Glossário de Artes Decorativas
NÁCAR
Material segregado por alguns moluscos, constituído por camadas microscópicas de aragonite (carbonato de cálcio) e conchiolina (proteína), que reveste o interior de certas conchas (madrepérola), sendo também o constituinte essencial da maioria das pérolas. O subtil efeito iridescente da sua superfície dá origem à designação brilho nacarado, também conhecido como “oriente” na gíria. (5.p.149)
NAGAS
Demónios ou génios poderosos: aparecem geralmente sob a forma de serpente fabulosa e ainda em determinadas circunstâncias, como no mobiliário indo-português, sob a forma humano/animal; quando empregada nas pernas dos móveis apresenta-se bem estilizada, o busto feminino e a cauda da serpente. (30.p.258)
NAGINI
Um tipo de naga que apresenta saiote de folhas e braços contornando os seios. (30.p.258)
NAPOLA
Peça de sirgaria não referida nos dicionários de antiguidades, fazendo parte de um “pontifical”, conjunto de paramentos da missa cantada. (40.p.267)
NARIS DE FECHADURA DE ARCA
Provavelmente a chapa pregada ao leito da tampa da arca, em cujo passador saliente enfia a lingueta interior da fechadura, quando cerrada. (40.p.267)
NASHIJI
Partículas de ouro de forma e tamanho irregular polvilhadas em laca húmida e revestidas com camadas de laca transparente ou laranja-amarelado. (15.p.249)
NATURAL
Tirar ou representar do natural diz-se do desenho ou de qualquer composição feita à vista do modelo e não sobre outra pintura, desenho ou estampa. (1.p.99)
NATUREZA-MORTA
Sob este nome designa-se uma grande variedade de temas que tem em comum a representação de objectos inanimados, de frutos, flores ou animais mortos. A natureza-morta foi cultivada na Antiguidade Clássica, na representação de repastos ou oferendas de alimentos que se davam aos convidados – os xénia, e existem diversos exemplos da sua aplicação em mosaicos. Apesar disso e da fama que as anedotas conferem aos seus cultores na habilidade com que criavam a ilusão da natureza, os artistas que praticavam este género de pintura eram considerados depreciativamente “pintores de coisas pequenas”. Esta depreciação mantém-se no pensamento académico, mesmo depois do desenvolvimento da pintura de natureza-morta como género autónomo ligada ao advento do colecionismo no século XVII. Sob esta designação podemos distinguir vários sub-géneros, a Vanitas, pintura de objectos com significação moral sobre a passagem do tempo e a efemeridade dos prazeres e da glória, as pinturas de flores e frutos onde é possível descortinar uma significação religiosa, a partir de “mesas postas”, as representações de caça e de peixes, conchas ou mariscos, a natureza-morta com paisagem, ou com figuras, e a representação simples de objectos ou de frutos. (1.p.99)Quadro que representa seres inanimados. (17)
NAUTILO
Do latim nautılus. Objecto decorativo constituído por uma concha marinha espiralada originária do oceano Índico e do Pacífico Sul, montada sobre um pé alto em metal precioso formando, na maioria dos casos, um recipiente em forma de taça. O trabalho de ourivesaria é frequentemente alusivo à temática marítima. (5.p.94)
NAVAL
Tipo de tecido não referido nos dicionários de antiguidades. (40.p.267)
NAVE
Numa sala é o espaço longitudinal entre duas fileiras de colunas ou pilares, ou entre uma fileira de pilares e uma parede. É típica das basílicas cristãs, que geralmente possuem três ou cinco naves; a nave central é quase sempre mais alta, tendo dimensões maiores dos que as naves laterais, chamadas colaterais. A nave, por sua vez, divide-se em tramos. (13)
NAVETA
Recipiente habitualmente em forma de nave, destinado a conter o incenso que, através de uma colher, que podia ser de prata também , era colocado no turíbulo, com que funcionava em conjunto. (29.p.514)
Recipiente, geralmente metálico, para guardar os grãos de incenso. Geralmente sobre um pé, o recipiente apresenta a forma de uma nau, mais ou menos estilizada, abrindo-se total ou parcialmente na parte superior, por uma ou duas tampas com dobradiças; pode ser acompanhado por uma colher de incenso à qual se liga por uma cadeia. (4.p.146)
Esta designação tem origem na palavra latina navis – vaso em metal com a forma de um pequeno barco, onde se guarda e transporta o incenso colocado nos turíbulos com uma pequena colher nas cerimónias religiosas. (p.94) Ver TALHE NAVETA.
NAVETTE
Ver TALHE NAVETA.
