológico ou mineralógico, sendo, porém, ainda registada em contexto histórico-artístico e no mercado de antiguidades. (5.p.149)
MINERAIS DE ARGILA
Grupo de minerais (alumínio-silicatos) formados pela decomposição de rochas e que são os principais constituintes das argilas. As partículas são pequenas e finas (tamanho inferior a 0,002mm de diâmetro); quando molhadas deslizam facilmente umas sobre as outras, o que confere plasticidade à argila. (12.p.140)
MINERAL
Substância sólida, homogénea, natural e inorgânica, com composição química susceptível de variar dentro de determinados limites, e estrutura cristalina bem definida (e.g. diamante, topázio, corindo, berilo). (8)
MINIATURA
Actualmente, o termo refere as pinturas coloridas que decoram livros manuscritos iluminados. O termo latino miniare significava originalmente pintar com minium (chumbo vermelho). (10)
Pintura de pequenas dimensões, normalmente para ser aplicada em jóias, caixas ou pequenos móveis. Utiliza-se também como equivalente do termo iluminura, não pela reduzida dimensão, mas pela utilização do mínio, um tipo específico de vermelho obtido do óxido de chumbo que é utilizado na iluminação de manuscritos. (1.p.98)
MIOLO (ou bloco)
Conjunto formado pelas folhas ou pelos cadernos cosidos de um livro (não inclui o revestimento). (10)
MISERICÓRDIA
Mísula fixada no reverso do assento articulado das estalas do cadeiral, que permite ao clérigo sentar-se parecendo estar de pé, sempre que o assento esteja içado. (4.p.28)
Mísula colocada sob o assento das cadeiras que compõem um cadeiral de coro, geralmente decorada ou não decorada. (8.p.134)
MISSAGRA
Dobradiça em ferro de hastes longas. (30.p.258)
MISSAL
Do latim missalis. Livro ritual para uso do sacerdote e que contém certas orações e leituras necessárias à celebração da missa. Por vezes, as suas capas são enriquecidas por guarnições de metal precioso, de modo a conferir maior dignidade a esta alfaia litúrgica. (5.p.92)
MÍSULA
Prateleira apresentando forma idêntica ao ornato arquitectónico que lhe dá o nome. (3.p.77)
Elemento decorativo destinado a suportar molduras salientes e bordas de tampo de mesa, terminado ora em volutas, ora em folhas enroladas; outras planas de forma rectangular. (30.p.258)
Elemento decorativo que suporta outro, geralmente molduras salientes ou tampos. O mesmo que modilhão. Consola. (38.p.232)
Peça saliente, com maior profundidade do que altura, destinada a servir de ponto de sustentação de uma escultura. (8.p.134)Elemento arquitectónico com diversas formas, suspenso, adossado e saliente da parede, cuja função é a de sustentar vigas, molduras, janelas, arcos ou varandas. Por vezes, serve de apoio a uma escultura. (5.p.123)
MÍSULA INVERTIDA
Mísula cuja dimensão da profundidade é maior na parte inferior do seu corpo. (8.p.134)
MITRA
Chapéu de uso litúrgico em fole, com duas faixas que descem sobre o pescoço (tiras pendentes da mitra e tiras da mitra). É usada pelo pontífice e pelos mais altos prelados da igreja. Confeccionado em tecidos de qualidade, tem importância artística pelos preciosos bordados com que é ornamentado. Entre os exemplos mais célebres e antigos encontram-se a mitra do Tesouro da Catedral de Anagni (séc. XII-XIII) e a do Museu de Cluny de Paris (séc. XIV). (13)