NERVOS
Nas encadernações antigas, era o material onde se prendiam os fios da costura dos cadernos, atravessando a lombada e prendendo-se à encadernação. Modernamente os nervos são pequenos pedaços de cartão colocados sob o material que reveste a encadernação. (23.pp.35-36)
Saliências na lombada de uma encadernação, resultantes da altura produzida pelos materiais utilizados na costura dos diferentes cadernos de um livro. Os nervos são visíveis quando estes materiais não são inseridos em fendas serrotadas na lombada. (10)
NERVOS FALSOS
Tira que se põe sobre o lombo para simular a costura sem serrotagem. Encadernação. (10)
NERVURA
Estrutura convexa que divide os panos de uma abóbada. Sendo normalmente estrutural, pode também ser simplesmente ornamental. (5.p.123)
NERVURAS
Ver NERVOS.
NETSUKE
Trabelho utilizado para prender o inro ou outras bolsas e estojos à faixa. (15.p.249)
NIANHAO
Título de reinado adoptado por um imperador quando ascende ao trono e que qualifica o período do seu reinado constitui a marca imperial mais utilizada. (14.p.277)
NICHO
Vão rectangular ou semi-circular escavado na espessura de uma parede para colocar uma estátua ou outro objecto de culto. Pode ser dominado por um arco, uma platibanda ou uma meia-cúpula. Os nichos são usados para aligeirar as massas de edifícios excessivamente fechados ou para redistribuir o peso das abóbadas e das cúpulas. (13)
Diz-se da escavação feita numa parede, para nela se colocar uma estátua, um vaso, um objecto ou qualquer outra decoração. É também o vão aberto na espessura de uma parede com funções apenas decorativas. (7.p.126)
Elemento de arquitectura. Vão aberto numa parede ou inscrito num retábulo que, no contexto da escultura, pode ter como função o albergue e/ou o enquadramento de uma representação escultórica. (8.p.135)
Concavidade mais ou menos profunda, quadrada ou semicircular, aberta na espessura de uma parede, pilar, contraforte, etc. para colocação de estátuas, vaso ou qualquer outro objecto de decoração.
NICHO DEVOCIONAL
Estrutura de tipo arquitectónico, que pode atingir as dimensões de um pequeno templo, erguida para proteger uma imagem sacra (pintura, escultura, placa, painel de azulejos, etc.) geralmente com iconografia mariana, colocada fora ou no interior de uma igreja ou de um edifício público ou privado, inserido no muro de um recinto, geralmente numa encruzilhada ou isolado em campo aberto. De acordo com o contexto da sua localização, pode se designado nicho arbóreo, campestre ou viário. (4.p.60)
NICHO VIÁRIO
Nicho devocional, erguido junto a uma estrada, geralmente numa encruzilhada, solidário no muro de um recinto ou erguido no solo para assinalar um local de paragem e oração. (4.p.60)
NICKEL SILVER
Liga de metal branco constituída por cobre, níquel e zinco. As ligas Alpaca, German Silver e Maillechort têm a mesma composição. (5.p.149)
NIGELAGEM
Técnica que consiste no preenchimento de sulcos gravados no metal com um esmalte preto (nigellum), constituído por cobre, prata, enxofre, chumbo e bórax. Pode ser designado por nigelo ou nielo. (5.p.150)
NIMBAR
Púlpito em madeira usado nas mesquitas e próprio dos árabes. (7.p.126) Técnica que consiste no preenchimento de sulcos gravados no metal com um esmalte preto (nigellum), constituído por cobre, prata, enxofre, chumbo e bórax. Pode ser designado por nigelo ou nielo. (5.p.150)
NIMBO
Círculo de luz com que os pintores e os escultores circundam a cabeça dos santos ou das pessoas divinas. Só a partir do século III foi utilizado o nimbo nas imagens religiosas, sendo a auréola de Cristo de forma cruciforme. Na representação dos anjos e santos tem normalmente a forma circular ou triangula, de losango ou de amêndoa. (7.p.126)
Disco ou auréola luminosa que se pinta rodeando a cabeça de Cristo, da Virgem e dos santos nas representações devotas. (17)
Técnica que consiste no preenchimento de sulcos gravados no metal com um esmalte preto (nigellum), constituído por cobre, prata, enxofre, chumbo e bórax. Pode ser designado por nigelo ou nielo. (5.p.150)
NÓ
Ornato em forma de laço que apresenta corda ou cordas entrelaçadas. (2.p.93)
Um dos “Oito Emblemas Budistas”. Emblema de longevidade, porque não tem um fim. (14.p.277)
Do latim nodus. Elemento estrutural e decorativo de ligação de uma peça, sobressaindo a meio da haste de um cálice ou da base tubular de uma cruz processional, entre outras, podendo assumir várias formas geométricas ou de certos elementos arquitecturais. (5.p.123)
NUMERAÇÃO
Números em ordem progressiva, impressos em cada página. (10)