Cobertura cónica para a cabeça usada sobre o solidéu, pelo Papa, cardeais, bispos e abades ou, mais raramente, por alguns cónegos e outros clérigos. Inicialmente, a mitra tinha a forma de um barrete atado com correis ou fitas, sob o pescoço. Na sua forma actual apresenta-se dividida ao meio, com as duas pontas cónicas subidas, mantidas rígidas através do forro de cartão ou couro. É, geralmente, de tecido branco com trama dourada ou prateada, ou noutro tecido de cores diversas. (4.p.162)
Insígnia eclesiástica (mais alta do que larga) que cobre a cabeça dos bispos e outros dignitários da igreja, usada para a realização de certas cerimónias. Por vezes enriquecidas com a aplicação de pedrarias, as mitras integram os adereços de paramentaria têxtil, apenas existindo a sua representação em prata associada às esculturas devocionais dos santos que obtiveram essa dignidade eclesiástica. (5.pp.92-93)
MITSUDAE
Tipo de pintura a óleo que utiliza óleo vegetal, óxido de chumbo e pigmentos vários. (15.p.248)
MOBIL
Construção artística dotada de dinamismo, próprio ou em potência, em que é fundamental a componente da translação espacial. Resulta em obras com partes móveis executadas a partir de um eixo, suspensas ou colocadas sobre um suporte de chão, de modo a ganharem movimento com a deslocação do ar. O termo foi usado originalmente para descrever a obra de Alexander Calder, mas a sua aplicação generalizou-se a todas as construções deste tipo. (8.p.134)
MOBILIÁRIO DE ENFORNA
Conjunto de equipamentos usados como contentores, suportes ou separadores as peças cerâmicas durante a cozedura. São produzidos em argila refractária para suportar o uso continuado. (2.p.110)
MOCHO
Banco de madeira, tendo a forma de uma pirâmide truncada com pernas ou faces oblíquas. (3.p.57)
Assento individual de tampo quadrangular com quatro pernas travadas, sem encosto e sem braços. Forrado com couro, tecido ou palhinha, as pernas podendo ser torneadas ou em S. existe também o mocho em forma de caixaa quadrada com quatro pés. (30.p.258)
MOCHO DE CELEBRANTE
Assento idêntico ao tamborete, mais simples e sem estofo, utilizado nas concelebrações. Apresenta-se num conjunto de dois exemplares, que se colocam de cada um dos lados do assento do concelebrante que preside, destinando-se aos outros concelebrantes ou aos diáconos assistentes. (4.p.29)
MODELAÇÃO
Ver MODELAGEM.
MODELADO
Capacidade de transmitir por meio das diferentes tonalidades e do claro-escuro a sensação do volume das figuras. (1.p.98)
MODELAGEM
Dar forma à argila pela pressão com os dedos ou com um objecto. (12.p.140)
Técnica de conformação de uma peça com o uso directo das mãos e de utensílios manuais, estando amassa de argila assente num torno. (2.p.111)
Processo escultórico aditivo. Acção de produzir uma obra em materiais plásticos (terra, cera, barro, estuque), à mão ou com a ajuda de pequenos utensílios, primeiro por junção e depois por supressão da matéria. Na análise estética, o termo modelação aplica-se à representação da luz e da sombra de modo a criar ou a acentuar a ilusão das propriedades tridimensionais de uma figura ou de um objecto. Segundo Joaquim Machado de Castro, as ferramentas para modelar em barro devem ser de madeira rija; o buxo apresenta uma certa flexibilidade natural que facilita o trabalho. Para modelar em cera, ainda segundo Joaquim Machado de Castro, o ébano e o marfim são bons materiais para ferramentas nesta tarefa, pois são compactos e rijos. (8.p.134)
MODELAR
Ver MODELAGEM.
MODELO
Entende-se por primeiro exemplar de uma série que pode ter ou não as dimensões do objecto final. (3.p.22)
Na arte da pintura, he hûa figura pequena em barro, ou cera , para por ella se fazer em grande. Os architectos, que emprendem grandes edificios, fazem modelos de relevo, para melhor acertarem na execução da sua ideia; cada official faz modelos com differentes proporções, e com differente matéria, conforme a obra, que intenta fazer. Modelos de Estatuários são varias figuras, e parte de outras, vazadas de gesso, tirados os moldes de estatuas antigas, e modernas de grandes artífices. (28.p.527)
Sinónimo de protótipo. Obra acabada destinada a ser reproduzida num material definitivo: pedra, mármore, bronze, etc. O modelo pode ter a mesma dimensão que a obra definitiva, ou apresentar uma relação de escala com ela. O modelo de uma obra talhada faz-se muitas vezes em terracota ou em barro; o modelo de um bronze fundido a cera perdida faz-se em cera, eventualmente com uma alma em barro ou argila; o modelo de uma obra fundida através da fundição a areia faz-se em areia ou numa equivalente matéria dura (barro, madeira, metal, matérias plásticas). (8.p.134)
MODILHÃO
Mênsula, consolo em forma de S invertido, apliques salientes em forma de almofadas ou entalhados, colocados em móveis para servir de decoração ou suporte. Conjunto de mênsulas. Ornato arquitectónico. (30.p.258)
Elemento de arquitectura ornamentado que suporta uma cornija. (8.p.135)
MÓDULO
Unidade de repetição composta por um ou vários azulejos, com justaposição sucessiva, quer no sentido horizontal quer no vertical, cria o padrão. Os motivos decorativos são concebidos tendo em vista o uso em repetição, existindo para tal elementos de ligação entre os módulos e alternâncias de centros que garantem a continuidade da trama ornamental do padrão. (2.pp.76-77)
MOKUME
Técnica que imita a textura da madeira. (15.p.248) Utensílio destinado a moer especiarias ou outros alimentos em grão, como a mostarda ou a pimenta. Pode apresentar várias formas, sendo geralmente de secção circular e provido de um mecanismo com manivela. (5.p.93)
MOINHO DE ESPECIARIAS
Utensílio destinado a moer especiarias ou outros alimentos em grão, como a mostarda ou a pimenta. Pode apresentar várias formas, sendo geralmente de secção circular e provido de um mecanismo com manivela. (5.p.93)
MOLDAGEM
Dar forma à argila usando um molde. A argila pode ser introduzida no molde por pressão ou pode usar-se uma argila mais líquida. (12.p.140)
Técnica de conformação da peça cerâmica pela aplicação manual da pasta mole ou pelo derrame da pasta líquida num molde único ou constituído por vários tasselos. (2.p.111)
Peça que serve para reproduzir uma obra, copiando-a em negativo através da introdução de líquido, ou de metal líquido, dentro de um vão que pode ser em gesso, em cera, em barro, obtendo uma peça em positivo. Moldagem é o processo escultórico através do qual se utiliza um molde para executar uma obra. (8.p.135)
MOLDE
É o modelo para qualquer obra, com o fim de se reproduzirem outras iguais. (7.p.119)
Peça única ou composta por diversas secções complementares, os tasselos, geralmente em gesso ou metal, que permitem reproduzir uma mesma peça em grande número. (2.p.111)
MOLDURA
Faixa decorativa usada para demarcar e acentuar planos, ou superfícies, ou que se aplica para esconder determinados processos de construção. (3.p.79) Ornamento de enquadramento, mais ou menos saliente, de contorno plano, circular ou ovalado. (5.p.123)
MOLHEIRA
Recipiente para o serviço de molhos. A molheira tem geralmente uma forma de barco, um ou dois grandes bicos, uma ou duas asas verticais e laterais; pode estar sobre uma pequena bandeja fixa ou separada, e ter, em alguns casos, um crivo nos bicos para filtrar o molho. (2.p.77)
Recipiente covo, destinado ao serviço dos molhos e que pode apresentar várias formas. Um dos modelos mais divulgados é aquele que apresenta forma de barco, com um bico em cada extremidade e duas asas, ou apenas com um bico numa extremidade e, na outra, uma asa. Geralmente assenta sobre pés ou numa base de centro alteado, podendo ainda apresentar, ou não, um prato oval ao qual é fixa. Entre as tipologias menos correntes está a molheira em forma de pequena terrina com tampa e duas asas simétricas. Pode ser provida de uma alma. (5.p.93)
MONOCOZEDURA
Consiste numa cozedura única do corpo cerâmico, dando-se em simultâneo a transformação da argila em chacota e a fusão dos materiais de decoração. (2.p.111)
MONOCROMIA
Diz-se daquilo que está pintado com uma só cor. (7.p.119)
MONOGRAMA
Letra, ou letras entrelaçadas, utilizadas em substituição da assinatura. (1.p.98)
MONOLÍTICO
Diz-se de uma peça ou objecto trabalhado numa única pedra.
MONTAGEM
Guarnição, habitualmente em prata ou ouro, destinada a proteger, valorizar ou, nalguns casos, conferir utilidade a um objecto feito de outro material, como por exemplo cristal de rocha, marfim, madrepérola, tartaruga, noz de coco, corno de rinoceronte ou porcelana. (5.p.149)
MONTANAS
Grandes feixes de linho, atados após a curtimenta. (22.p.136)
MONTANTES
Peças verticais estruturais. Neste caso, constituem as pernas dianteiras ou traseiras. São geralmente colocadas nos ângulos do assento. Têm a mesma designação nos móveis de conter. (3.p.62)
MONTARIA
Ver ALMOTOLIA.
MONUMENTO FUNERÁRIO
Obra de arquitectura ou de escultura erguida em memória de um defunto, quer sobre a sua sepultura, quer noutro local; as suas dimensões podem variar desde o sarcófago ou da estela funerária até um verdadeiro edifício. (8.p.135)
MÓRBIDO
Delicado. Utiliza-se para as carnações, sobretudo de crianças e mulheres, onde é perceptível a sua suavidade. (1.p.98)
MORDENTE
Preparado para fazer aderir a qualquer, fundo, sob a acção do calor, a folha de ouro. (10)
Substância adesiva viscosa e de secagem lenta (óleos secativos ou adesivos sintécticos) utilizada para fixar a folha de ouro na técnica de douramento a óleo. (1.p.98)
MORESCOS
Termo de ourives. São folhagens, que se debuxão. (28.p.580)
MORFOLOGIA
Forma física de uma coisa, de um material, de um objecto, normalmente relacionada com o arranjo das suas partes constituintes. (8.p.135)
MORINGA
Vaso globular, de forma variada, caracterizado pela presença de duas bocas, uma mais larga (para receber o líquido) e outra apenas como um bico (para o verter); entre as duas bocas, no topo do vaso, existe uma asa. Também se pode utilizar o termo “Moringue”. (12.p.71)
MOSAICO CERÂMICO
Composição decorativa para pavimentos constituída por peças cerâmicas autónomas, de formas variadas (polígonos hexagonais estrelados, alfardons, losetas ou outros), justapostas segundo regras de repetição. (2.p.77)
MOSCOVIA
Ver MOSCÓVIA.
MOSCÓVIA
Couro que vem de Moscóvia. (28.p.596)
Processo de curtimento que conferia à pele maleabilidade e um padrão adiamantino. (3.p.42)
Couro semelhante ao preparado em Moscovo, usado antigamente em Portugal, para cobrir cadeiras, tamboretes, bancos, baús e arcas. (30.p.258)
MOSTARDEIRA
Recipiente para servir a mostarda. De formas variadas, com tampa, normalmente tem uma asa e um recorte no bordo do corpo ou da tampa para a colher que poderá ser também cerâmica. Pode fazer conjunto com uma bandeja móvel ou fixa; um saleiro e um pimenteiro ou estar ainda integrada num galheteiro. (2.p.77)
Do francês antigo moustarde (‘mostarda’) a que se junta o sufixo eira – recipiente coberto destinado a servir mostarda líquida. Pode apresentar várias dimensões e formas, sendo habitualmente provido de uma asa vertical e de uma tampa articulada com recorte para acomodação da colher. No interior tem geralmente uma alma de vidro ou prata dourada. Os modelos de formato cilíndrico apresentam com frequência decoração em trabalho vazado e uma alma de vidro azul no interior. (5.p.93)
MOTIVO
Tema dominante ou assunto básico de uma composição. (2.p.92)
Elemento decorativo, unidade de design decorativo, a combinação de vários motivos resulta numa componente decorativa maior. (12.p.140)
MOTIVO ONDULADO
Padrão ondulante que se baseia numa voluta dem forma de C, em geral aplicada sob a forma de friso. Muito frequente nas culturas antigas e, em particular, na Grécia. A representação de “ondas” pode variar, entre formas abstractas até configurações extremamente naturalistas, adornadas com folhas e palmetas. (25.p.350)
MOURISCOS
Também denominado mourescos, é um termo utilizado para descrever certo tipo de folhagens debuxadas pelo ourives, de inspiração muçulmana. (5.p.123)
Ver ARABESCO.
MÓVEIS ACESSÓRIOS DE ADORNO E SERVIÇO DOMÉSTICO
Grande grupo de peças que inclui toda a variedade de móveis cuja função complementa e repousa nos grupos acima referidos. Nele se incluem os espelhos, biombos, tabuleiros, bandejas, anteparo de lareira (guarda-fogo). (3.p.53)
MÓVEIS DE CONTER
Móveis destinados a conter, conservar ou expor objectos e alimentos. Podem ainda, sob esta designação, incluir-se os móveis que se destinam pelas suas variadas gavetas ou prateleiras a guardar de forma organizada um conteúdo específico (xiloteca, classificador de arquivos, guarda-jóias, frasqueira, etc.) ou determinadas colecções (medalheiro, colecções naturalistas, mineralógicas, etc.). (3.p.52)
MÓVEIS DE POUSAR
Móveis destinados, pela superfície horizontal que apresentam, a servir de apoio, provisório ou permanente a objectos diversos, ou a suportar outros móveis. (3.p.52)
MÓVEIS DE REPOUSO
Móveis destinados, como o nome indica, a proporcionar descanso ao corpo de forma total ou parcial, comportando para esse fim um plano horizontal mais ou menos longo. (3.p.52)
MÓVEIS INTEGRADOS NA ARQUITECTURA
Móveis construídos para preencher superfícies ou dividir espaços. Apresentam-se em geral, adossados ou encastrados nas paredes, não podendo por conseguinte, ser dissociados da estrutura arquitectónica para a qual foram construídos Podem ter a função de ividir parcial ou totalmente uma zona, podendo igualmente ser simples ou combinados. (3.p.53)
MÓVEIS PARA ESCRITA, LEITURA E DESENHO
Móveis para escrita, leitura, desenho – toda a espécie de móveisque, por possuírem uma superfície horizontal ou inclinada, com ou sem compartimentosos para os utensílios, se destinam à escrita, à leitura, ou a actividades pictóricas. (3.p.52)
MÓVEIS PARA HIGIENE
Móveis concebidos propositadamente para integrar os utensílios apropriados para a higiene. (3.p.52)
MÓVEL DE CRIANÇA
Tipo de mobiliário adequado às necessidades infantis, de dimensões menores do que asa habituais e frequentemente com decoração própria. (3.p.22)
MÓVEL DE ESTRADO
Móvel baixo e pequeno concebido para ser utilizado sobre um estrado. (3.p.22)
MÓVEL DE SACRISTIA
Conjunto de móveis, unidos entre si, composto essencialmente por armário e arca, colocado na sacristia e utilizado para guardar alfaias, paramentos, vestimentas, linhos, coberturas e outros objectos com funções litúrgicas. Móvel ou fixo à parede e de tamanho variável, com ou sem espalda, eventualmente de forma retabular, pode compreender um armário para capas ou casulas, bem como um confessionário, genuflexório de sacristia, etc. Em geral, é encimado por uma cruz. Quando tem a forma de uma grande caixa plana e rectangular com gavetões, diz-se arcaz. (4.p.46)
MÓVEL MINIATURA
Entende-se por um móvel de pequenas dimensões caracterizado por apresentar em geral materiais de qualidade e execução cuidada. Não deve ser confundido com um brinquedo. (3.p.22)
MÓVEL PARA CAPAS
Móvel para guardar capas. Pode ter a forma de uma cómoda grande e profunda com gavetas girantes semicirculares, ou uma arca com secção em arco de círculo, em ambos os casos na horizontal, ou pode ser um armário vertical e profundo, geralmente com um suporte giratório no qual aquelas são suspensas. (4.p.46)
MÓVEL PARA CASULAS
Móvel para guardar casulas e outros paramentos litúrgicos. Pode ter a forma de uma cómoda, com gavetas ou batentes, ou de um armário baixo com um plano de apoio e prateleiras em madeira ou armações de madeira e tecido protegidas por portas. (4.p.46)
MOVIMENTO
Na pintura o movimento traduz-se pela diversidade dos gestos e pela representação da acção do vento e da circulação de ar sobre os objectos, os elementos da natureza e as figuras. Também se pode aplicar à análise da composição pela sua complexidade e diversidade de figuras e formas. (1.p.98)
MOXO
Ver MOCHO.
MOZETA
Capa curta e com pequeno capuz, aberta ou abotoada à frente, usada, durante o Invernp, nos ofícios do coro, sobre a sotaina ou, eventualmente, sobre a sobrepeliz ou o roquete, por determinados clérigos como sinal de jurisdição. (4.p.174)
MUDÉJAR
Em decoração, é o estilo árabe de linha geométrica entrelaçada e recta, aplicada ao mobiliário, com incrustações ou embutidos. (30.p.258)
O denominado estilo mudéjar, configura-se como a conjugação de elementos do gótico e da renascença, com motivos geométricos e abstractos da tradição muçulmana e com elementos naturalistas aplicados à arquitectura e às artes decorativas espanholas. No mobiliário exprime-se, quer através da gravação, quer por meio de embutidos de madeira, marfim e osso. Embora tenha atingido o seu apogeu no período gótico e renascentista, manteve a sua presença no século XVII, tendo sido cultivado quase até aos nossos dias, em certos tipos de mobiliário de carácter popular. Termo que designa os Árabes de Espanha dominados pelos cristãos. (38.p.232)
MUFLA
Forno de reduzidas dimensões muito utilizado para experiências de vidrados. (2.p.111)
MUGE
Tipo de malha redonda para pulseiras ou voltas. (11.p.90)
MÚLTIPLO
A que se faz em série por procedimentos que simplificam e barateiam sua produção. (17)
MUNSELL
Série de tabelas publicadas por Munsell Color Company que oferece uma estandardização para a descrição de cores. As cores aparecem organizadas por páginas e dentro de cada página por linha e coluna. Assim, ao fazer-se a referência a uma cor, dá-se a referência da página, da coluna e da linha. Apesar da identificação de cores individuais continuar a ter um certo teor subjectivo, o uso da Tabela Munsell permite uma maior objectividade para o leitor na identificação de cores classificadas por outros arqueólogos. (12.pp.140-141)
MURAL
Obra pictórica cujo suporte é um muro ou parede convenientemente preparado para recebê-la. (17)
MURÇA
Capa curta de peliça, geralmente com capuz, utilizada no Inverno, pelos cónegos durante os ofícios. Tornou-se progressivamente insígnia dos cónegos que a usam como romeira ou dobrada sobre um ombro ou num braço; neste caso toma a forma de estola. (4.p.160)